terça-feira, 21 outubro, 2025

Será que meu filho é gago? – por Lílian K Pereira, fonoaudióloga

Oi, moms! Tudo bem?

Vocês sabiam que existe uma fase no aprendizado da fala das crianças que elas podem ficar um pouco “gaguinhas”? Então, descobri que é supernormal e que nós, mães, não precisamos nos preocupar tanto. O Olavinho passou rapidamente por essa fase e cheguei a me preocupar, mas durou muito pouco tempo e hoje ele é uma “matraca” e fala tudo super bonitinho!

Para tranquilizar as mães que estão passando por isso, convidamos a Lílian K Pereira, fonoaudióloga especializada em Audiologia e mestre e doutora em Linguística Aplicada, para nos escrever um texto sobre este assunto.

Espero que gostem!

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E quando fica difícil de falar? Conversando sobre a gagueira! 

Como em todos os outros aspectos, o processo do desenvolvimento de linguagem oral é peculiar a cada criança. Algumas começam a falar rápido, já outras demoram um pouquinho mais e/ou trocam os sonzinhos, o que às vezes é tido até como engraçadinho…

Mas aí, ao perceberem que, de uma hora pra outra, o (a) pequeno (a) tagarela passa a hesitar, travar e gaguejar, a preocupação bate na porta! A dúvida logo vem: “Será que ele (a) é gago?”.

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Durante o processo de desenvolvimento da linguagem oral, que se encerra por volta dos cinco anos de idade, a criança passa por várias etapas e a gagueira pode estar presente em algum momento. Mamãe, fique tranquila! Isto não significa necessariamente que, ao se tornar adulto, ela continuará gaguejando.

A gagueira é uma alteração no ritmo normal da fala. Ou seja, é uma interrupção na fluência da fala, que se caracteriza por repetições de palavras ou sons, hesitações ou bloqueios. Atire a primeira pedra quem nunca perdeu a fala ou que simplesmente não tenha fluido! Todos nós já tivemos tal dificuldade e são diversas as causas.

Existem diferentes graus (normal, leve e severo) e causas (fisiológicas, funcionais e/ou orgânicas), que nos permitem diferenciar a disfluência normal das crianças da gagueira – um distúrbio de comunicação que precisa ser tratado:

Disfluência normal:
se a criança apresenta episódios de disfluência que somem e reaparecem depois de semanas ou ocasionalmente apresenta hesitações ou repete por uma ou duas vezes as sílabas ou palavras (por exempo: fala “bo-bo-bola ao invés de bola”), provavelmente ela apresenta uma disfluência normal e está com a linguagem se desenvolvendo a pleno vapor!

Gagueira: Por outro lado, se a criança é disfluente em boa parte do seu discurso, repete as sílabas/palavras por mais de duas vezes, apresenta tensão para falar ou evita situações/palavras, ela realmente pode ter um quadro de gagueira.

 

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Deixo para vocês, algumas dicas importantes para comunicação com qualquer criança:

Mostre-se interessado pela conversa da criança e interaja com ela, fazendo-a se sentir segura;

Nunca complete a palavra que a criança está tentando dizer;

Nunca ria e nunca deixe ninguém rir ou fazer piada por causa da gagueira/disfluência do seu filho;

E lembre-se sempre: se importe mais com o que a criança está falando do que como aquele conteúdo está sendo dito.

Bem, espero ter contribuído trazendo um pouco de informações aos leitores!

Até a próxima,

 

Lílian K. Pereira (CRFa: 2/14684)
Fonoaudióloga especializada em Audiologia e Mestre e Doutora em Linguística Aplicada

Instagram: @fonoliliankp

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Oba! Chegou a hora de conversarmos!

35 COMENTÁRIOS

  1. Meu neto foi dormir bem, e acordou gago, isso ja tem uns 20 dias, e vejo que cada dia estar piorando mais…estou desesperada levo ou não levo na fono? ou espero fazer 6 meses pra ver se ele volta ao normal… me ajude

  2. Oi bom dia vou explicar a vcs o que esta passando…Resulta que tenho un filho de 4 anos e meio que se chama Gabriel.Gabriel começou a falar mais claro com 3 anos e meio,mas qdo começou falar,falava fluidamente,nunca percebi quadro de gagueira.Agora de duas ou 3 semanas para cà,tenho percebido que ele se trava muito,exagerado…incluso faz gestos con as mãos,incluso con os olhinhos,Eu e meu marido estamos muito preocupados,como de uma hora ou outra isso começa acontecer??Meu filho nunca se travava?Ñ sei que fazer…gostaria de saber si isso são fazes normais,devo me preocupar??

  3. Boa Tarde,
    Meu filho te 2 anos e 11 meses tem uns 5 dias que ele começou a gaguejar,e são palavras que ele falava frequentemente e perfeitamente, almoçou, satisfeito,comer… percebi também que ele não consegue falar e começa a espremer os olhos pela dificuldade que sente. Estou bastante preocupada.
    Maira

  4. Olá, Dra. Lílian meu filho tem 4 anos, fala algumas palavras corretas mas percebi que quando vai pronunciar frases ele só pronuncia um enrolar de palavras que ninguém entende

  5. Bom dia !!!meu filho com dois anos e meio ele começou a gaguejar, e já vai fazer seis anos,em maio, e até hoje ele gagueja. Já fizemos um tratamento de um ano com fonoaudióloga e psicólogo e mesmo assim ele ainda gagueja, tem dias e situações que é mais forte e outros ele não gagueja. Estou ansiosa porque a orientação que recebi era que até cinco anos ia passar.

  6. Boa noite,
    Percebi que depois que meu filho fez a cirurgia das amidalas e da adenóide, ele começou a gaguejar. Será que é por conta da cirurgia ? á vai fazer um ano.

    • Olá Fernanda, tudo bem? Apesar de você ter percebido que os episódios de gagueira se iniciaram na época da cirurgia, não existe uma relação direta entre os dois fatores. E você disse que já se passou um ano desde então…portanto valeria a pena você levá-lo para uma avaliação fonoaudiológica! Espero ter te ajudado um pouquinho! Estou à disposição para outros esclarecimentos aqui ou pelos meus contatos (email: fono.liliankp@gmail.com ou Instagram: @fonoliliankp). Abraços, Fga Lilian Kuhn Pereira

  7. NÃO ÉUM COMENTÁRIO ,MAS SIM UMA PERGUNTA MEU FILHO TEM CINCO ANOS HJ,MAS QUANDO ELE TINHA DOIS ANOS ELE FEZ UMA MINE CIRUGIA DEBAIXO DA LINGUA OS MEDICOS ME DERAM UM PRAZO ATE QUE ELE COMPLETASSE CINCO ANOS PARA DESENVOLVER A FALA .O QUE DEVO FAZER PRA AJUDA-LO QUE TECNICA DEVO USAR?????????

    • Olá Orielma, obrigada pelo seu comentário! pela sua descrição, a cirurgia realizada nele foi a de frenectomia, que tem o objetivo de melhorar a mobilidade da língua e facilitar a produção dos sons da fala, a mastigação e a deglutição, mas não está diretamente ligada ao desenvolvimento da linguagem. Ou seja, a não-realização da cirurgia não impede que a criança fale, mas dificulta que a produção dos sons de fala aconteça de forma correta. Seu filho ainda tem alguma dificuldade para falar? Se ainda houver, sugiro que procure um fonoaudiólogo! Bom, espero ter ajudado um pouquinho. Estou à disposição para outros esclarecimentos por aqui ou pelos meus contatos (fono.liliankp@gmail.com / Instagram: @fonoliliankp) Abraços, Fga Lilian Kuhn Pereira

  8. Olá Pedro, seu filho é bem pequeno ainda e realmente pode ter ficado com medo e ansioso por causa dos trovões. Tente conversar com ele, apesar da disfluência que ele está apresentando. Uma conversa com a professora também seria importante para entender o que acontece(u) por lá. Aguarde tranquilamente mais alguns dias e, se o quadro não cessar, sugiro que procure um fonoaudiólogo!Bom, espero ter ajudado um pouquinho. Estou à disposição para outros esclarecimentos por aqui ou pelos meus contatos (fono.liliankuhn@gmail.com/Instagram: @fonoliliankp) Abraços, Fga Lilian Kuhn Pereira

  9. Boa tarde, li o vosso post e achei muito interessante. Eu estou desde ontem bastante preocupado com o meu filho. Ele tem 2 anos e 10 meses, sempre falou bem, ainda que ás vezes quando quer falar depressa demorasse a arrancar a frase. Mas isto de uma forma rara, normalmente fala perfeitamente. Ontem quando o fui buscar á escola reparei que ele estava completamente gago, chega a repetir mais de dez vezes a mesma silaba. Perguntei-lhe várias vezes se tinha corrido tudo bem na escola e sempre me disse que sim, já depois de jantar lhe perguntei diretamente porque estava a gaguejar e ele respondeu-me que foi por causa do trovão. Ontem houve muita trovoada durante a manhã enquanto se encontrava na escola. Hoje a situação mantem-se, já falei com várias pessoas e ninguem tem conhecimento de um caso destes. Será que me pode ajudar ou dar alguma indicação do que devo fazer? Será uma gaguez momentânea ou devo procurar ajuda? Estou preocupado que possa ser algo neurológico. Muito obrigado pela vossa atençao.

  10. Muito legal o post! So gostaria de fazer um adendo, o trabalho de um fono pode fazer milagres nesse sentido, porém ser gago não é o fim do mundo! Meu noivo é um pouco gago (diz ele que era muito pior quando criança) e nao deixa de ser genial, bonito e respeitado no trabalho por isso! E leva tudo numa boa! Não é como se fosse uma doença!
    Quero muito ser mãe e acredito que temos que estar preparadas para tudo e jogar fora todos os nossos preconceitos!
    O blog é maravilhoso!
    Beijos

  11. Oi Juliana, fico feliz que você gostado do texto, foi escrito com carinho! Adorei seu comentário também!

    É sempre importante mostrar a forma correta da palavra às crianças, para que elas aprendam e tentem aprimorar as suas produções de fala. Entretanto, o adulto deve fazê-lo de maneira indireta, criando situações nas quais possa dizer “aquela” palavra, sem mostrar explicitamente à criança que ela errou.Então, que tal ao invés de dizer ” você falou bola, né?”, você fazer um comentário sobre a bola ou brincar de ‘cadê a bola’?!

    Bom, espero ter ajudado um pouquinho. Estou à disposição para outros esclarecimentos por aqui ou pelos meus contatos (fono.liliankuhn@gmail.com/Instagram: @fonoliliankp)

    Abraços,
    Fga Lilian Kuhn Pereira

  12. Adorei o post Ju, muito interessante e de grande valia para as mamães que estao nesta fase!
    Gostaria de tirar uma duvida com a Dra Lilian também,,,,quando estamos com as criancas, nesta fase de conversa e brincadeiras, se a criancas nao fala a palavra de forma correta nos devemos repetir como ela pronunciou ou dizendo a forma correta (exemplo…a vc falou bola né)?? Muito obrigada, beijos!!!

  13. Reforço o pedido acima. Minha filha tem 3 anos e troca o R pelo L em palavras como laranja, que ela pronuncia lalanja. Devo treiná-la para falar direito ou deixar que ela aprenda sozinha? Devo procurar um fonoaudiólogo ou é normal?
    Confesso que andei treinando com ela o “triiiim” do telefone, mas ela não consegue…rs.
    Reforço que ela fala absolutamente tudo e tem um vocabulário enorme, mas ainda troca o R pelo L.
    Obrigada!

    • Oi Dany, que fofa! Acredito que seja normal pois conheço varias crianças que falam assim.Mas vou pedir para a Lilian responder com maior conhecimento técnico e profissional! Beijos e obrigada pela participação

    • Olá Danielly, tudo bem?
      como expliquei brevemente para a sua xará, Dani, os sonzinhos do /r/ e do /l/ são bastante parecidos! E no caso da sua filha, ela é ainda mais novinha…Talvez ela até já distingua os dois sonzinhos, mas não consegui produzir o mais difícil (/r/). Então, pode aguardar um pouco mais!
      Ah, é claro que você pode incentivá-la a falar, mas o faça durante as brincadeiras e que sem que se torne um sofrimento para ela, ok? :)

      Bom, espero ter ajudado um pouquinho. Estou à disposição para outros esclarecimentos por aqui ou pelos meus contatos (fono.liliankuhn@gmail.com/Instagram: @fonoliliankp)

      Abraços,
      Fga Lilian Kuhn Pereira

  14. Meninas!!!!

    Muito bom esse post. Quero aproveitar e pedir um post com ela sobre a troca do R pelo L , o famoso “cebolinha” . Meu filho tem 4 anos e começou a falar super cedo, tem um bom domínio da língua mas ate hj faz essa troca. Algumas pessoas já me disseram que e normal ate os 5 anos mas fico um pouco preocupada e gostaria de saber ate que ponto e normal.Será que ela poderia contar pra gente um pouco mais sobre esse assunto?

    Obrigada!!!

    • ​Olá Dani, que bom que você gostou do post!
      Realmente, a troca do Cebolinha é famosa e muito comum. rs
      Bem, é realmente​,​ por volta dos 05 anos de idade, que as crianças tem o processo de desenvolvimento de linguagem ​completo. Por isso, as pessoas costumam esperar até essa idade! ​​Os sons do /r/ e do /l/ são muito semelhantes, tanto na produção quanto na percepção. Então, se ele já consegue fazer o /l/, eu sugiro que, através de brincadeiras e travas-línguas, estimule-o a perceber as diferenças entre tais sons, mostrando sempre a forma adequada da palavras. Se depois de algum tempo, você não notar que ele mudou a forma de falar o R (mesmo que não seja ainda um R “de verdade”), vale levá-lo para um avaliação fonoaudiológica, ok?!

      ​Bom, espero ter ajudado um pouquinho! Estou à disposição para outros esclarecimentos por aqui ou pelos meus contatos (fono.liliankuhn@gmail.com/Instagram: @fonoliliankp)

      Abraços,
      Fga Lilian Kuhn Pereira​

  15. Dra. Lilian, obrigada por trazer um pouco de conforto. Tenho uma filha de 3 anos, que começou a falar com 2. De repente ela ficou gaga. E noto q ela fica bem mais gaga comigo do que com os outros, ex escola, etc… Ateado devo esperar e entender q énormal? Obg suzana

    • Olá Suzana, tudo bem? É muito bom saber que o meu texto te trouxe um pouco de conforto!

      Sobre o quadro apresentado pela sua filha, me ajude a pensar alguns pontos:
      – Juntamente com a gagueira, ela passou a ter uma linguagem mais complexa, ou seja, agora o vocabulário está amplo, as frases com mais palavras, e ela produz alguns sonzinhos que antes não fazia? Se sim, pode ser que ela esteja só em uma fase de “desequilíbrio”, pois está em pleno desenvolvimento de linguagem!
      – Quanto aos diferentes “níveis” de disfluência relacionado às pessoas: será que, só com você, ela fala consegue se comunicar mais e, portanto, gagueja mais? Observe esse ponto!

      – Se a sua filha tem gaguejado em grande parte da fala dela, se parece apresentar um sofrimento para falar (tensão/hesitação/evita situações/palavras), é recomendável que você procure um fonoaudiólogo para orientação/avaliação. A intervenção precoce é sempre a melhor solução! :)

      Bom, espero ter ajudado um pouquinho. Estou à disposição para outros esclarecimentos por aqui ou pelos meus contatos (fono.liliankuhn@gmail.com/ Instagram: @fonoliliankp)

      Abraços,
      Fga Lilian Kuhn Pereira

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