sábado, 6 setembro, 2025

A função dos castigos na educação das crianças – por Carla Poppa, psicóloga

Olá, meninas! O post de hoje é de uma de nossas colunistas, a psicóloga Carla Poppa! Achei o texto imperdível!

Boa leitura! Bjs


Pensando na função dos castigos na educação das crianças

 Muitos pais recorrem a algum tipo de castigo com a ideia de que a punição pode fazer com que a criança deixe de se comportar de maneira indesejada e passe a obedecer o que lhe é imposto.

Os castigos usados variam: os pais podem tirar um brinquedo ou proibir a criança de participar de uma atividade que goste, ou ainda, colocá-la no quarto ou em um canto da casa para pensar no que fizeram. Mas será que os castigos funcionam?

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Alguns pais podem argumentar que sim, que os castigos funcionam para a criança entender que suas atitudes trazem consequências e também para que aprendam a respeitar a sua autoridade.

No entanto, a crença de que as crianças precisam reconhecer e respeitar a autoridade dos pais muitas vezes cria uma distância na relação e dificulta a possibilidade da criança expressar seus sentimentos e pensamentos para os seus pais.

Assim, impor a autoridade aos filhos por meio dos castigos pode comprometer o diálogo que é o instrumento mais valioso de uma relação e a principal via para educar uma criança.

Além disso, nem sempre os castigos são a melhor alternativa para que a criança possa compreender as consequências das suas atitudes.

Se a criança responde de maneira agressiva para a sua mãe, por exemplo, e a mãe fica triste e expressa o seu descontentamento, a reação da mãe faz com que a criança se sinta culpada e a partir do contato com esse sentimento, a criança pode assumir a responsabilidade pelo que fez pedindo desculpas.

Assim, a própria reação da mãe e o incômodo contato com o sentimento de culpa já proporcionam para a criança por meio da experiência, a compreensão sobre a consequência da sua atitude.

Se, nesse exemplo, a mãe além de expressar seu descontentamento também proíbe a criança de ir à casa de um amigo com a intenção de castigá-la, é muito provável que a criança fique confusa sem entender a dimensão do que fez porque a punição não tem nenhuma relação com a sua atitude.

Além disso, a criança pode ficar com receio de fazer algo errado novamente porque o castigo passa a mensagem de que os seus erros não podem ser reparados com um pedido de desculpas ou com uma conversa e trazem consequências imprevisíveis e desproporcionais.

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É preciso ressaltar ainda, que o castigo por si só não é nem positivo nem negativo para o desenvolvimento da criança, o importante é estar atento ao uso que se faz desse recurso. Eu citei nesse texto duas das principais intenções que percebo que estão por trás da decisão de alguns pais, quando optam por aplicar um castigo aos seus filhos: a intenção de impor a autoridade e de ajudar a criança a compreender a consequência das suas atitudes.

Nesses casos, é bem provável que essa experiência provoque um sofrimento sem sentido para a criança. No entanto, o castigo pode ser também um recurso que ajuda a iniciar um diálogo com a criança.

Por exemplo, nos momentos em que a criança está muito nervosa e agressiva, colocá-la no seu quarto até que ela esgote a sua raiva e seja possível começar a conversar para compreender o que aconteceu e ajudá-la a pensar em uma maneira de lidar com esse sentimento é uma técnica que pode estar a serviço do desenvolvimento da criança.

Ou ainda, quando a criança insiste em um comportamento, impor um castigo que esteja relacionado com o que ela faz pode funcionar; como por exemplo, quando a criança se recusa a comer sua comida, proibi-la de comer doces e outras guloseimas entre as refeições pode ajudá-la a adotar uma alimentação mais saudável.

Por isso, antes de colocar seu filho de castigo tente fazer essa discriminação. Qual a intenção do castigo? Se for de impor a sua autoridade e enfatizar o erro da criança, talvez seja melhor abrir mão desse recurso, pois expressar a forma como a atitude da criança lhe afeta e conversar com espontaneidade já é suficiente!

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Oba! Chegou a hora de conversarmos!

4 COMENTÁRIOS

  1. Discordo da posição de Carla Poppa. Autoridade e limite são primordiais para uma criança, obvio que não falo de extremos. Simplesmente expressar tristesa quando a criança trata mal a mãe pode causar o efeito contrário e simplesmente criar pequenos tiranos. Acredito no castigo aplicado de forma educativa. O que faço é conversar primeiro e pedir que pare e peça desculpas, caso ela não pare, coloco de castigo sentadinha em algum lugar, não precisa nem ser por muito tempo, depois explico por que ela esta de castigo. Quando o castigo termina peço para que ela peça desculpas. Tem funcionado bem até hoje e normalmente são pouquíssimas vezes que preciso chegar ao castigo. Também não concordo em tirar direitos ou dar castigos completamente sem relação com o evento. Acho super importante a conversa e a amizade, mas saber que existem limites e ações que não são aceitáveis faz parte de nosso papel como pais.

    • OI Clarice, acho muito rico quando alguma mãe discorda, pois assim torna nosso blog mais completo! Certamente não existe fórmula mágica para educar um filho, né? Beijos e obrigada pela participação!

  2. Muito interessante os pontos abordados. É bem difícil lidar com certas situações…bom ler diversas opiniões, especialistas para lidarmos da melhor forma possível ;) bjs

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