domingo, 7 setembro, 2025

Gravidez por produção independente: Uma jornada rumo à maternidade

Convidamos a Carol Bussab para compartilhar o emocionante relato de sua jornada rumo à maternidade por meio da produção independente. Vamos acompanhar juntas essa história incrível!?

Mãe segurando bebê recém-nascido nos braços, deixados na cama

Olá, mamães e papais! A Carol não deixou que nada a impedisse de realizar o sonho de ser mãe. Uma jornada de produção independente cheia de altos e baixos, mas com um final feliz com a chegada com Baby Bê!

Quem quiser deixar um relato no final do post, vamos adorar e a Carol falou que vai amar responder e interagir com vocês!


São 4 da manhã, o B dorme serenamente ao meu lado. Estou finalizando (assim acho eu) a saga que começou também às 4 da manhã, há quatro dias, com a primeira febre dele. Mais tarde, descobrimos que era Covid leve, mas exaustivo e desafiador, como era de se esperar.

Há alguns dias, a Fê (do Just Real Moms) compartilhou a saga dela para congelar os óvulos. Quem já passou por qualquer tratamento de fertilidade sabe que não é nada fácil: são os hormônios, as expectativas, as frustrações e os inúmeros questionamentos… Enfim, uma saga mesmo. Ao mandar forças e boas energias para ela nesse desafio, descobri que ela não sabia que o B é uma produção independente.

A reação dela, além de muito fofa, foi querer saber mais e me pediu para contar como foi, e não só para ela. Depois de algum tempo, a gente só lembra que eu queria muito ser mãe, e fui atrás até ser, mas não foi tão simples assim.

O início de um sonho e as dificuldades no caminho

Eu me casei aos 30 anos, com um chileno. Larguei tudo no Brasil, mudei-me para Santiago e comecei uma nova vida lá. Nessa nova vida, estavam inclusos os planos de filhos, algo muito claro para nós. Eu sempre amei crianças e a única coisa que sabia desde sempre era que queria muito ser mãe.

Passaram-se quase 4 anos, o casamento não ia bem e, um belo dia, tudo acabou. Dentre os milhares de motivos, porque nunca é só um, ouvi: “Não quero te dividir com mais ninguém.” Esse “alguém”, no caso, seriam os filhos que havíamos planejado. Voltei para o Brasil arrasada, porque na minha cabeça, não só o casamento havia acabado, mas também o sonho de ser mãe.

Por incrível que pareça, a primeira pessoa a me apontar para a produção independente foi meu pai, talvez sem a menor intenção de que isso virasse realidade. Talvez ele só quisesse me acalmar e mostrar que existiam outras alternativas. Não estamos falando de um pai moderno e inovador, meu pai sempre foi bem careta e conservador. Acho que, na hora, ele só queria abafar meu choro.

O tempo passou, um novo relacionamento começou. Ele já tinha uma filha, da mesma idade que a minha sobrinha, e a gente foi levando. Era muito gostoso, a gente se dava bem, mas esbarramos de novo na questão dos filhos. Dessa vez, não foi o egoísmo de me dividir, mas simplesmente a sinceridade de não querer mais filhos.

Para ele, estava bom, o pacote estava completo. Ele não se sentia à vontade de me privar de ser mãe, mesmo que eu já tivesse proposto uma produção independente.

Fim do romance. Foi denso, não se enganem, mas eu queria ser mãe e aparentemente esse era o maior empecilho nos meus relacionamentos.

Bom, então tá, né? Mergulhei no trabalho e segui com aquilo que eu conseguia administrar depois de tanta decepção. Enfrentei uma depressão horrível. Tenho dor de estômago só de lembrar, mas foi enfrentando essa depressão que, novamente, surgiu a sugestão da produção independente.

Foram horas e horas de análise sobre isso, perguntas e mais perguntas. Praticamente um ano inteiro sobre isso, só isso. Todo mundo com quem eu conversava, sem querer, tratava o assunto como tabu: “Imagina, não vai precisar; você vai conhecer alguém legal”, ou “Eu tenho um amigo xpto”, ou ainda “Pra que gastar esse dinheirão? Carnaval tá aí!” Sim, teve de tudo.

Mas eu estava decidida. Então, marquei a primeira consulta, que foi super tranquila. Não ouvi nenhum desses julgamentos acima; ouvi dados científicos, conheci estatísticas, preços (ouch) e saí de lá completamente sem rumo. Lembro de voltar a pé para casa fazendo contas na cabeça, perguntando-me como iria bancar o tratamento. Comecei a conversar com mais pessoas.

Uma amiga médica, que tinha acabado de acompanhar um casal de amigos no parto da filha deles, que também foi FIV, me apresentou à minha atual ginecologista. Conversei com ela, me identifiquei muito mais do que com o primeiro médico. Fiz as pazes com o investimento financeiro, anunciei a decisão para os mais próximos e fui para Paris com uma amiga. Me diverti horrores (mas também trabalhamos). Voltei e, COVID – lockdown!

As tentativas e o final feliz

Passei o isolamento com minha irmã e minha sobrinha, enquanto cuidava da alimentação, me exercitava, meditava e rezava, tudo como manda o figurino, preparando o corpo para os hormônios, a FIV e a gravidez.

Primeira tentativa, plena pandemia: fui para a transferência sozinha, rezei antes de sair de casa, chorei durante todo o procedimento, voltei para casa sozinha e fiquei lá quietinha por 10 dias até fazer o beta. Fiz o beta: negativo. Chorei o choro mais doído da minha vida. Ninguém viu, engoli o choro, esperei o retorno da médica e voltei a trabalhar.

Segunda tentativa, ainda pandemia: cuidei ainda mais da minha alimentação, me exercitei, meditei e rezei. Ouvi a sugestão de conhecer a história de outras produções independentes, mas nenhuma me animou. Elas eram celebridades e eu não me conectava com elas (cabe aqui meu pedido de desculpas, celebridade ou não, o processo é duro igual). Não houve transferência, não houve embrião, houve choro, decepção e cansaço físico e mental.

Precisei de uma pausa. Pausa? Paz? Não sei, mas me permiti desencanar um pouco, tanto que nem lembro se houve mais uma transferência que não deu certo, mas lembro que conheci alguém. E, no início de um relacionamento, antes mesmo de um mês de namoro, tive que colocar as cartas na mesa e comunicar que estava fazendo uma produção independente e que isso não era negociável. Incrivelmente, ele continuou do meu lado e está aqui até hoje.

Fim da pandemia, mais uma tentativa. Primeira gravidez: foram 5 ou 6 semanas de extrema tensão, exames de sangue dia sim, dia não e muita esperança de que o sangramento fosse apenas do embrião se fixando no endométrio (sim, a gente vira especialista).

Até que o beta parou de subir e veio a notícia do aborto.

Parei, chorei tudo que precisava chorar, corri todos os quilômetros que pude, continuei firme e forte na análise, fiquei brava, triste, decepcionada. Senti e vivi tudo o que precisava. Ao meu lado, estavam três profissionais maravilhosas: uma obstetra, minha analista e a fertióloga (sim, essa palavra existe). Elas não me deixaram desistir.

Então, me inscrevi na lista de adoção. Mais uma tentativa, dessa vez com dois embriões. Beta positivo, não comemorei. Ultrassom às 5 ou 6 semanas, com batimentos cardíacos e tudo.

Um embrião só, contei para poucas pessoas. 12 semanas, morfológico ok, contei para mais algumas poucas pessoas. 16 semanas, é um menino, primeiro neto homem de um senhor libanês, imaginem só! 38 semanas, chegou Bernardo, cercado de amor. 9 meses depois, são 5:30 da manhã.

O B dorme, eu acho que vou voltar a dormir um pouquinho mais. Estamos exaustos por causa da Covid. Final feliz para minha história. Eu queria muito ser mãe e não desisti.


Por fim, a Carol deixou a gente compartilhar o email dela, caso alguém queria falar direto com ela no privado: carolbussab@gmail.com.

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1 COMENTÁRIO

  1. Carol, parabéns por não ter desistido. O caminho da FIV é longo, difícil, muitas vezes solitário… Mas no final vale a pena.
    Cada história é única.
    Que bom que temos a medicina e a ciência para nos ajudar. No meu caso foi a maternidade através da Doação de Óvulos de outra mulher.

    Obrigada por compartilhar sua história e que ela possa ser inspiração para tantas outras mulheres a não desistir do sonho.

    Com carinho

    Luly Correia

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