Confira 5 dicas de uma mãe pedagoga para falar sobre tecnologia com crianças, especificamente sobre a Inteligência Artificial (IA). E inspire-se com 6 frases para ajudar as crianças a entenderem com mais facilidade os impactos no dia a dia.
Oi Mamães e Papais! Vivemos em uma era onde a tecnologia avança mais rápido do que conseguimos acompanhar, né? Entre assistentes virtuais, algoritmos que nos conhecem melhor do que nós mesmos e robôs que aprendem com o tempo (pouquíssimo tempo!), um novo questionamento surge: Como falar sobre Inteligência Artificial com nossas crianças?
O medo da IA é legítimo, afinal, ela já está presente em praticamente tudo ao nosso redor. Mas será que devemos temê-la ou aprender a usá-la de forma consciente e ética?
Neste post, nossa colunista, mãe e pedagoga – Fernanda King – compartilha 5 dicas essenciais para conversar com seus filhos sobre IA e tecnologia, ajudando-os a compreender esse universo de forma segura e equilibrada.
Então, se essa introdução te interessou, leia abaixo e deixe o seu comentário no final do post!
Outro dia me peguei pensando sobre meus medos… depois que a gente se torna mãe, talvez eles sejam realmente mais frequentes.
Recentemente, conversando com uma psicóloga durante a gravação de um podcast, ela me apresentou questões realmente assustadoras, do tipo: e se o melhor amigo da sua filha for um robô?
Ela me indicou a leitura do livro “A Próxima Onda”, de Mustafa Suleyman e Michael Bhaskar, que é basicamente um alerta sobre os riscos que a inteligência artificial e outras tecnologias representam para o mundo – e sobre o que é possível fazer para evitá-los enquanto ainda há tempo. O autor é justamente um dos cofundadores da Inflection AI e da DeepMind, uma das principais empresas de pesquisa em inteligência artificial do mundo, adquirida pelo Google em 2015.
Que tem gente já fazendo os “chatGPTs” da vida de psicólogo, de secretária virtual e de co-autor de textos isso é fato – e só para citar alguns exemplos simples. Mas o medo da Inteligência Artificial (IA) é um sentimento cada vez mais comum. Com a tecnologia avançando a passos largos, muitas pessoas se perguntam se a IA vai substituir os seres humanos ou se tornar uma ameaça para a nossa existência.
Mas o que realmente nos assusta na IA? É o fato de que ela pode aprender e se adaptar mais rápido do que nós? Ou é a possibilidade de que ela possa tomar decisões sem a nossa intervenção? Talvez o medo da IA seja mais uma questão de controle. Nós estamos acostumados a sermos os donos do nosso destino, e com a IA, parece que estamos perdendo esse controle.
No entanto, é importante lembrar que a IA é uma ferramenta criada pelo ser humano. Ela pode ser usada para o bem ou para o mal, dependendo de como a utilizamos. A própria Microsoft recentemente constatou, através de uma pesquisa em parceria com a Carnegie Mellon University, que apesar do aumento da produtividade, a IA pode estar nos deixando “mais burros”.
Eu diria que as consequências de fazermos menos contas de cabeça, utilizarmos menos mapas e afins pode sim deixar nossos cérebros mais “preguiçosos”. E isso certamente é um ponto que temos que cuidar.
Pensando nisso, preparei 5 dicas muito práticas para você começar a conversar com seus filhos sobre o assunto:
#1 Faça perguntas: Sempre comece perguntando o que ele sabe sobre isso. Essa “técnica” vale até para conversas mais difíceis, como sexo, por exemplo;
#2 Use linguagem simples: Explique a IA de forma clara e objetiva, evitando termos técnicos complexos;
#3 Use recursos visuais: Use imagens, vídeos e diagramas para ajudar as crianças a entender melhor, especialmente se forem pequenas;
#4 Foque nos benefícios: destaque a parte boa da tecnologia e como ela pode ajudar a resolver problemas do cotidiano. Na maioria das vezes quem assusta as crianças são os adultos;
#5 Mas também aborde os riscos: Discuta os desafios associados à IA, como a possível perda de empregos e fale sobre privacidade. Então, converse sobre fake news, cyberbullying e afins, mas sem exagerar na dose. Conscientização é importante, e se for somada aos valores já estabelecidos pela família, melhor ainda!
Por fim, veja alguns exemplos de como falar com crianças sobre IA e tecnologia de forma fácil e com exemplos simples:
#1 “Imagine que você tem um robô que pode te ajudar a fazer as tarefas da casa. Incrível, não é mesmo?”
Exemplo prático: Vamos imaginar que você tem um robô que sabe passar aspirador de pó sozinho. Você liga ele, e ele começa a limpar a casa sem precisar de ajuda! Mas, se houver um brinquedo no caminho, ele pode não saber o que fazer. Então, assim como ensinamos um amigo a jogar um jogo novo, precisamos ensinar o robô a reconhecer o que é sujeira e o que é um brinquedo.
#2 “A IA, assim como um superpoder, precisa de responsabilidade.”
Exemplo prático: Mostre um aplicativo de desenho com IA e diga: “Olha só, a IA pode criar um desenho lindo em segundos! Mas quem decide as cores, o estilo e a criatividade ainda é você. É como se fosse um superpoder: quanto melhor você souber usá-lo, mais incrível será o resultado!”
#3 “A IA é como um cérebro artificial que pode aprender e se adaptar. Ela pode reconhecer padrões e fazer previsões.”
Exemplo prático: Você já percebeu que, quando começa a assistir desenhos no YouTube, ele logo sugere outros vídeos parecidos? Isso acontece porque a IA percebe o que você gosta e tenta prever o que você quer assistir depois. Mas ela não adivinha tudo sozinha! Ela aprende com as escolhas que você faz e vai melhorando aos poucos, como quando você aprende a andar de bicicleta – no começo é difícil, mas depois você pega o jeito!
#4 “A IA pode ser um ajudante inteligente, mas nunca um substituto do esforço humano.”
Exemplo prático: Pergunte à criança: “Você já usou o Google para fazer uma pesquisa?” Depois, explique: “A IA pode encontrar informações rapidamente, mas é muito importante checar se elas estão corretas. Assim como na escola, não basta copiar a resposta do amigo sem entender a matéria, certo? A IA te ajuda, mas quem aprende de verdade é você!”
#5 “A IA também precisa aprender a ser justa, sabia?”
Exemplo prático: Mostre para seu filho/a como um assistente virtual responde perguntas e diga: “Sabia que a IA aprende com informações que as pessoas colocam na internet? Se ensinarmos coisas erradas ou injustas, ela pode repetir. É como ensinar um amigo: se ensinamos certo, ele aprende certo!”
#6 “A IA pode ajudar os médicos a diagnosticar doenças mais rapidamente e com mais precisão. Isso pode salvar vidas!”
Exemplo prático: Imagine que um médico tem que olhar mil radiografias para encontrar um osso quebrado. Isso pode levar muito tempo! Mas, se ele tiver uma IA que analisa as imagens e mostra onde está o problema, ele pode cuidar dos pacientes muito mais rápido. É como ter um superpoder que ajuda os médicos a tomar decisões mais rápidas e salvar mais vidas.
Esses exemplos tornam os conceitos bem mais acessíveis, conectando a IA ao dia a dia das crianças de forma didática, divertida e interativa, não acham?
Ah! E por falar nisso, o livro em questão é metade otimista, metade assustador. Mas será possível encontrar um meio-termo entre a catástrofe e a distopia? Será que nossos filhos poderão ter amigos de verdade e usarem os robôs para outros tipos de tarefas? Como a gente pode se preparar para essa tal “nova onda”?
Creio que, em vez de temer da Inteligência Artificial, temos que tentar entendê-la como uma ferramenta poderosa que pode nos ajudar a criar um futuro melhor. Talvez devêssemos focar em como podemos usá-la para melhorar a nossa vida e a vida dos outros.
Com a IA, podemos resolver problemas complexos, melhorar a saúde e a educação, e criar novas oportunidades. Afinal, a esperança é a última que morre, ainda mais quando a gente tem filhos.
Sobre a Prof. Especialista Fernanda King
Instagram: @FernandaKing_Palestrante
Mãe da Pietra, Pedagoga especializada em desenvolvimento infantil, diretora escolar do Petit Kids Cultural Center, CEO da King Consultoria Educacional, escritora e palestrante.