Seja capaz de falar, pedir ajuda, pedir apoio! Só assim tornaremos a linda tarefa de maternar algo ainda melhor! Mas e ai, quem fez parte da sua rede de apoio?
Oi Mamães e Papais, temos trazido diferentes pautas sobre este mesmo tema e hoje queremos saber quem fez parte da sua rede de apoio!
Ainda existe muito tabu relacionado a pós-parto e tudo que ele envolve.
Por questões culturais, nós mamães ainda estão muito sozinhas neste momento e é evidente o nosso silêncio referente às dificuldades que passamos, né?
Talvez or culpa? Por vergonha? Por achar que deve ser assim?
Não importa a razão, mas hoje o nosso colunista e Pediatra & Neonatologista, Dr. Paulo Telles, aborda esse assunto com muita simplicidade, clareza e amor!
Confira e deixe o seu relato abaixo! Queremos saber como foi o seu puerpério e quem fez parte da sua rede de apoio!
Tão importante na vida do bebê e da mãe, a rede de apoio, ou rede de suporte, é formada pela família, amigos, profissionais como obstetra, enfermeira, ajudante das tarefas de casa e dos cuidados com o bebê e sem dúvidas o pediatra.
Cuidar da rotina do binômio mãe-bebê é fundamental para a saúde dos dois e para o futuro da criança.
Este apoio é estar junto e construir uma rede de amor, cuidado, afeto e carinho para que a mãe possa estar tranquila e em paz.
Apoio é reconhecer as mudanças na vida dos pais, respeitar as inseguranças, nunca julgar ou comparar. E ainda, é o cuidado nos detalhes para q o ambiente envolta do binômio mãe esteja ameno, acolhedor e cheio de afeto.
Cuidar da mãe sem dúvidas é ponto essencial para cuidar do bebê. Se ela estiver bem e feliz certamente ajudará no desenvolvimento, cuidado, nutrição do bebê.
Em um momento tão importante, em teoria cheio de gente a nossa volta, o sentimento de solidão muitas vezes é escondido.
Esta mamãe está em um turbilhão hormonal! Uma insegurança emocional, que faz com que se sinta sozinha, mesmo estando com a casa cheia e com o bebê em seu colo.
E o pior e mais difícil é que a solidão muitas vezes é velada pela culpa de sentir-se assim.
Precisamos falar sobre isso e mudar esta realidade.
Precisamos enfrentar o machismo estrutural, a divisão de tarefas, e ainda a diferença de gerações, que encarava o sofrimento e as dificuldades do puerpério como algo natural para mãe, como algo que ela tem que carregar sozinha, por ser seu papel.
Nunca diga que você conseguiu e ela tem que conseguir, isso só desvalorizará e inibirá ainda mais o pedido de apoio.
Para os Papais minha dica é: valorize o trabalho árduo e cansativo que é ser mãe!
Jamais compare seu trabalho fora de casa ao trabalho de uma mãe. Jamais diga que amanhã você acorda cedo para trabalhar e ela ficará em casa, pois este trabalho não é só dela, mas de todos.
A verdade é que a minoria das mães fala abertamente sobre as dificuldades da maternidade.
Apenas uma em cada 4 mães divide de forma igualitária as tarefas da criação dos filhos com o parceiro.
Ansiedade, sobrecarga física e emocional, dores do pós-parto, da amamentação, excessos de conselhos e críticas… Todo este estresse atrapalha a produção do leite, dificulta o sono e trás um peso interno enorme para a maternidade.
Devemos participar ativamente, cuidar das tarefas do dia a dia, incentivar, trocar fralda, dar banho, cuidar da alimentação.
Adicionalmente, permitir que a mãe tenha seus cuidados básicos diários, possa receber gente querida, possa espairecer, sair um pouco, possa trocar experiências com outras mães, sempre sem julgamento.
O Pediatra e o Obstetra têm papel fundamental para ajudar na rotina, passar confiança, mostrar que as dificuldades fazem parte.
Mas, que ela estará sempre amparada e que estaremos juntos nesta jornada.
E acima de tudo identificar problemas maiores como Blues Puerperal e Depressão Pós-Parto e propor tratamento adequado.
O cuidado é estar atento aos sinais maternos de dificuldade, escutar as angústias, ouvir sempre mais do que falar, estar ao lado e apoiar, compreender e valorizar a dura tarefa do puerpério.
Por fim, se você está me ouvindo aí, e já passou ou passa por isso, ajude a reverberar este grito! Ouça, mas acima de tudo seja capaz de falar!
Pedir ajuda, pedir apoio! Só assim tornaremos a linda tarefa de maternar algo ainda melhor!
Sempre juntos!!
Beijos, Dr. Paulo Telles
Se gostou deste post, aproveite para ler também: “Qual o papel do Pai nos cuidados e criação das crianças?” e “A importância do pediatra na vida da família“.

Sobre o Dr. Paulo Nardy Telles (CRM 109556 | RQE 93689)
Instagram: @PauloTelles
Esposo, Pai do Léo e da Nina Pediatra e Neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
- Formado pela Faculdade de Medicina do ABC
- Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de Medicina da USP
- Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP
- Título de Especialista em Pediatria pela SBP
- Título de Especialista em Neonatologia pela SBP
- Atuou como Pediatra e Neonatologista no Hospital Israelita Albert Einstein 2008-2012
- 18 anos atuando em sua clínica particular de pediatria, puericultura