Vamos sempre trazer relatos de mães que acompanham o nosso trabalho para compartilhar com você! Leia sobre “a Esclerose Múltipla não foi a maior dor que eu enfrentei”, por Luana Toscano!
Oi Mamães e Papais! Hoje uma das nossas seguidoras, Luana P. Toscano, trouxe um relato incrível onde revela que a Esclerose Múltipla não foi a maior dor que enfrentou.
Depois de uma Live maravilhosa no nosso Instagram com o Dr. Rodrigo Thomaz – Coordenador Médico do Centro de Excelência em Esclerose Múltipla do Hospital Albert Einstein – e com a sua paciente, a influenciadora Layla Monteiro, muitas pessoas nos escreveram compartilhando histórias e passagem incríveis.
Ficamos encantadas com a vulnerabilidade e abertura das mães e pais em compartilharem suas histórias, sempre com um propósito maior: o de ajudar o próximo!
A história de Luana é incrível. Ela dividiu conosco – e agora com vocês – alguns dos momentos mais desafiadores da vida dela.
O começo de sua jornada na maternidade não foi fácil…e como sabemos, essa jornada traz desafios constantes.
Mas, sabemos que a baby Bia tem uma super mãe, que a ama mais que tudo e que está disposta a mover o mundo por ela.
Obrigada Luana por compartilhar conosco sua trajetória!
Ah! E quem quiser compartilhar sua jornada, mande o texto para: Contato@JustRealMoms.com.br!
Vim contar um pouquinho da minha história, espero que goste! :)
Me chamo Luana Toscano, tenho 33 anos, portadora de Esclerose Múltipla (EM), sou de Barra do Piraí interior do RJ.
Sou casada com o André, mãe da linda e doce Beatriz de 5 anos, me formei em Direito e sou pós-graduada em Gestão Empresarial.
Atualmente moro em Guaratinguetá- SP e empreendo no ramo da Consultoria em Planejamento Estratégico com foco em Desenvolvimento de Líderes e Equipes.
Ufaaaa! Quanta coisa né?
Isso só diz um pouquinho de mim, porque sinceramente, o que mais me define é o fato de ser uma observadora atenta e apaixonada por pessoas. E, também, estou na busca por convencer essas pessoas que NÃO É A SUA SITUAÇÃO DELAS QUE AS DEFINE, E SIM AS SUAS ESCOLHAS!
Acredite você ou não, a Esclerose Múltipla não foi a maior dor que eu enfrentei, e sim o fato de nascer em uma família com a base totalmente desalinhada, com princípios morais e éticos questionáveis.
Sim, eu enfrentei problemas familiares seríssimos e que me impactaram emocionalmente gravemente, mas hoje eu entendo que tudo foi do jeito que deveria ser.
Entendo que meu pai, minha mãe e meu irmão me deram o que tinham para oferecer.
Isso não significa que está tudo bem. Significa que eu não vou condenar a minha existência e viver uma vida de culpabilização terceira e vitimização, eu vim na vida para ser feliz e mereço isso.
Após um processo contínuo de terapia, eu tomei consciência de mim e fui atrás dos meus sonhos. Entre tantos, o maior deles era construir uma família sólida onde houvesse respeito mútuo, essa é a minha maior conquista.
A vida me presenteou com o André, um cara sensacional, capaz de abrir mão do que lhe é direito só de achar que está prejudicando o outro.
Do nosso amor nasceu a Bia após uma desafiadora gestação.
Ela é daquelas que chega chegando, já na gravidez mostrou que veio para nos proporcionar muitos ensinamentos e testar a nossa fé.
Com 31 semanas de gestação eu me senti mal no trabalho, desconforto abdominal, e quando fui fazer xixi o tampão estava na calcinha.
Ligo para o médico e vou para o consultório, 2 dedos dilatados, ele me interna.
Eu tive uma infecção urinária severa e após 5 dias de medicamento fui liberada para retornar ao meu lar na promessa de seguir no repouso. Eu só tinha autorização de levantar para ir ao banheiro.
Após 2 dias, voltei a dilatar e ela novamente dava indícios de querer nascer, mas já não podíamos fazer a conduta de “segurar” o bebê. O meu único recurso era repouso absoluto com pés da cama levantados.
A lei da gravidade era minha inimiga, eu levantava e o bebê pesava forçando o colo do útero a abrir.Então, os médicos me liberaram para casa novamente com a orientação de não me levantar para nada.
Nessa situação, fiquei +25 dias tomando banho, comendo e fazendo todas as minhas necessidades na cama, até que um dia a noite comecei a sentir uma dor insuportável no alto da barriga.
Liguei para o médico e ele me encaminhou imediatamente para o hospital.
Chegando lá, constataram que não era nada com a bebê e sim comigo. Precisei internar novamente para investigarem.
O resultado: enzimas hepáticas alteradas, mas plaquetas normais. Os médicos suspeitavam de Síndrome de Help – uma situação que pode acontecer na gestação e faz-se necessário tirar o bebê imediatamente para que mãe e criança sobrevivam.
Aguardo 24 horas para repetir os exames, rezando e chorando.
Chega a hora da visita médica, o profissional descarta a suspeita, mas decide que do hospital eu só sairia após o parto. Ele dizia que era melhor me manter lá para qualquer intercorrência.
Fico bem mais 3 dias, quando imploro para me sentar para lavar a cabeça e aliviar os gases que eram muitos.
A enfermeira liga para o médico para pedir autorização e ele deixa por 15 minutos. Ai que delíciaaaaa!
Eu pude sentar na cama um pouco e lavar meus cabelos, mas toda ação tem uma reação, só de sentar sinais de colo do útero afrouxando, chamam o médico, ele viu que a bebê desceu e empurra com a mão.
Ai que dor! Mas, a bebê reposiciona!
Naquela noite sinais com a perda de líquido amniótico a pressão começa alterar a bebê, já sem engordar.
Então, chegou a grande hora da Beatriz nascer!
Eu estava com muito medo e optei por cesárea. Eu já sabia que ela era muita pequena, desde sempre os ultras apontavam isso. Meu neurologista também já havia me informado que haviam registros médicos de bebês de pacientes de EM, com baixo peso.
Ela chega com 44 cm e 2180 kg, mas apesar de miúda nasceu super bem.
Tudo certo, vamos para casa. Mas, e o leite? As enfermeiras falavam que ia descer, eu confiei. Mas o stress foi tanto na gestação, que o leite não veio e estava tudo bem também.
Vida que segue até a Beatriz fazer 1 mês e o telefone da minha casa tocar.
“Alô! Sra. Luana aqui é da Apae de SP, preciso que a senhora compareça aqui daqui 1 semana com a sua bebê. Pegamos uma alteração no exame do pezinho dela e precisamos confirmar.”
Como assim senhor? Que alteração? Insisto para a moça me contar por telefone e após ela dizer que não poderia informar nada, eu peço para falar com o superior dela.
Mas, eu o convenço a me explicar o que estava acontecendo.
Hipotiroidismo congênito. Eu nunca havia ouvido falar, mas a verdade é que todo mundo precisa saber dessa doença, pois o tratamento é muito simples e barato.
A tireóide é responsável pelo hormônio do desenvolvimento. Quando ela não o produz faz-se necessário a reposição sintética. Se isso não for feito, a criança pode ter comprometimentos cognitivos e corporais irreversíveis.
O tratamento custa R$9 por mês e o único trabalho é fazer exames de sangue semestrais no paciente para garantir que a dosagem do hormônio reposto esteja adequada.
Então, sim! Tão importante quanto trazer a Esclerose Múltipla (EM) para vocês é falar sobre o Hipotiroidismo Congênito e a relevância do exame do pezinho nos nossos bebês.
Um recurso disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde que salva vidas!
Com amor, Lu Toscano. :)
Para ler mais relatos, veja a história de Bia Singer falando: “Eu sobrevivi a Depressão Pós Parto e você vai também…“.