O desmame é algo que todas as mães vão passar, cedo ou tarde e cada uma no seu tempo. Mas, você sabia que existem diferentes tipos de desmame? E, você sabe se seu filho já está pronto para desmamar?
Oi mamães (e papais podem aprender também)! Hoje vamos falar dos diferentes tipos de desmame, pois esse é um momento que praticamente todas as mães vão passar. Vamos falar também de 8 sinais que mostra que a criança já está pronta para o desmame.
Sabemos que o assunto de amamentação é super delicado. Muitas mães relatam suas dificuldades – não apenas físicas, mas emocionais também – sobre este momento.
E assim, o que acontece é que muitas vezes sofremos em silêncio por medo do julgamento. Quem já passou por isso também?
Essa ideia de que a mãe tem que amamentar, e sente essa obrigação não é legal. E ainda, esse sentimento de que se ela não amamentar, a tornará a pior mãe do mundo, deve ser mudado.
Acima de tudo, a amamentação deve ser boa para você, mãe, e para o bebê!
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Então, agora veja abaixo sobre os diferentes tipos de desmame, escrito pela Cinthia Calsinski – enfermeira obstetra e consultora de amamentação.
Primeiramente, podemos começar dizendo que todas irão passar por isso, não é mesmo? Mais cedo ou mais tarde! E se puder ser uma experiência positiva melhor para todo mundo.
Muitas angústias percorrem o momento do desmame, em maior ou menor intensidade a depender da idade do bebê.
Mas é fato que o desmame é um processo, que se inicia com a introdução alimentar quando o bebê começa a mamar menos por comer alimentos, e com o passar dos dias a produção de leite começa a diminuir.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) e MS (Ministério da Saúde) orientam que amamentação tem inúmeros benefícios e estabelecem até dois anos, ou mais, como “meta”.
Mas, sabemos que essa é uma decisão que diz respeito exclusivamente à mãe e ao bebê. Afinal, cada dupla tem um ritmo, e a amamentação deve continuar até quando ambos quiserem.
Então, eu sempre gosto de colocar uma pulga atrás da orelha e discutir com a mulher sobre as expectativas em relação ao desmame.
Algumas mães imaginam que os bebês vão dormir mais quando iniciarem com a mamadeira, que vão acordar menos…e pode não ser assim! Geralmente não é!
Muitas vezes a consultoria de desmame vira consultoria do sono, por motivos óbvios!
Existem diferentes tipos de desmame
Precoce:
O desmame precoce é o desmame que pode acontecer antes de 12 meses. Porém, é importante saber que raramente uma criança com menos de 1 ano vai desmamar por conta própria.
Um dos temas polêmicos, com vários pontos de vistas, relacionada ao desmame por “conta própria” da criança é a questão do uso de mamadeira, bicos de silicone ou mesmo a chupeta.
Adicionalmente, existe uma estatística que fala que uns 60% de bebês usam chupeta antes dos 6 meses de vida, o que não é aconselhável. Isso pode causar o desmame precoce.
Abrupto:
Como o próprio nome já diz acontece de uma hora para outra e por isso costuma ter efeitos secundários como dor, mastite, empedramento.
O que pode causar esse desmame abrupto? Uma enfermidade, a mastite, o ingurgitamento ou algum outro motivo de força maior.
Porém, algumas mães podem pró ativamente incentivar esse desmame passando alguma pomada para mudar o gosto quando o bebê vai mamar. Outras podem tentar fazer a criança dormir sem mamar entre outras maneiras.
Queremos reforçar que cada mãe tem o total direito, por suas próprias razões, de querer o desmame. Mas, existem formas menos agressivas para o bebê não sentir tanto essa transição e que mantém o vínculo forte entre mãe e filho, ok?
Planejado ou Gradual:
Acontece devagar, e assim, a produção de leite se ajusta ao passar dos dias, diminuindo aos poucos. E, a chance da mulher sentir as mamas desconfortáveis, é bem menor.
O ideal – mas como já falamos vai depender de cada mamãe – seria começar a pensar nisso apenas depois dos 18 meses do bebê.
Ou seja, você pode estabelecer uma rotina de mamadas para testar com o bebê.
Parcial ou Gentil:
Ao passo que, aqui, as mamdadas são interrompidas aos poucos, paulatinamente e substituídas por outros momentos de prazer e vínculo, como o brincar ou estar junto.
Natural:
É quase como o gradual, mas as coisas vão fluindo, sem muita atitude da mãe. E, quando se percebe, a rotina mudou e foi uma transição tranquila. Pode ser mais longo, ou mais curto…não tem regra.
O bebê se distrai com outras coisas e as mamadas vão deixando de existir, bem aos poucos. Isso pode acontecer entre os 2-4 anos de idade, e dificilmente ele acontecerá antes do seu primeiro aninho de vida.
Então, se a criança não pedir o peito, você também não oferece. Porém, se ela procurar, você oferece.
Cuidado para não confundir os sinais: ex: nascimento dos dentinhos quando o bebê as vezes pode mamar menos, ou ele está com algum desconforto físico, como enjôo.
Assim, esse tipo de desmame causa menos estresse para mãe e bebê, assim como ela fortalece essa relação. E ainda, preenche todas as necessidades da criança até o momento real do desmame quando ela está preparada.
Em outras palavras, vale lembrar que a amamentação traz benefícios para ambos. Para a mãe, há menos riscos de desenvolver câncer de ovário, mama e útero, menos chances de sofrer doenças como artrite reumatoide, diabetes e problemas cardiovasculares.
Já, o bebê tem menos gripes, otites, diarreias, asma, obesidade, pneumonia e alguns tipos de câncer.
Agora, como saber se o bebê está pronto para o desmame?
Enquanto muitas crianças têm atitudes muito claras e fáceis de identificar, outras mostram menos. Então, veja alguns exemplos são:
- A criança já passou do seu primeiro ano de idade
- Acaba dormindo, mesmo sem a mamada
- Já começou aceitar outros alimentos durante o dia
- Quando estão em algum lugar onde fica difícil amamentar, a criança fica tranquila e não insiste
- Acaba se distraindo com outras atividades e brincadeiras e “esquece” de mamar
- Se mostra desinteressado no momento de mamar
- Você consegue confortá-lo e consolá-lo de outras formas que são bem aceitas
- A criança também demonstra segurança e calma quando a mãe está longe
Enfim, se você tem intenção de ir pelo caminho gradual, a mensagem que eu gostaria de deixar é que o caminho “não ofereça e não recuse” é uma ótima estratégia.
Pequenas mudanças na rotina repercutem nas mamadas e podem ser uma boa estratégia, e lembre-se que uma consultora de amamentação pode lhe ajudar muito neste processo.
Adicionalmente, o papai pode ser um grande aliado também!
Ele pode ajudar a fazer o bebê dormir sem a mamada e ajudar a distrair a criança com brincadeiras e “explorações” pela casa. Além, também, de ajudar a substituir a mamada por outras refeições e alimentos em parceria com a mãe.
Um livro que é super legal conhecer, é “O Mamá é da Mamãe”, escrito pela Giovanna Balogh. Compre aqui!
Em síntese, ele é “um livro infantil para ler com o seu filho(a) – uma história singela e encantadora, com lindas ilustrações, para facilitar o início do processo de desmame, de forma lúdica e respeitosa, tanto para a mãe quanto para a criança.”
Por fim, aproveite para ler as 10 coisas que quase ninguém diz sobre a amamentação!
Cinthia Calsinski (@cinthia.calsinski) – CRM 109556
Mãe do Matheus, da Bianca e da Carolina. Enfermeira obstetra, consultora de amamentação e consultora do sono Materno-Infantil
- Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
- Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
- Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
- Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo
- Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI)