Um dos grandes mitos da odontologia é o da grávida que não pode ir ao dentista. A gestante não apenas pode, como deve se consultar preventivamente e realizar algum tratamento quando necessário.
Oi Mamães e Papais! Hoje viemos responder à pergunta: Grávida pode ir ao dentista?
Como percebemos que essa dúvida é super frequente, principalmente entre as mamães de primeira viagem, achamos interessante abordar este assunto!
Hoje, a nossa Colunista, Dra. Lígia Coutinho – Cirurgiã-dentista Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares – vai falar sobre o Pré- Natal odontológico, como doenças dentais afetam a saúde do bebê e as 3 principais alterações bucais na gestação.
Venham ler para entender!
Gravidez não é doença
Durante a gestação são muitos os procedimentos que não podem ser feitos, mas saiba que negligenciar a saúde bucal não é um deles.
Então, é muito importante realizar um acompanhamento com seu dentista, buscando evitar o agravamento de problemas pré-existentes, e também para prevenir o surgimento de novas doenças.
O cuidado com o sorriso da futura mamãe deve ser redobrado – até porque, um descuido pode, inclusive, provocar um parto prematuro.
A saúde geral do bebê começa a se estabelecer na barriga da mãe. A boca é a porta de entrada para muitas doenças e, por isso, necessita ser tratada junto com a saúde geral da mulher.
Logo, as gestantes devem procurar um especialista para fazer o pré-natal odontológico.
Os benefícios de hábitos mais saudáveis da paciente grávida certamente se estenderão ao bebê, através de medidas preventivas que minimizam a possibilidade do surgimento de várias patologias na criança, entre elas a cárie.
Pré-Natal odontológico: orientação e prevenção para mamãe e o bebê
A gravidez é um período que envolve uma série de mudanças físicas, psicológicas, metabólicas e hormonais bastante complexas.
Assim, torna-se uma etapa favorável para a promoção da saúde, pois é o momento que essas transformações estimulam a grávida a mudar seus hábitos, buscar informações e adquirir novas e melhores práticas de saúde.
O pré-natal odontológico é um atendimento essencial para evitar problemas que possam afetar a saúde do bebê.
A gestante terá orientações quanto a prevenção de problemas gengivais e periodontais, dieta equilibrada, além de receber tratamentos quando necessário.
É o momento também em que a futura mamãe receberá orientação dos cuidados com o recém-nascido, como a amamentação e hábitos, por exemplo.
Neste atendimento com a gestante, o odontopediatra é um agente na promoção da saúde bucal, que contribui com a desmistificação de medos e mitos relacionados à atenção odontológica durante o pré-natal e as alterações que podem ocorrer nesse período.
A paciente grávida no consultório
Problemas dentais interferem diretamente na saúde do bebê e podem desencadear em parto prematuro ou bebês de baixo peso, quando não tratados adequadamente.
Estudos recentes indicam que o período ideal e mais seguro para o tratamento odontológico é durante o segundo trimestre da gestação. (Fontes: Biblioteca Virtual em Saúde do AM e Saúde Bucal da Gestante – Universidade Federal do Maranhão)
Porém, como mencionamos acima, a odontologia oferece condições seguras em todas as fases da gravidez.
Na primeira consulta do pré-natal odontológico, a gestante deve informar na anamnese sobre seu histórico médico anterior e atual, para que se estabeleça um plano de tratamento odontológico seguro e individualizado.
As mudanças fisiológicas que ocorrem durante a gestação incluem transformações em todo o organismo, inclusive a cavidade bucal e na fisiologia oral.
Ocorrem aumento da salivação, náuseas e enjoos, alterações na gengiva, ganho de peso, hipotensão postural e outras transformações.
O atendimento da paciente grávida envolve desde procedimentos como profilaxia (limpeza), aplicação de flúor (de acordo com as necessidades da futura mamãe) e remoção de irritações locais que possam estar agredindo a gengiva.
E até o aconselhamento preventivo para a saúde bucal da mãe e do bebê.
As 3 principais alterações bucais na gestação
Existem três principais alterações geralmente associadas à gravidez: a gengivite gravídica, o tumor gravídico e a cárie dentária.
A gengivite pode ser prevenida mediante a remoção do biofilme dentário por meio de uma boa higiene bucal em casa e profilaxia profissional mensal ou trimestral, dependendo da necessidade de cada paciente.
Por isso, é necessário um controle adequado. Os cuidados principais são: limpeza diária dos dentes com escova e fio/fita dental!
As alterações bucais na gestante são passíveis de prevenção, o que é muito importante, pois a presença de doença periodontal em gestantes pode ter implicações na saúde do futuro bebê, devido à sua relação com a ocorrência de partos prematuros e bebês de baixo peso ao nascimento.
Os hábitos alimentares inadequados e higiene bucal precária são fatores de risco para o surgimento da cárie e doença periodontal.
As mudanças na dieta (introdução de mais carboidratos e/ou maior frequência alimentar), as mudanças na higiene oral (desatenção e/ou dificuldades na escovação devido a ânsias de vômito) e ainda a maior ocorrência de vômitos, podem desequilibrar o meio bucal e aumentar o risco nas gestantes de desenvolver cárie.
Esse desequilíbrio do meio bucal, se não for acompanhado de cuidados especiais, pode causar uma descalcificação da estrutura dental, que leva ao problema.
A gravidez sozinha não é uma condição para a cárie, mas sim a placa bacteriana.
Um controle efetivo dessa película de bactérias, o pré-natal odontológico e uma higiene bucal completa, o risco do aparecimento desse e outros problemas bucais, caem drasticamente.
Por fim, se gostou desse post explicando se Grávida pode ir ao dentista, aproveite para ler também da Dra. Lígia: “Aparelho em dente de leite, o quanto antes, melhor!” e “Odontopediatra: Quando devo fazer a primeira consulta?”