Quem nunca deu um empurrãozinho para o filho se desafiar e participar de uma brincadeira, ou mostrar o que sabe pros amigos do papai? Mas, você conhece o seu filho e sabe como isso o fez sentir na hora?
Oi Mamães e Papais! Hoje trazemos uma pergunta difícil para vocês: Você conhece seu filho? Mas conhece mesmo!?
Nem sempre os Pais extrovertidos têm filhos extrovertidos, ou pais introvertidos têm filhos introvertidos. Nem sempre o que fazemos ou sugerimos aos nossos filhos – mesmo que sempre com as melhores das intenções, logicamente – é o que os deixa confortável.
Eu mesma criei um trauma de criança, via uma professora no caso (não meus Pais), que me travou com oratória a vida escolar TODA, e até hoje me vejo com dificuldade em algumas situações.
Então, convidei nossa colunista Paula Valente – Orientadora Parental – para falar um pouco sobre esse tema!
Confira abaixo!
“Vai filha, vai ali no bloquinho, é só dançar igual a elas.”
Quem nunca deu um empurrãozinho para o filho se desafiar e participar de uma brincadeira, ou mostrar o que sabe pros amigos do papai?
Porém, muitas vezes essa atitude tida como incentivo, coloca nossos filhos em situações que, para nós adultos, não tem nada de mais. Mas, para eles na idade que estão, podem ser muito constrangedoras.
Tem criança mais descontraída e despachada que leva numa boa, e outras que morrem de vergonha. Essas gravam da situação um momento muito ruim e de total abandono.
Você pode dizer: “Nossa Paula, que exagero!” Mas será mesmo?
Aos nossos olhos adultos pode até parecer exagero. Para pais extrovertidos, não passa de uma grande bobagem.
E como será que é, para o ser humano que está ali do outro lado, vivendo a situação com sua cabeça de criança? Como será que sente a pessoa com o emocional ainda em desenvolvimento? Como deve ser, para alguém com essa personalidade, se desafiar dessa forma?
Conheço criança que, diante de um tombo, faz piada de si mesmo e se diverte com o riso do outro.
Também tem criança que vai morrer de vergonha, se achar a mais desengonçada e outros tantos adjetivos que a façam se sentir menor e ficar presa nessa emoção por horas.
Tem criança que vai se culpar pelo tombo, e outras que imediatamente vão culpar o outro, o lugar, o mundo, qualquer coisa que o coloque no eterno lugar de vítima, tudo para tentar se sentir um pouco menos mal pela situação.
Então, você conhece seu filho? Qual é a sua criança?
É importante conhecer o seu filho, e reagir de acordo com o seu perfil às situações.
Não quer dizer que vamos tentar poupá-lo ou deixá-lo acomodado sem se desafiar, mas sim que vamos saber acolher e ajudá-lo a lidar com o que acontece no seu mundo, um passo de cada vez.
Vamos juntos perceber que um tropeção, um tombo, fazem parte da vida. E então, que aprender a se levantar, tentar de novo e seguir em frente também.
Fazer por eles nem pensar. Evitar que sintam também não é o caminho. Mas estar disponível para acolher, apoiar, fazer junto, é o melhor que podemos fazer.
Ajuda compartilhar suas histórias, estar disponível para treinar algumas situações, buscar junto soluções alternativas, ou apenas estar ali para um colo quando for preciso.
Tudo isso pode dar a segurança de saber que está tudo bem cair. Afinal, todos caem e isso não nos faz menos merecedor de amor.
Ajuda a entender que cair faz parte do aprendizado e está tudo bem.
Nossas crianças estão cada vez mais inseguras e desistindo sem tentar. Nós seguimos empurrando os pequenos despreparados emocionalmente para situações que não conseguem lidar.
Cuidado com a reação que temos diante dos acontecimentos. Atenção ao que tentamos “forçá-los” a fazer achando que não tem nada de mais.
Isso pode ajudar seu filho a dar o primeiro passo, ou criar um abismo ainda maior para sua autoconfiança. Afinal, conhecer quem está do outro lado é o primeiro passo para agir com mais assertividade.
Lembrando que esse outro pode ser seu filho. Mas ainda assim, ser muito diferente de você.
Conheça e respeite sempre o ser humano incrível que você tem em casa.
Por fim, se gostou desse post da Paula, aproveite para ler também: “O seu filho te respeita?“.
Super importante essa abordagem. Geralmente, nos projetamos em nossos filhos….