terça-feira, 16 setembro, 2025

Sempre que dói a pega está errada?

Quando se trata de amamentação, uma das primeiras orientações que as gestantes ouvem é sobre a “pega correta”. O termo já circula entre muitas mulheres e é facilmente associado à ideia de que, se a amamentação dói, algo está errado.

mãe amamentando

Olá, Mamães e Papais… É importante compreender que esse conceito não é tão simples quanto parece. A dor nem sempre é sinal de um problema e, muitas vezes, faz parte do processo natural de adaptação da mãe e do bebê.

Neste post, vamos explorar o que é uma pega correta, os fatores que podem influenciar a amamentação e como lidar com os desafios que surgem nesse processo.


O que é a pega correta?

A pega correta, muitas vezes, é associada à ausência de dor durante a amamentação, mas essa não é a única referência para garantir que o bebê está se alimentando adequadamente.

Em termos práticos, a “pega” é o momento em que o bebê se posiciona para abocanhar o seio da mãe. Para que essa pega seja considerada correta, o bebê deve abocanhar não só o mamilo, mas uma boa parte da aréola, de forma a garantir que o fluxo de leite seja eficiente e confortável tanto para a mãe quanto para o bebê.

No entanto, o processo de amamentação é muito mais complexo do que apenas “encaixar” o bebê ao seio.

Existem diversos fatores a serem analisados, como a posição da mãe e do bebê, a forma como o bebê agarra a mama, a estrutura das mamas da mãe, entre outros. Vamos detalhar um pouco mais esses aspectos para entender melhor como a pega correta pode ser atingida.

Aspectos que influenciam a pega correta

Posicionamento do bebê

O bebê deve ser colocado de maneira que seu corpo fique alinhado com o da mãe, de forma que sua cabeça e tronco estejam em uma linha reta. O bebê deve ser levado até o seio, e não o contrário, ou seja, a mãe não deve precisar se inclinar para que o bebê alcance a mama.

O Bebê deve “abocanhar” a aréola, não apenas o mamilo

O bebê deve conseguir pegar uma boa parte da aréola, de forma que o seu queixo toque a mama e seu nariz fique livre para respirar. Isso garante que o bebê consiga realizar a sucção corretamente, estimulando a produção de leite.

Mamas flácidas e a posição das aréolas

Algumas mulheres têm mamas mais flácidas, o que pode dificultar o posicionamento correto do bebê. Se a aréola estiver macia e o bebê não estiver conseguindo abocanhar adequadamente, pode ser necessário ajustar o posicionamento ou, em alguns casos, a mãe pode precisar dar suporte à mama com os dedos para ajudar o bebê a pegar corretamente.

O comportamento da mãe durante a amamentação

A mãe deve ser ativa no momento da amamentação, ajudando a guiar o bebê para a mama e ajustando a posição dele, se necessário.

Deixar o bebê “abocanhar sozinho” nem sempre é a melhor opção, especialmente nos primeiros dias ou semanas de vida, quando o bebê ainda está aprendendo a amamentar.

A dor durante a amamentação: O que ela significa?

Muitas mães se perguntam se a dor durante a amamentação é normal. A resposta é que, em alguns casos, ela pode ser.

No início da amamentação, é comum que a mãe sinta uma dor passageira devido ao alongamento do mamilo, especialmente se for o primeiro bebê ou se a amamentação ainda está sendo ajustada.

Essa dor, que pode durar entre 30 segundos a um minuto, geralmente desaparece à medida que o bebê se acomoda ao seio e o processo de amamentação se torna mais fluido.

Porém, em outros casos, a dor pode persistir durante toda a mamada. Nesse caso, a situação pode ser mais complexa, e não necessariamente está relacionada a um erro de posicionamento ou técnica. Mesmo que a pega pareça correta, existem outras possibilidades que podem estar interferindo no processo de amamentação.

Quando a dor não diminui: O que pode estar acontecendo?

Em alguns casos, mesmo com a técnica correta e o posicionamento adequado, a dor pode persistir. Aqui estão algumas razões pelas quais isso pode acontecer:

Fissuras e irritações nos mamilos

Mesmo que a pega esteja correta, o atrito contínuo pode causar fissuras e irritações nos mamilos, resultando em dor. Isso pode ocorrer especialmente no início da amamentação, quando a pele ainda está sensível.

Linguagem de sucção inadequada

O bebê pode não estar realizando a sucção de maneira eficiente, o que pode causar dor contínua. Isso pode ocorrer por diversos motivos, incluindo a presença de língua presa, um problema que afeta a capacidade do bebê de mover a língua de forma eficaz durante a amamentação.

Produção de leite e engurgitamento

Em algumas situações, a produção de leite pode ser excessiva ou o bebê pode ter dificuldade em extrair o leite corretamente. Isso pode gerar um desconforto contínuo para a mãe, além de aumentar a sensação de dor.

Crescimento do bebê e desenvolvimento da habilidade de amamentar

Em algumas situações, a dor diminui conforme o bebê cresce e se adapta melhor ao processo de amamentação. O processo de amamentação é uma aprendizagem tanto para a mãe quanto para o bebê, e pode levar algum tempo para que ambos se ajustem completamente.

Como lidar com os desafios da amamentação?

Independentemente das causas, é essencial que a mãe não se sinta sozinha nesse processo. A amamentação, embora natural, pode ser desafiadora, e ter o apoio certo pode fazer toda a diferença. Aqui estão algumas estratégias que podem ajudar:

Busque apoio profissional

Consultores de lactação, enfermeiras especializadas e outros profissionais de saúde podem ajudar a identificar problemas na técnica de amamentação ou sugerir alternativas para aliviar a dor.

Apoio familiar e emocional

A rede de apoio familiar é fundamental. Mães que se sentem apoiadas emocionalmente tendem a lidar melhor com os desafios da amamentação. Conversar com outras mães, seja pessoalmente ou em grupos online, pode ser uma boa fonte de suporte.

Tente técnicas de alívio da dor

Algumas mulheres encontram alívio usando pomadas para os mamilos ou compressas de leite materno. Além disso, ajustar o posicionamento do bebê e fazer pausas durante a amamentação pode ajudar a reduzir a dor.

Paciência e persistência

A amamentação é um processo de aprendizado para ambos, mãe e bebê. Às vezes, a solução pode ser simplesmente dar tempo para que o bebê cresça e se desenvolva, ajustando sua habilidade de amamentar de forma mais eficiente.

Conclusão

A amamentação é uma experiência única para cada mãe e bebê, e os desafios podem variar bastante. A “pega correta” é um passo importante para garantir uma amamentação bem-sucedida, mas, como vimos, nem sempre ela resolve todos os problemas.

A dor nem sempre indica que algo está errado, e em muitos casos, ela faz parte do processo de adaptação.

O mais importante é que a mãe tenha o apoio necessário para superar os desafios e seguir com confiança nessa jornada. E lembre-se: você não está sozinha nesse processo. Buscar ajuda e orientação é um passo fundamental para garantir o sucesso da amamentação, sem culpa ou frustração.


E ainda, se gostou desse post, aproveite para ler: “Amamentação e volta ao trabalho: 9 Dicas Práticas” e “Amamentação e o fim de ano? O que fazer!?“.


Este post do Just Real Moms foi cuidadosamente elaborado por um médico altamente qualificado, trazendo informações confiáveis e embasadas para você. Fique por dentro dos insights e conselhos de um verdadeiro especialista no assunto!
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Sobre a Dra. Cinthia Calsinski (CRM 109556)

Mãe do Matheus, da Bianca e da Carolina, Cíntia é enfermeira obstetra, consultora de amamentação e consultora do sono Materno-Infantil. É Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo, Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de SP – Unifesp e formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI).


A INFORMAÇÃO DISPONÍVEL NESTE SITE NÃO SUBSTITUI O PARECER DE UM MÉDICO PROFISSIONAL. SEMPRE CONSULTE O SEU MÉDICO SOBRE QUALQUER ASSUNTO RELATIVO À SUA SAÚDE, À SAÚDE DOS SEUS FILHOS E FAMILIARES E AOS SEUS TRATAMENTOS E MEDICAMENTOS. 

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