Venha entender o que significa quando algum especialista fala: Deixe seu filho chorar! Acolhimento e evitar o choro são coisas diferentes!
Oi Mamães e Papais! Hoje vamos explicar o que significa: Deixe o seu filho chorar.
De nenhuma forma estamos falando sobre não acolher nossos filhos e sim sobre entender o que cada choro significa!
Hoje, a Dra. Maici Ciari – Pediatra e Consultora do Sono Infantil – trouxe um post bem bacana!
Confiram abaixo!
Primeiramente, este é um título que causa um certo espanto à primeira vista, né?
Mas sim, precisamos deixar nossos filhos chorarem. Porém, calma. Isso é completamente diferente de deixar os nossos filhos chorando.
No livro “Educação Não Violenta”, da Elisama Santos, tem uma frase que fica ecoando na minha mente como se fosse um mantra.
A frase é a seguinte: “Acolher o choro, não é evitar o choro a todo custo”.
De fato, não devemos evitar o choro a todo custo, já que entendemos o choro como uma das formas de comunicação do bebê. Ele nos mostra fome, incômodo, saudade, dor, frustração, tédio, sono e por aí vai.
É esperado que o choro aconteça desde o nascimento e vá diminuindo conforme a criança aprende a falar, reconhece seus sentimentos, vontades e necessidades e consegue se comunicar de forma predominantemente verbal.
Mesmo assim, o choro não deixa de existir. É importante podermos chorar quando precisamos transbordar nossas emoções ao longo de toda a nossa vida.
O que vejo, hoje em dia, é que muitas pessoas confundem a criação com apego com a ausência de choro da criança.
São muitas as perguntas que chegam a mim: “Como fazer um desmame gentil?”, “Como sair de casa para trabalhar sem que meu filho chore?”, “Como mudar a forma de colocar meu filho para dormir sem estresse?”.
Nesses casos, se ser gentil, lidar com a fase de angústia de separação ou não ter estresse significa que o seu filho não irá chorar, precisamos entender o que o choro significa.
Então, devemos sempre acolher o choro e validar os sentimentos que estão presentes.
Esse choro pode ser uma forma do bebê/criança demonstrar uma insatisfação, uma frustração, uma insegurança ou uma tristeza.
Estar presente, acolher e validar é o que devemos fazer sempre!
Quando estamos sempre calando o choro ou evitando ele a todo custo, estamos invalidando os sentimentos dos nossos filhos, não desenvolvemos inteligência emocional e podemos estar vivendo a vida por eles, evitando qualquer situação que os deixem frustrados.
Não quero dizer que devemos dificultar o caminhar ou deixar de ajudar. Mas passar por situações que nos desagradam ao longo da vida e saber como lidar com elas, faz parte da vida de qualquer pessoa.
E, para sabermos lidar com as adversidades, precisamos de inteligência emocional.
No livro “A coragem de ser imperfeito” da Brené Brown, ela traz uma reflexão muito importante sobre não viver a vida pelos filhos e evitar a superproteção. O trecho abaixo foi retirado deste livro e corrobora com essa questão:
“Criar filhos que sejam esperançosos e que tenham a coragem de ser vulneráveis significa recuar da superproteção e deixá-los experimentar a decepção, lidar com os conflitos, aprender a se impor e ter a oportunidade de falhar.
Se estivermos sempre seguindo nossos filhos na arena da vida, calando as críticas e assegurando sua vitória, eles nunca aprenderão por conta própria que têm capacidade viver com ousadia”.
Espero que esse texto possa ter ajudado a entender que é importante deixar que nossos filhos chorem, mas que não vamos deixá-los chorando.
E aí, fez sentido pra você? Então, compartilhe!
Por fim, se gostou desse post, aproveite para ler também: “E o sono da mãe e do pai? Como está?” e “Cama compartilhada: Fazer ou não fazer, eis a questão!”
E ainda, a Isa Minatel – uma Psicopedagoga maravilhosa – tem um curso incrível chamado “Guia da Vida Emocional da Criança“, onde um dos temas abordados é Entendendo a fusão emocional com a criança e o choro infantil.
Vale a pena conferir!

Sobre a Dra. Maici Ciari – CRM-SP 145330/RQE 58674
Instagram: @DraMaici
Mãe da Lola e do Lucas, é Pediatra pela Universidade Santo Amaro
Tem pós-graduação em Nutrologia pela ABRAN e em Emergências Pediátricas pelo Hospital Israelita Albert Einstein e é consultora do sono Materno-Infantil pelo International Parenting and Health Institute (IPHI, Califórnia – EUA).
Atua em na área de saúde infantil há 10 anos.
Hoje, concilia a maternidade com atendimentos online e com a criação de conteúdo sobre como proporcionar para bebês e crianças uma boa rotina, alimentação e sono de qualidade.