sábado, 6 setembro, 2025

Coloque a máscara de oxigênio primeiro em você e depois nas crianças – por Ana Strauss

Olá, moms!

Tudo bem?

Trouxemos um texto excelente da publicitária Ana Strauss, que teve sua rotina revirada de ponta cabeça depois da chegada dos filhos, o Alex e a Alice. Depois que se tornou mãe, ela não conseguiu encontrar um equilíbrio entre a jornada de trabalho super corrida e o tempo que passava com os pequenos, por isso teve uma ideia diferente!

Apaixonada por edição de vídeos, a Ana criou um canal no youtube (o Ases a Bordo) e passou a se dedicar a contar sobre suas viagens, dar dicas para famílias que vão viajar com crianças pequenas e muito mais!

Por isso, hoje a Ana é quem escreveu o post! Confiram o texto super bacana – e que com certeza terá uma grande identificação de muitas mães – que ela fez para o Just Real Moms!

Boa leitura!

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Coloque a máscara de oxigênio primeiro em você e depois nas crianças - por Ana Strauss

Era o início de uma típica sexta-feira. Seis e meia e o despertador toca. Lá vou eu fazer a mamadeira e o leite das crianças, acordá-las, vestir o uniforme, escovar todos os dentes e as janelinhas, fazer tranças, preparar o lanche, gritar “Vamos logo, vocês vão se atrasar” até deixá-las na escola. Só que não. Essa sexta foi diferente. Meu marido me acordou e me entregou um papel enrolado numa fita. Disse baixinho: “Você tem 2 horas para fazer 2 malas. Uma pra você com roupas de verão e outra para as crianças”. Quando abri o papel lá estavam todas as instruções.

Desde que o meu filho mais velho tinha nascido, há 6 anos, eu nunca tinha passado um dia sequer longe deles. Com exceção de um bate-e-volta para ver o show da Madonna com as amigas em São Paulo, que durou menos de 24h.

Quando o Alex nasceu eu decidi que iria abrir mão da minha profissão para ficar mais tempo com ele em casa. Publicitária, trabalhando como editora de comerciais, sempre tive uma vida desregrada antes da maternidade. Finais de semana e madrugadas trabalhando sem dormir, ou se alimentar direito não combinavam com a maternidade.

Um ano depois escolhi outra profissão que me desse mais flexibilidade, comecei a dar aulas de inglês. Decidimos ter outro filho e no ano seguinte a Alice nasceu. Pensei: “agora mais do que nunca eles precisam de mim.” Então diminui a minha carga horária.

Por mais que a decisão de abandonar a publicidade tivesse vindo do fundo do coração, ele mesmo às vezes me lembrava que era aquilo que me fazia bem. Então, depois que todos iam dormir, passei a editar em casa nossos vídeos de viagem, para matar a saudade e “não perder a mão” caso um dia voltasse para o mercado. E isso me deixava feliz!

Até o dia em que, vendo os clipezinhos, meu marido deu a ideia de criarmos um vlog, uma série de vídeos contando sobre a nossa paixão por viajar junto com as crianças. Surgiu o Ases a Bordo.

E a partir de então, toda semana subimos um episódio no Youtube mostrando as nossas experiências e aprendizados pelo mundo. O objetivo: mostrar para outros pais que eles não precisavam adiar viagens bacanas por causa do nascimento dos filhos. Inspirar famílias a levarem seu filhos para rodar o mundo juntos virou a nossa missão.

Porém, aquela que queria mais tempo com filhos, agora estava trabalhando em dobro, na escola e em casa. Eu estava sobrecarregada. E entre notas para entregar e episódios para editar eu comecei a ser a mãe que eu não queria ser.

Aquela sem tempo pra brincar. Que está sempre cansada. Que passa o dia reclamando. Que perde a paciência frequentemente. Que grita. Até o dia em que vi minha filha de 3 anos “brincando de mamãe”. Colocou as bonecas na parede e começou a dar de dedo, tendo um piti. Eu estava estressada e estressando todos ao meu redor. E foi nesse período de turbulência que a máscara de oxigênio caiu.

Sem entender o que iria acontecer perguntei: “Preciso levar biquini?” E a resposta foi afirmativa. As crianças iriam passar o final de semana com os meus sogros e a gente iria viajar para esse “lugar surpresa”.

Chegamos no aeroporto e com o check-in feito via celular fomos direto para o portão de embarque. A espera me deixava mais curiosa. Entramos na fila de embarque de um voo para o Rio de Janeiro. “Você não vai me dar nenhuma dica?” supliquei em vão. A resposta foi curta: “Esse não é o destino final”.

Sem os pequenos para distrair durante o voo, consegui ler a revista de bordo. Depois tirei até um cochilo. Saindo do avião peguei apenas a minha bolsa pequena que estava bem mais leve que a mochila que eu costumava carregar com mudas de roupas extras, brinquedos, suquinhos e bolachinhas.

Pousamos e logo fomos até uma locadora pegar um carro que estava reservado. Conversamos a viagem toda, sem interrupções, como há muito tempo não fazíamos. Traçamos planos para o futuro, estratégias para cortar gastos, discutimos novos cardápios para o almoço, e sim, falamos muito sobre as crianças. O papo estava tão bom, que eu esqueci de tentar adivinhar para onde estávamos indo.

Búzios: dizia a placa. Que delícia, um destino completamente novo para ambos. O hotel boutique escolhido era muito charmoso. Entrei no quarto e não acreditei quando vi pétalas na cama e uma garrafa de champagne no terraço perto da hidromassagem.

Não pude deixar de pensar “Onde estava esse cara romântico com quem tinha casado e há tempos não via?”. A cada momento mais surpresas iam aparecendo. Uma sessão de massagem relaxante, longas caminhadas na praia, restaurantes com vistas lindas, passeio de barco e até aula de surf.

Todos sabem que amo muito meus filhos. Mas eu estava tão contagiada com aquela liberdade, que até as coisas mais simples, como poder comer um prato quente sem precisar dar comida na boca de ninguém, ou mesmo insistir para que comessem tudo eram meu nirvana.

Como eu, que pregava aos quatro cantos do mundo que viajar com os filhos é mais divertido, podia estar
curtindo tanto aquela viagem sem as crias?

Foi quando uma família com crianças pequenas chegou ao restaurante onde, até então, estavam só casais. Os pais pediram a comida e as crianças foram brincar na areia que ficava em frente. Olhei aquela mãe tranquila e me imaginei naquela situação. Com certeza estaria reclamando que eles iriam se sujar de areia depois do
banho tomado.

Sem pedir permissão, aquele sentimento de culpa caiu sobre a minha cabeça. Percebi que todas as nossas ações se refletem em nossos filhos. Se nós não estivermos bem eles não vão estar também. Eu precisava mudar. A saudade apertou e era hora de voltar.

 Ganhei muitos abraços apertados e não consegui segurar o choro quando chegamos em casa. Entendi que precisamos sim, cuidar de nós, para podermos cuidar cada vez melhor deles. Dosar o ser mãe, ser esposa e ser mulher.

Continuo acreditando que viajar em família não só fortalece, mas aperta, bem apertadinho os laços entra pais e filhos. Mas agora passamos a incluir no nosso calendário pelo menos uma viagem a sós por ano. Para não esquecer que somos humanos e também precisamos de atenção.

 

 

 

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8 COMENTÁRIOS

  1. Bem isso Andrea! Com planejamento sempre dá para fazer tudo aquilo que a gente quer. É uma questão de priorizar! ?As vezes precisamos do empurrãozinho de outras pessoas para acordar e ver que tudo passa muito rápido. Se a gente não aproveitar ao máximo o agora, depois pode ser tarde para cuidarmos de nós mesmos. Fico feliz ?em saber que curtiu o texto e tem colocado as viagens no calendário. Ter uma data ajuda muito a gente realizar as coisas que as vezes ficam só no papel. Parabéns pela iniciativa e boas viagens para vcs todos! Bjs ?

  2. Que bacana Giselli! Fico feliz em saber que vc tenha curtido o texto ?Adorei saber que você já testou e também recomenda essas escapadinhas de casal, principalmente nas datas especiais. Sabe que vc me deu uma super ideia de retribuir tudo de bacana que o André fez nessa viagem de Búzios e programar uma surpresa pra ele também! Fiz uma viagem só com a amigas e foi maravilhoso! Tema para um próximos post. Obrigada pelo carinho, bjs ?

  3. Que bom que vc curtiu Adriana! Super recomento essa viagem a dois ? Como falei no texto, vai dar aquele aperto no coração, mais depois vc vai ver como é gostoso e necessário! Bjs ?

  4. Nani querida, muito obrigada pelo carinho sempre! Estamos juntos nessa jornada de levar a filharada para aprender nesse mundo lindo! Bjs grandes ?

  5. Maravilhoso!!!!Sou mãe de três lindos filhos!!!!Mas minha ficha caiu quando meu marido veio com um convite de casamento , que só tinham dois individuais, e o local do casamento onde era , em Quintadinha, Petrópolis.Aí pensei e porque não passar um final de semana juntos só nós dois?Foi excelente!!!!E foi a inspiração .Se temos tempo para trabalhar , temos tempo para viajar com os filhos e sem os filhos!Foi então no ano passado que depois de levarem quase tudo da nossa casa ,deixaram minha casa revirada , devagar estou tendo que arrumar tudo de novo e comprar algumas coisas , que a ficha caiu de vez, e este ano de 2018, resolvemos de 2 em 2 meses passear.Pessoal , é só se programar, diminui um custo aqui , outro ali e depois é só arrumar as malas e curtir muuuito. Um beijo enorme.

  6. Amei o texto !!!! Nossa primeira viagem sozinhos foi aos 10 anos de casados, prova de fogo. 18 dias longe e em outro continente !!!! Deu td perfeitamente certo. Agora em janeiro, fizemos 25 anos de namoro( de casamento são hj, 16) e eu preparei a surpresa pro maridão. Hotel, pétalas, jantar, namoro…foi só uma noite, em nossa cidade mesmo, mas foi tão renovador. Amo meus filhotes, mas estar a sós com marido ou amigas é necessário e delicioso !!!!

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