Poucas vezes na vida perdi a paciência com meus filhos. Tenho milhares de defeitos, mas realmente fui abençoada com o dom da paciência quase infinita com crianças.
O fato de acontecerem poucas vezes, fazem com que minhas crises nervosas com as crianças sejam absurdamente intensas, carregam em si um pouco de todas as outras não-tidas crises e acabam compensando suas ausências. Talvez fosse melhor tê-las aos poucos do que todas de uma vez só.
Há poucos dias, “explodi” com as crianças por conta de uma fieira típica de reclamações infantis sobre o que íamos comer, porquê tínhamos que comer, por que eles têm que ir à missa, por que não podem jogar video game em um domingo de sol etc., etc. e etc.
Um milhão de pequenas ranzizices sobre as coisas que eles TÊM: comida, amor, abundância.
Reclamações sobre ter que ir com o pai e a mãe, casados e que os amam, a algum lugar. Reclamações sobre porquê só eles não têm um Ipad cada um (apesar de terem outros 500 gadgets). Reclamações sobre ter que comer feijão. Ingratidão pura. E simples.
Como não surtar diante da minha incapacidade em conseguir passar o valor da gratidão às minhas crianças? Como? E como conseguir fazê-lo?
Com os filhos muito pequenos, as preocupações acompanham suas então pequenas necessidades vitais: comer, dormir, evacuar. Ao crescerem e começarem a fazer parte do mundo, nossas preocupações voltam-se para quem serão nossos filhos não como tal, mas como cidadãos, como seres humanos.
Como dar na medida certa? E qual é esta medida? Como transmitir valores? Seria tão bom se pudéssemos encontrá-los nas prateleiras de um supermercado!
Face a face com minha própria incompetência em transmitir algo tão básico como a gratidão, briguei com eles. Deveria ter brigado comigo mesma.
A realidade da dureza da maternidade cresce mesmo quanto maiores os kiddos ficam.
Deus nos ajude!
Hugs to all
Priscila Rocha Leite é colunista do Just Real Moms e escreve aqui toda semana. Para ler (ou reler) o post #17 da Pri, cliquem AQUI.