segunda-feira, 20 outubro, 2025

Enredo do carnaval 2024: Portela faz homenagem à negritude, maternidade e liberdade

O Carnaval 2024 acabou, mas viemos contar um pouco sobre a homenagem à negritude, maternidade e liberdade realizado pela Portela. Você viram!?

Amigos em bloco de rua no Carnaval 2024

Olá, mamães e papais, como passaram o carnaval 2024? Se viajaram ou curtiram a família em casa, certamente viram que o desfile das escolas de samba do Rio e São Paulo deram o que falar esse ano, né?

A Portela, por exemplo, apresentou o enredo “Um Defeito de Cor” na avenida, inspirado no livro homônimo de Ana Maria Gonçalves. A história é uma homenagem à negritude, maternidade, e liberdade, seguindo a trajetória de Luiza Mahim, uma mãe africana em busca de seu filho no Brasil.

A escola celebrou a resistência e a história dos negros no país, enfatizando a importância da memória, identidade, e o legado das mães negras. Foi emocionante assistir! Então, é sobre esse enredo que conversaremos hoje!

Conheça o enredo do carnaval 2024 da Portela

A Portela, no Carnaval 2024, apresentou um enredo emocionante em homenagem à maternidade, focando na experiência das mulheres negras. Inspirada na obra “Um Defeito de Cor”, a escola explorou temas de negritude, resiliência e a importância da figura materna na cultura e história.

Através de alegorias ricas e performances impactantes, como a de Bianca Monteiro representando Oxum, a Portela tocou corações e provocou reflexões sobre a luta contínua por dignidade e respeito.

A inclusão de Marinete Silva, reforçando a memória de Marielle Franco, destacou a luta contra a violência e a importância do matriarcado.

A escola trouxe à luz a história, a cultura e as lutas das mulheres negras através da figura da maternidade, promovendo reflexão, reconhecimento e valorização dessas experiências.

Ao homenagear essas trajetórias, a Portela contribui para a discussão sobre racismo, violência e resistência, reafirmando a relevância do samba como forma de expressão social e política.


Então, qual a história de “Um Defeito de Cor”?

Se existe uma obra capaz de nos transportar para os recantos mais íntimos da história brasileira, essa obra é “Um Defeito de Cor”, escrita pela renomada autora brasileira Ana Maria Gonçalves.

Publicado em 2006, este romance épico é um verdadeiro mergulho nas complexidades da escravidão no Brasil do século XIX, contado através da vida marcante de uma mulher extraordinária: Kehinde.

A sinopse de “Um Defeito de Cor” nos leva por uma jornada emocionante, atravessando gerações e continentes.

A história começa na África, berço da protagonista, que é capturada e escravizada, sendo posteriormente enviada para o Brasil. Aqui, somos apresentados não apenas às agruras da escravidão, mas também à resistência, à esperança e à luta pela liberdade.

O que torna este livro verdadeiramente excepcional é a maneira como Ana Maria Gonçalves tece a narrativa. Ao longo das páginas, testemunhamos a trajetória de Kehinde, mas também a de sua família e de outros personagens que cruzam seu caminho.

Cada capítulo é uma peça do quebra-cabeça, revelando os horrores da escravidão, mas também a resiliência do espírito humano.

Além disso, “Um Defeito de Cor” é uma obra que desafia as fronteiras do tempo e do espaço.

Com maestria, a autora entrelaça passado e presente, criando um diálogo entre as gerações e lançando luz sobre os legados da escravidão que ainda ecoam em nossa sociedade contemporânea.

Por meio da história de Kehinde, somos confrontados com questões profundas sobre identidade, pertencimento e justiça. O livro nos convida a refletir não apenas sobre o passado, mas também sobre o presente e o futuro de uma nação marcada pelo peso de sua história.

Dois dias após o desfile emocionante da Portela na Sapucaí, Um Defeito de Cor se tornou a obra mais vendida do país na Amazon.


Qual a importância de colocar a maternidade negra como protagonista de um enredo de escola de samba?

Colocar a maternidade negra como protagonista em um enredo de escola de samba é um ato de reconhecimento e valorização de uma parte essencial da identidade brasileira que muitas vezes é negligenciada ou marginalizada.

Essa escolha não só celebra a diversidade cultural do país, mas também promove a representatividade e visibilidade de uma experiência que é fundamental para a história e cultura do Brasil.

A maternidade negra é uma força que sustenta comunidades, perpetua tradições e transmite saberes ancestrais. No entanto, ao longo da história, tem sido frequentemente invisibilizada ou reduzida a estereótipos limitados.

A Portela desafiou essas narrativas estereotipadas e contribuiu para a desconstrução de preconceitos e estereótipos enraizados na sociedade, promovendo a inclusão e o respeito. Sobretudo quando convidou mulheres mães negras, anônimas e famosas, que lutam e resistem contra o racismo em suas vidas.

Vestida com trajes africanos, Taís Araujo desfilou pela escola neste ano e exaltou a obra que inspirou o enredo.

 

Taís Araujo e Lazaro Ramos no Carnaval 2024 desfilando pela Portela
Taís Araújo e Lázaro Ramos na Portela — Foto: Reprodução/Instagram

Ao longo de sua carreira, Taís tem usado sua plataforma e visibilidade para promover discussões importantes sobre diversidade e representatividade na mídia e na sociedade como um todo.

Sua voz ressoa nos palcos e telas (recentemente através da peça “O Tempo da Montanha” e do filme “Medida Provisória”), mas também em palestras, entrevistas e nas redes sociais, onde ela compartilha suas opiniões e experiências, inspirando muitos a refletir sobre questões de justiça social e empoderamento.

Seu ativismo transcende as fronteiras do entretenimento, impactando positivamente a vida de muitos e contribuindo para um Brasil mais justo e inclusivo.

Quem também esteve em um dos carros alegóricos do desfile foi a autora do romance, Ana Maria Gonçalves, um dos maiores nomes da nossa literatura nacional.


Por fim, confira o samba enredo da Portela 2024 no carnaval 2024

O samba genuinamente preto
Fina flor, jardim do gueto
Que exala o nosso afeto
Me embala, ô Mãe, no colo da saudade
Pra fazer da identidade nosso livro aberto

Omoduntê, vim do ventre do amor
Omoduntê, pois assim me batizou
Alma de Jeje e a justiça de Xangô
O teu exemplo me faz vencedor

Sagrado feminino ensinamento
Feito águia corta o tempo
Te encontro ao ver o mar
Inspiração a flor da pele preta
Tua voz, tinta e caneta
No azul que reina Iemanjá

Salve a Lua de Benim
Viva o povo de Benguela
Essa luz que brilha em mim
E habita a Portela
Tal a história de Mahin
Liberdade se rebela
Nasci quilombo e cresci favela

Salve a Lua de Benin
Viva o povo de Benguela
Essa luz que brilha em mim
E habita a Portela
Tal a história de Mahin
Liberdade se rebela
Nasci quilombo e cresci favela

Ora yê yê, Oxum, Kalunga
É mão que acolhe outra mão, macumba
Teu rosto vestindo o adê
No meu alguidar tem dendê
O sangue que corre na veia é Malê

Em cada prece, em cada sonho, nega
Eu te sinto, nega
Seja onde for
Em cada canto, em cada sonho, nego
Eu te cuido, nego
Cá de onde estou

Saravá, Kehinde
Teu nome vive
Teu povo é livre
Teu filho venceu, mulher
Em cada um de nós
Derrame seu axé

Saravá, Kehinde
Teu nome vive
Teu povo é livre
Teu filho venceu, mulher
Em cada um de nós
Derrame seu axé

O samba genuinamente preto
Fina flor, jardim do gueto
Que exala o nosso afeto
Me embala, ô Mãe, no colo da saudade
Pra fazer da identidade nosso livro aberto

Omoduntê, vim do ventre do amor
Omoduntê, pois assim me batizou
Alma de Jeje e a justiça de Xangô
O teu exemplo me faz vencedor

Sagrado feminino ensinamento
Feito águia corta o tempo
Te encontro ao ver o mar
Inspiração a flor da pele preta
Tua voz, tinta e caneta
No azul que reina Iemanjá

Salve a Lua de Benin
Viva o povo de Benguela
Essa luz que brilha em mim
E habita a Portela
Tal a história de Mahin
Liberdade se rebela
Nasci quilombo e cresci favela

Salve a Lua de Benim
Viva o povo de Benguela
Essa luz que brilha em mim
E habita a Portela
Tal a história de Mahin
Liberdade se rebela
Nasci quilombo e cresci favela

Ora yê yê, Oxum, Kalunga
É mão que acolhe outra mão, macumba
Teu rosto vestindo o adê
No meu alguidar tem dendê
O sangue que corre na veia é Malê

Em cada prece, em cada sonho, nega
Eu te sinto, nega
Seja onde for
Em cada canto, em cada sonho, nego
Eu te cuido, nego
Cá de onde estou

Saravá, Kehinde
Teu nome vive
Teu povo é livre
Teu filho venceu, mulher
Em cada um de nós
Derrame seu axé

Saravá, Kehinde
Teu nome vive
Teu povo é livre
Teu filho venceu, mulher
Em cada um de nós
Derrame seu axé

Em cada um de nós
Derrame seu axé
Em cada um de nós
Derrame seu axé

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