Você sabe por que devemos chamar uma criança com deficiência pelo nome? Confira este post e compartilhe com amigos e familiares!
Oi Mamães e papais, hoje nossa colunista Carola Videira – Founder da Turma do Jiló – vai explicar por que devemos chamar uma criança com deficiência pelo nome.
Confira e aproveitem para compartilhar, pois este post é super importante!
Dias desses, me peguei novamente assistindo na TV um trecho do filme Extraordinário.
Para quem nunca viu, o longa narra a vida de Auggie Pullman (foto acima), um garoto que nasceu com uma síndrome que gera características diferentes na face. Ele passa a infância enfrentando barreiras para provar que as suas marcas não o definem.
Entre as várias lições importantes de inclusão e respeito que o filme nos transmite, ele me toca sempre, pois mostra um problema profundo na vida de pessoas com deficiência, incluindo o João, meu filho: ser reduzido a uma única característica.
Somos todos seres complexos, uma deficiência não é capaz de traduzir uma pessoa por completo, ela é apenas parte da sua identidade.
Ao longo da vida, incontáveis crianças com deficiência têm dificultada sua formação de identidade. Isso porque regularmente elas são tratadas como aquela criança “especial”, “atípica”, “diferente”, para não dizer termos piores e depreciativos.
Outro equívoco muito comum é tratar pessoas com deficiência como “heróis”, sempre evocando o lado da superação.
Ainda é bem normal ouvirmos frases do tipo: “Nossa, ele conseguiu fazer isso”.
As pessoas com deficiência executam determinados movimentos simplesmente porque são capazes de fazer, e não para mostrar que estão indo além do limite.
Essa narrativa de superação costuma vir carregada de um “coitadismo” que novamente o rotula como uma pessoa “diferente”, “especial” e “anormal”. Vimos muito esse tipo de discurso na Paralimpíada.
Eu me pergunto: por que meu filho e outras crianças com deficiência não podem simplesmente serem chamadas pelo seu nome e serem tratadas como qualquer outra pessoa?
A verdade é que todos nós temos uma enorme diversidade de características físicas e de personalidade que nos tornam únicos.
Ganhamos um nome exatamente para retratar a união de todas essas múltiplas características em uma identidade pessoal.
Assim, não precisamos e não devemos evocar as pessoas por uma característica isolada. Seja ela uma deficiência, o formato do corpo, a cor da pele, ou qualquer particularidade, pois não estamos respeitando as pessoas em sua integralidade.
Isso é o que chamamos na Educação Inclusiva de “capacitismo estrutural”, onde atitudes preconceituosas que estão enraizadas na sociedade isolam e limitam a vida das pessoas com deficiência.
Os pré-julgamentos (ou preconceitos) invalidando o seu direito de terem reconhecidas na sociedade as suas identidades complexas, completas e singulares.
Ser tratada com dignidade e igualdade, tendo seus direitos reconhecidos e respeitados, é o que a grande maioria das pessoas esperam, sejam elas pessoas com deficiência ou não.
No filme, o grande sonho de Auggie era apenas cruzar o pátio do colégio sem ser notado.
Vejam: ele não queria privilégio ou tratamento especial. Queria apenas poder andar no meio das crianças sem olhares de espanto, de dó ou de deboche.
Queria ser reconhecido por quem ele era e não por UMA de suas muitas características físicas, intelectuais e emocionais.
Fomentar ações inclusivas é essencial para desconstruir essas visões simplistas sobre pessoas. Precisamos falar sobre isso em todos os ambientes.
Mesmo com aquelas pessoas que adotam atitudes preconceituosas simplesmente por não saber lidar com o diferente e se justifica dizendo “que não fez por mal”.
Não é o caso de julgá-las, mas sim, de tentarmos reconstruir conceitos e retransmitir novos valores, estimulando práticas inclusivas para ampliar o olhar sobre a humanidade de cada uma das pessoas à nossa volta, independentemente de suas características.
Por fim, se você aprendeu com este post sobre por que devemos chamar uma criança com deficiência pelo nome, aproveite para ler: “Ter um aluno com deficiência não é atraso para classe, mas sim um avanço!“.