sábado, 6 setembro, 2025

Gagueira infantil: orientações importantes para ajudar o seu filho – por Camila Silveira Di Ninno

 

Olá, moms!

Tudo bem?

No post de hoje apresentamos a nova colunista do Just Real Moms, Camila Silveira Di Ninno!

A Camila é fonoaudióloga, formada pela USP, e vai nos esclarecer algumas dúvidas. Hoje, ela vai falar sobre um tema muito importante, mas que muitas vezes não é discutido: a gagueira infantil. Algumas crianças podem apresentar dificuldades na hora de falar, o que angustia muitos pais.

Confiram o primeiro texto da Camila para o nosso blog: Gagueira infantil – orientações importantes para ajudar o seu filho.

 

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O que é a gagueira

A gagueira é um distúrbio da comunicação que se inicia na infância durante a aquisição da linguagem e altera o ritmo da fala. Ela se manifesta de forma involuntária, ou seja, não depende da vontade da criança, e é intermitente, com momentos de melhora e piora. A criança sabe o que quer falar, mas tem dificuldade na fala devido às frequentes repetições, bloqueios, prolongamentos, hesitações e/ou pausas.

Por exemplo, no caso das repetições a criança pode ficar repetindo uma palavra muitas vezes (eu, eu, eu, eu), uma sílaba (que-que-quero), ou um som (s-s-sou). No caso de bloqueios, o som fica “preso” e demora para sair. O som pode também ser alongado causando os prolongamentos (sssssssssim). Pode ainda, apresentar muitas hesitações (humm, ãh, é, né), usar pausas longas entre as palavras e, até mesmo, levar a criança a desistir de falar.

Estudos mostram que 5% das crianças podem apresentar algum grau de gagueira. Destas, a grande maioria irá superá-la espontaneamente, mas 1% da população desenvolverá uma forma crônica de gagueira, se não for tratada precocemente.

Como não é fácil prever se uma criança conseguirá superar sozinha a gagueira, consultar um fonoaudiólogo especializado em fluência, para uma avaliação, é sempre o melhor caminho! Nem sempre existe a necessidade da fonoterapia. Muitas vezes, o trabalho de orientação à família focando na promoção da fluência é suficiente para que a criança supere essas dificuldades.

A gagueira surge entre 2 e 12 anos de idade, sendo os maiores picos de incidência entre 2 e 4 anos e ao redor dos 7 anos. Mais raramente temos os primeiros sintomas surgindo após os 9 anos de idade.

 

Qual é a causa da gagueira?

Nas últimas décadas, a Ciência tem avançado muito no que diz respeito às causas da gagueira. Sabe-se que ela tem uma base neurobiológica com forte influência genética. A causa não é emocional, nem insegurança, ou timidez da criança, muito menos culpa dos pais!

 

Quando devo procurar um especialista?

Mais importante do que a idade da criança é o tempo em que ela vem gaguejando e as características de sua fala.

O ideal é procurar um fonoaudiólogo especializado em fluência caso a gagueira persista por mais de 2 meses. Nos casos em que os sintomas são intermitentes, isto é, passam depois de algumas semanas, mas voltam a aparecer, também deve-se procurar orientação.

Quando a gagueira vem acompanhada por esforço/tensão para falar, por movimentos como levar as mãos à boca, bater os pés ou piscar os olhos, é um sinal de que a criança está precisando de ajuda, mesmo que tenha pouca idade e os sintomas tenham surgido há apenas algumas semanas.

 

O que pode prejudicar a gagueira do meu filho?

– Pedir para a criança parar, respirar e pensar antes de falar.

– Dizer para falar devagar ou começar de novo.

– Interromper a criança e completar o que ela está falando.

– Apressar a criança quando ela estiver tentando falar.

– Forçar a criança a se expor ou falar em público.

– Falar muito rápido com a criança.

– Bombardeá-la com perguntas, como se fosse um interrogatório.

 

Como posso ajudar o meu filho?

– Seja um bom modelo de fala para seu filho: fale de forma suave, tranquila e em um ritmo mais lento, mas sem perder a naturalidade da fala.

– Espere a criança terminar de falar e evite responder imediatamente. Aguarde 1 a 2 segundos antes de responder.

– Converse com a criança respeitando as trocas de turno. Se você tiver outros filhos ensine-os a falar cada um na sua vez, sem interromper a fala do outro.

– Promova um ambiente familiar cooperativo, sem incentivo às disputas e competições.

– Cante músicas infantis, recite poesias e parlendas, ou conte histórias para a criança, articulando bem os sons e com uma boa entonação, sempre de forma suave e devagar.

– Torne o ambiente da casa e a rotina da criança mais calmos.

– Preste mais atenção ao conteúdo do que a criança está falando do que às rupturas presentes em sua fala. Mantenha contato de olho de forma natural durante as conversas com a criança.

 

Saiba mais sobre este assunto em www.gagueira.org.br.

 

Dra Camila Queiroz de Moraes Silveira Di Ninno, é fonoaudióloga clínica (CRFa 2-5314), formada pela USP, especialista em Motricidade Orofacial pelo CFFa, mestre em Ciências da Reabilitação pela USP e doutora em Linguística pela UFMG. Atende gestantes, bebês, crianças e adultos em seu consultório no Campo Belo e na Clínica Ignês Maia Ribeiro no Itaim Bibi, ambos em São Paulo.

 

Site: www.camiladininno.com.br, www.ignesmaiaribeiro.com.br

Facebook: Camila Silveira Di Ninno, Clínica Ignês Maia Ribeiro

E-mail: contato@camiladininno.com.br, clínica@ignesmaiaribeiro.com.br

Telefones: 3853.6667 / 9.75502309

 

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7 COMENTÁRIOS

  1. Sou avó de um menino de 3 anos que está com este problema, Achei muito interessante de como fazer para ajuda-lo.Fico angustiada as vezes que o encontro e não sabia como lidar com está situação. com estas dicas saberei.Um abraço e obrigada

    • Olá Miria,
      Que bom saber que estas orientações te ajudaram com seu neto!
      Caso as rupturas da fala persistam, é importante que ele seja avaliado por um fonoaudiólogo especializado em fluência e que a família receba orientações específicas para o caso dele.
      bj

      • Ana Flávia, outros contatos de fonoaudiólogos em São José dos Campos que atendem pessoas que gaguejam: Verena (12 3941-7048) e Luciana Iglesias Santos (12 99113 4276 – whatssap ou 99747 4276). bjs

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