Uma das primeiras frases que o pediatra do Samuel me disse, logo na primeira consulta, foi: “Quando nasce uma mãe, nasce a culpa”. E é uma das frases mais certeiras que tento evocar em certas situações.

Beatriz Sanmarco e Sam no Natal
A mãe já começa sua jornada na gestação. Junto vêm os medos, dúvidas, incertezas e a culpa.
Por mais desencanada que essa mulher seja, por mais iluminada, somos “hormonalmente” açoitadas por um universo de questionamentos, internos e externos, pela forma que fomos criadas, por nossas crenças.
Toda a ideia de que tipo de mãe vamos ser, vai-se esvaindo no momento do nascimento, pois não existe um manual para isso. Ouvimos inúmeros conselhos, pedidos ou impostos de como seria a melhor forma ou a mais correta de lidar com cada situação do bebê.
Eu, por exemplo, ouvi que expunha o Sam a um ambiente conturbado durante o dia. Só que nesse ambiente só havia ele, eu, o pai e dois cães. Essa seria a explicação para o Sam chorar muito: ele precisava de sossego…
Meu marido e eu meditamos há anos, vivemos num lar tranquilo, e mesmo assim eu me culpei por não dar o sossego adequado ao meu recém-nascido.
Além disso, eu também ouvi que cada choro do bebê era referente a algo específico, de acordo com a cadência desse choro. Tantos solucinhos no choro seriam de cólica, tantos outros de sono, de fome e assim por diante.
Nessa conjuntura da crítica externa, eu cheguei exausta ao pediatra crente que já havia estragado meu bebê.
Imediatamente ele me abordou com um simples conceito: “Siga o seu coração, não siga conselhos nem livros. Cuide do seu filho e o crie ouvindo seu coração e sua intuição!”
Nesse momento eu aprendi que não existem regras nem cartilha. Que meu coração possui em si sua sabedoria para cuidar de minha cria, e a única pessoa capaz de ouvi-lo sou eu! Assim, a frase “Nasce uma mãe, nasce a culpa” desapareceu.
Consequentemente, minha forma de lidar com os perrengues dos primeiros meses foi se transformando e eu fui naturalmente me conectando melhor com o Samuel e suas necessidades.
Hoje isso me parece muito óbvio, porque é o natural.
…Mas, quando eu nasci mãe, eu já nasci com a culpa que me cegou para enxergar isso.
Você sabe quais são “As 10 Maiores Culpas de Mães“? Você não está sozinha…o gritante número de 94% das mães, têm esse tipo de sentimento. Leia para saber mais!
(Samuel hoje tem quase 4 anos.)

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