Em celebração do Setembro Laranja, nosso colunista Dr. Paulo Telles, traz dicas de como prevenir à obesidade infantil. Confira abaixo!
Oi Mamãe e Papais! Hoje trouxemos um post incrível sobre o Setembro Laranja. Para quem não conhece, é o mês do combate à obesidade infantil.
Os números de obesidade têm aumentado assustadoramente nos últimos anos e agora, com a Pandemia do Covid-19, o sedentarismo e maus hábitos se tornaram mais evidentes também.
A obesidade não traz apenas inúmeras consequências físicas para esta criança desde cedo e até a fase adulta, mas sérios problemas psicológicos e sociais.
Nosso colunista, o Pediatra Dr. Paulo Telles, traz informações riquíssimas no tema, além de exemplificar todos as consequências da obesidade e como podemos trabalhar para preveni-la.
Confira abaixo e não deixem de mandar para outras mães e pais!
Estamos entrando no mês de combate à obesidade infantil, talvez o tema mais importante das últimas décadas quando falamos de saúde infantil.
Estamos vivendo uma epidemia de ganho de peso, de sobrepeso e obesidade. Temos que encarar a obesidade de forma complexa, e direta!
A criança obesa é uma criança doente!
Pode ser difícil muitas vezes de ouvir e enxergar desta forma, mas só assim conseguiremos melhorar este cenário tão preocupante.
Os números são assustadores:
Em 1975 existam 11 milhões de obesos, sendo que destes apenas 1,6% eram crianças.
Em 2016, 41 anos depois chegamos a 126 milhões de obesos no mundo, destes 14% são crianças, estou falando de quase 18 milhões de crianças e isso antes da pandemia da Covid-19.
Certamente hoje em 2021 estes números estão muito piores.
Temos que alertar e entender que o melhor momento para mudarmos estas estatísticas é a infância, pois 80% dos adolescentes que estão obesos serão adultos obesos.
A prevenção, conscientização é sem dúvidas a melhor forma de cuidar para que nossas crianças e adolescestes sejam adultos saudáveis.
Você sabia que existe uma associação clara entre obesidade na infância e maior risco de mortalidade por doenças cardiovasculares na vida adulta?
Além também de uma maior associação com doenças dermatológicas, endocrinológicas como diabetes, gastrointestinais, neurológicas, ortopédicas, como desvio de coluna e problemas articulares, problemas psicológicos e sociais como depressão, baixa autoestima, alterações respiratórias, como apneia, bem como limitações funcionais, e aumento em 40% de taxa de câncer na fase adulta.
Além de maior taxa de complicações em doenças como a Covid.
A obesidade não é só um desbalanço entre o que se come e que se gasta, precisamos acabar com o pensamento que o obeso é sem vergonha, pois come porcarias, porque é desleixado.
É preciso de uma vez por todas perder o preconceito, entender que na grande maioria dos casos existem fatores genéticos, que incluem mudanças que se iniciam desde o momento que o bebê está dentro da barriga da mãe, com alterações epigenéticas, que podem alterar a programação metabólica, endocrinológica e gerar propensão a ganho de peso, preferência por alimentos mais calóricos e até nível de saciedade diferente.
Existem problemas Psicológicos, algumas doenças e problemas como depressão, ansiedade, podem sim trazer consigo comportamentos alimentares inadequados.
Claro que erro alimentar contribui e muito com a obesidade, o consumo atual de alimentos hipercalóricos a tendência de porções enormes, muito açúcar, aumento de consumo de produtos processados e ultra processados, muitas vezes de mais fácil acesso e custo menor que alimentos mais saudáveis também influenciam no ganho ponderal.
A redução de atividades, uso excessivo de telas, computadores, jogos eletrônicos também favoreceram este desbalanço.
Então, devemos encarar a obesidade como uma doença, somos nós pais os responsáveis por dar bom exemplo, comer de forma adequada, balanceada, estimular uma relação saudável com a comida e uma rotina com atividades físicas diárias e ajudar no tratamento da criança, que deve ser sempre multifatorial
Com estímulo a hábitos alimentares saudáveis e atividade física apropriada a cada idade.
Redução do tempo de tela, acompanhamento com pediatra, endocrinologista, psicólogos e participação ativa dos familiares nas mudanças de hábitos e rotina da criança.
Então, podemos sim mudar esta realidade, precisamos conscientizar a todos que a mudança começa o quanto antes for possível, desde o útero, depois na amamentação e na primeira infância.
Por fim, cuidar e prevenir que uma criança seja obesa mudará o futuro da saúde mundial.
Se gostou desse post sobre o Setembro Laranja e o combate à obesidade infantil pelo Dr. Paulo Telles leia também: “Violência contra mulher: Como mudar essa história?” e “Qual o papel do Pai nos cuidados e criação das crianças?”

Sobre o Dr. Paulo Nardy Telles (CRM 109556 | RQE 93689)
Instagram: @PauloTelles
Esposo, Pai do Léo e da Nina Pediatra e Neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
- Formado pela Faculdade de Medicina do ABC
- Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de Medicina da USP
- Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP
- Título de Especialista em Pediatria pela SBP
- Título de Especialista em Neonatologia pela SBP
- Atuou como Pediatra e Neonatologista no Hospital Israelita Albert Einstein 2008-2012
- 18 anos atuando em sua clínica particular de pediatria, puericultura