Hoje, compartilhamos um texto do Dr. Davi Buttros – médico especialista em reprodução humana dedicado ao trabalho com mulheres de idades avançadas em busca pela maternidade.
Oi Meninas! Hoje o assunto é a busca pela maternidade! Cada vez mais vemos mulheres esperando mais para ter filhos, dedicadas ao trabalho ou simplesmente optando por ser mãe mais velha.
Achamos super interessante esse assunto uma vez que vemos muitas amigas nossas trilharem esse caminho.
Então, convidamos o Dr. Davi Buttros, médico especialista em reprodução humana dedicado ao trabalho com mulheres de idades avançadas em busca pela maternidade, para falar sobre isso.
Ele compartilhou um trecho de seu mais novo livro: “Sentidos da Vida – A busca pela maternidade nos limites da vida reprodutiva”.
Imagine-se caminhando numa trilha, com o objetivo de conquistar algo extremamente importante para você e sua família.
De repente, depara-se com uma montanha, onde no ponto mais alto está sua recompensa.
O desejo de chegar lá é incontestável e, muitas vezes, inexplicável. Porém, há uma montanha pela frente.
A mata fechada e o tempo nebuloso ocultam as dificuldades do trajeto para se chegar ao topo, único local onde brilha o sol.
De baixo, você até consegue enxergar o ponto que quer alcançar, mas não sabe, exatamente, como será o caminho para chegar lá.
Esta é a dura realidade de muitas mulheres com infertilidade que, no limite da sua capacidade reprodutiva, ainda desejam carregar um filho no colo.
A idade avançada, a reserva ovariana insuficiente, a falta de recursos financeiros e o esgotamento emocional para os tratamentos representam a desafiadora montanha à frente que a família precisará transpor para que possa ter sua desejada e amada recompensa em seus braços.
Neste cenário, a busca pela maternidade percorrerá, invariavelmente, um deste cinco caminhos:
- Parar e interromper a caminhada;
- Seguir por mais tempo com as tentativas naturais para engravidar;
- Realizar tratamentos de Reprodução Assistida com óvulos próprios;
- Iniciar tratamentos com óvulos doados;
- Adotar uma criança.
Um destes cinco caminhos deverá ser trilhado, mesmo que a decisão seja parar. Retornar, para fazer aquilo que não foi feito no passado, não é mais uma opção para a mulher com idade avançada.
Desistir é um pensamento recorrente diante de todas as dificuldades que aparecem aos casais que procuram ajuda para engravidar.
Contudo, o sonho pela maternidade costuma falar alto e constantemente desperta o desejo de dar um passo à frente.
Seguir com as tentativas naturais costuma trazer a sensação de andar em círculo.
A esperança de uma surpresa positiva se desgasta aos poucos durante a longa caminhada com a impressão de retornar sempre ao mesmo lugar.
O ideal de ter um filho com o próprio óvulo parece óbvio, mas pelo fato de ser um dos caminhos com menor chance de sucesso, faz muitos casais desistirem ou protelarem, perigosamente, a decisão de seguir neste percurso.
Já o caminho com óvulos doados, em mulheres com idade avançada ou baixa reserva ovariana, é uma das opções com maior chance de alcançar uma gravidez.
Porém, para muitos casais este atalho contém os “espinhos da aceitação” daquilo que foge do seu desejo inicial.
A adoção, que aparenta ser um caminho fácil, logo de cara mostra sua grande barreira burocrática, também afastando muitas famílias deste nobre e delicado trajeto.
Por fim, não há caminhos fáceis e, seja qual for a decisão, há uma subida íngreme pela frente.
Devemos não apenas entender as dificuldades técnicas do momento reprodutivo da mulher, mas também saber responder de forma precisa as suas dúvidas, medos e incertezas.
Indicar qualquer um desses caminhos sem um poder forte de argumentação não trará a segurança necessária aos casais e o risco de desistirem será, certamente, maior…
*Trecho do livro “Sentidos da Vida – A busca pela maternidade nos limites da vida reprodutiva”, autor Dr. Davi Buttros, especialista em reprodução humana.
Se gostaram desse post, aproveitem para ler “10 dicas para quem está tentando engravidar“!