A Ju Bechara, mamãe e expert em alimentação, tem trabalhado para revolucionar essa indústria! O assunto hoje é o caminho para a alimentação como um Estilo de Vida, e não como uma crença limitante….e conheça também os top 5 de como começar a repensar essa jornada da parentalidade de maneira orgânica!
Oi Meninas! Hoje trouxemos a Ju Bechara, uma super mãe empreendedora para compartilhar todo seu conhecimento sobre o caminho da alimentação como um estilo de vida!
A Ju é realmente visionária e está trabalhando para revolucionar e mudar a futuro da alimentação!
Fundadora do Bioma Food Hub, o 1º hub que trabalha inovação e renovação do sistema alimentar do Brasil, ela segue uma alimentação a base de plantas desde 2013.
Quando teve a Joana (Jojo para os íntimos, rs) em 2017, optou por quebrar alguns paradigmas sociais (e familiares) oferecendo à ela a mesma base alimentar que escolheu para si.
Ela traz não apenas uma perspectiva de mãe, mas uma perspectiva de uma profissional maravilhosa!
Confiram!
Ser mãe e empreendedora tem dessas coisas: um texto que era para ter saído em janeiro está sendo redigido meses depois.
Aliás, quando me perguntam do meu segundo filho sempre digo que ele já tem nome e endereço: Bioma Food Hub. E ainda, complemento que assim que ele estiver caminhando com suas próprias pernas a gente pode pensar em partir para o próximo filho, humano – rsrs.
Falar de alimentação pró-planeta tem dessas coisas: temos que nos duelar entre ser mãe, empreender e dedicar muito tempo à literatura. Afinal, o aprendizado nunca acaba e sempre é tempo de conhecer novas linhas de pensamento e estudos científicos embasados.
Por outro lado, ao falar de alimentação infantil, pró-planeta e pró-saúde, pode causar desapontamentos em avós, avôs, tios e bisos – e essa é a tarefa mais dura de todas!
“Mas você não vai colocar nem um docinho ‘normal’?” – foi a indagação que minha mãe me fez quando minha filha completou 1 ano e eu optei por comemorar essa feliz data não só livre de plásticos, mas também livre de açúcares refinados, produtos de origem animal e frituras.
A minha resposta para mamis poderosa?! “O que é normal para você?”
Foi então que uma missão se impôs com ainda mais força em minha vida: mudar a normalidade da alimentação porcaria que é ofertada para nossas crianças.
Pois é, normalizamos tanto o convencional que acabamos por normalizar a insatisfação com os comes e bebes de festas infantis, de buffets infantis, de escolas, de clubes, e de tantos outros estabelecimentos que oferecem uma comida não tão nutritiva e saudável (nem para o indivíduo, nem para o planeta) para nós e nossas crianças.
Puxe pela memória: quantas vezes você já não ouviu uma mãe reclamando do tanto que seu filho (ou filha) se empanturrou de bolinha de queijo e brigadeiro na festa do amigo?!
Não que fazer extravagâncias não seja gostoso. Mas não podemos substituir o gostoso-porcaria por um gostoso-saudável?!
Comecemos por quebrar os pré-conceitos com os alimentos saudáveis: eles podem SIM ser indulgentes e palatáveis. A festa de 1 ano da Joana, por sinal, surpreendeu a todos com suas trufas de cacau e bolo vegano. No mais, nenhuma mãe saiu chateada pelo filho ter tomado rios de Coca-Cola com pastel de queijo.
E foi por discordar dessa normalização do anormal que acredito ter chegado até aqui.
Uma jornada difícil, longa, e muitas – muitas – vezes frustrante. Contudo, necessária e gratificante.
Digo isso pois é frustrante você falar com pessoas que não querem te ouvir. É frustrante você ser vista como aquela que “não deixa sua filha ser feliz” porque troca o Nescau por cacau 100% com açúcar de coco.
É frustrante ser a pessoa que rema contra a maré da tradicionalidade por conta de uma “ideologia” boba.
Afinal, nunca “ninguém morreu de comer brigadeiro” me dizem a todo o tempo – e eu concordo – a grosso modo, mas como dizem outras mães por aí: “Eu estou criando um ser humano e não o tornando num sobrevivente.” (Esse pode ser papo para um outro texto).
Todavia, sabe o que eu digo?!
Que esse é um estilo de vida. E enquanto não aprendermos, como seres humanos, a levarmos uma vida em harmonia com a natureza, onde o alimento desempenha um papel integral no bem viver e bem-estar, seguiremos não conseguindo nos comunicar de maneira eficiente.
Se a minha escolha foi essa, de fazer diferente, é porque acredito no poder da transformação através da alimentação.
E quando falo em transformação não falo apenas da transformação individual. Falo da transformação do mundo, da transformação ambiental, da transformação social.
Se eu, como mãe que vem de um lugar social de privilégios, com acesso à educação e comida de qualidade, não consigo passar essa mensagem para quem está próximo a mim, que dirá para quem vive para colocar comida na mesa?!
A questão é: para passar essa mensagem e encontrarmos empatia em diferentes contextos, temos que voltar algumas casas nesse jogo da vida.
Como?
Entregando o valor de um pensamento sistêmico para cada agente integrante dessa grande rede que se constitui como planeta terra – a casa de todo e qualquer ser humano (até que nos provem o contrário).
Por isso não usarei esse primeiro texto para contar de mim para vocês (aliás vocês podem conhecer um pouquinho mais da Ju Bechara através do IGTV do Just Real Moms).
Mas, hoje usarei esse espaço para fazer um top 5 de como começar a repensar essa jornada maternal (ou paternal) de maneira orgânica, em linha com as premissas de uma vida saudável e sustentável, onde uma dieta saudável e balanceada desde a infância culmine num estilo de vida e não numa alimentação restritiva e cheia de más lembranças.
#1 Comecemos pela barriga: De quanto seu bêbe realmente precisa para sobreviver?
Priorize suas compras de enxoval, avalie o que é realmente necessário.
Fale com as mães mais experientes e não ache que o mundo vai acabar se você não tiver uma cor de roupa diferente para cada dia de maternidade.
Aceite doações de peças usadas – afinal, um recém-nascido usa o mesmo body por no MÁXIMO 3 semanas. Faça com que esses bodies, que duram apenas algumas semanas no guarda-roupa do seu recém-nascido, dure anos e seja parte de diversas outras vidinhas que vêm ao mundo!
Você já viu os impactos da indústria têxtil no meio ambiente e nas relações de trabalho?
Mais: pegue o carrinho surrado da sua irmã, amiga ou cunhada. E quando achar que ele já não aguentará mais nenhuma viagem, lembre que tem mães que dependem de doações – e o que é velho para você, pode ser novo para alguém.
#2 Estímulos e brincadeiras: Entenda de onde vêm os brinquedos que você compra
É sempre gostoso comprar uma coisinha e outra ali. Especialmente quando falamos de nossos amados filhos.
Mas tente entender de onde veio aquele brinquedo: sua produção é local? Qual a matéria-prima utilizada? Quanto tempo aquele item durará? – vamos fazer um top 5 ou 10 sobre isso?
Fiquem ligados!
#3 Alimentação: Pense com carinho nos alimentos que oferta ao seu filho
Não é porque fomos a geração Coca-Cola e não morremos que está tudo bem em dar comida porcaria para o seu baby.
Os estímulos e as experiências podem transformar severamente o paladar dele. A banana, por exemplo, é uma fruta de fácil aceitação. Dificilmente ele recusará.
Não por isso você deve ter receio em oferecer uma pitaya, uma goiaba, uma acerola ou um caqui. Também não se limite a achar que comida de criança é arroz branco e feijão.
Então, dê uma variedade de leguminosas: lentilhas, grão de bico, feijão azuki. A variedade e a experimentação farão a diferença na primeira infância.
Sopa de abóbora, tofu e gengibre? Quem disse que é de adulto? Dá uma espiada aqui nesse instagram: Pediatra Vegano https://www.instagram.com/pediatra_vegano/ e entenda do que estamos falando.
#4 Diversão: Priorize a vida ao ar livre
Leve seu filho para passeios ao ar livre e coloque-o em contato com a natureza. Não faça com que ele se sinta apenas um observador e apreciador do meio natural.
Deixe-o se sentir livre para ser parte daquele ambiente – e aproveite momentos como tal para levar um lanchinho de acordo com o passeio – sem embalagens unitárias, com poucos industrializados, de preferência preparado em casa, com a ajuda dele.
#5 Cada um é um: Não julgue outros pais
Cada jornada é única. O meu processo pode ser diferente do seu e está tudo bem.
Quando aprendemos a respeitar uns aos outros criamos mais empatia e, consequentemente, um ambiente favorável para trocas e aprendizados.
Conseguiremos avançar no âmbito da sustentabilidade como um todo quando entendermos que não há ninguém melhor do que ninguém.
Por fim, somos todos aprendizes de uma vida nada certa. Sejamos gentis: conosco, com as demais espécies, com a natureza.
Espero que tenham aproveitado a leitura!
Como não existem verdades absolutas, a melhor maneira de construir uma relação é sendo clara e verdadeira com o próximo.
Assim foi minha sugestão ao JRM: que começássemos essa relação por meio de uma troca mais genuína e empática.
Afinal, quem sou eu para sair te mandando veganizar ou “flexitarianizar” quando as escolhas alimentares de cada indivíduo – e família – vão muito além do prato?!
