Venha entender o que é a violência obstétrica e como podemos prevenir! É importante entendermos e termos total autonomia do nosso corpo, além de proteção e segurança.
Oi Mamães e Papais! Hoje vamos falar de violência obstétrica, o que é e como podemos eventualmente prevenir.
Acho que grande parte de vocês tem acompanhado diversos casos de violência obstétrica com mulheres que tiveram a força para expor suas histórias. Elas, consequentemente ajudaram muitas que já passaram por isso ou até poderão prevenir que isso aconteça com tantas outras.
Hoje a Cinthia Calsinksi – Enfermeira Obstetra e Consultora de Amamentação – vai falar mais sobre isto.
E ainda, entenda os 5 pontos principais quando falamos de violência obstétrica que toda mulher deveria saber que é de seu direito!
Confiram e compartilhem esse post com todas as mamães e papais que conheçam. É importante que todos conheçam seus direitos!
Precisamos falar sobre violência obstétrica.
O acontecimento chocante praticado por um médico anestesista a uma mulher imediatamente após a cesárea levantou o tema mais uma vez em nosso país.
A temática é urgente, e é através das mulheres que podemos mudar o cenário obstétrico no Brasil.
Estou nessa área há mais de uma década, e é nítido como estamos melhores agora, em 2022.
Lá atrás quando falávamos em equipe de parto, ou seja, não é apenas o médico obstetra não, é enfermeira obstetra, doula, pediatra, anestesista, a maioria das mulheres não sabia que montar a SUA equipe era uma possibilidade.
Sala de parto humanizada? Procedimentos necessários, desnecessários, rotinas hospitalares – eu conversava sobre cada possibilidade com minhas clientes, mas hoje elas já chegam com dúvidas, sabendo de muita coisa.
Evoluímos sim, mas falta muito.
Ainda há muita desinformação. Ainda há assistência focada no médico e não na mulher, e infelizmente sabemos que partos respeitosos, escolha de equipe, e possibilidades, não são para todas nós.
Enquanto houver uma única mulher sendo desrespeitada em um momento de tanta vulnerabilidade como é a gestação, parto e pós-parto, não podemos nos calar.
Até quando nós mulheres precisaremos viver em estado de alerta?
E ainda, o que podemos aprender com o caso? Quais pontos podemos trazer à tona, pensando em violência obstétrica, do início ao fim dessa cirurgia?
Quero falar sobre 5 pontos aqui com vocês:
#1 Indicação de cesariana
Quantas mulheres acabam operadas, não podendo ter seus filhos de parto normal por uma indicação inadequada?
Eu conheço várias e tenho certeza que você também.
Até quando as mulheres precisarão estudar as evidências científicas para poderem argumentar que podem esperar um pouco mais, ou que sua condição não é uma indicação de cesárea?
Quando realmente a medicina baseada em evidência vai ser colocada em prática em nosso país? Até quando opinião de especialista vai se sobrepor a ciência?
#2 Sedar a mulher para cesariana
Não há indicação para sedar mulheres em condições clínicas habituais, antes, durante ou após cesariana.
Inclusive, estar em condições de fazer contato pele a pele, amamentar, e estar ao lado de seu bebê trazem benefícios para ambos como menor risco de sangramento, estabilização de frequência cardíaca, respiratória, glicemia, hipotermia, e etc.
O bebê não deve ser separado de sua mãe. Caso precise de algum atendimento ele pode ser feito pelo pediatra ao lado dela.
#3 Lei do Acompanhante
A mulher deve estar integralmente amparada pelo seu acompanhante durante todo o pré-parto, parto e pós-parto, inclusive durante toda a internação.
Isso é LEI.
Houve uma mudança no cenário devido a pandemia, restrições foram impostas, mas já está mais do que na hora de revermos caso ainda haja essa determinação em hospitais e maternidades.
O acompanhante pode ser QUALQUER pessoa escolhida pela mulher, não precisa ser familiar.
#4 Presença de Doula e Enfermeira Obstetra no parto
Ter uma profissional da escolha da mulher que zele pelo seu bem-estar fazendo valer o plano de parto escrito pela gestante e incentivado muitas vezes por estas profissionais.
Ao se ter ao lado uma profissional com informação, que pode questionar condutas inadequadas as mulheres estão mais bem cuidadas.
Infelizmente podemos citar que estão também mais seguras quando pensamos em muitas vertentes da violência obstétrica.
E ainda há médicos e equipes que não trabalham com doula e enfermeira obstetra, e outros que só aceitam trabalhar com profissionais pré-determinados.
Vale lembrar que a equipe é da mulher, quem monta é ela!
#5 Equipe de Enfermagem
Outro ponto que merece destaque desse acontecimento triste é o compromisso da equipe de enfermagem com as pacientes.
Desconfiaram, mudaram a sala, montaram um esquema para filmar, e fazer a verdade prevalecer. Foram impecáveis! Contra fatos não há argumentos.
Infelizmente a equipe de enfermagem (enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem) não tem seu trabalho reconhecido como deveriam, mesmo estando na linha de frente dos cuidados multidisciplinares de qualquer especialidade.
Que continuemos atentas, disseminando informação e cuidando umas das outras.
Seguimos juntas!
Se gostou desse post sobre violência obstétrica, aproveite para ler outros posts escritos pela Cinthia Calsinski, como: “Bebês que recusam o peito! E agora?” e “Os seus primeiros dias com o bebê“.
E ainda, não deixem de conferir uma super curadoria feito com muito cuidado e carinho, de Produtos & Serviços no nosso Guia de Fornecedores.