sábado, 6 setembro, 2025

Agressividade no contexto escolar – por Daniela Nogueira

 

Olá, moms!

Tudo bom?

No mês passado, a nossa queridíssima colunista e psicóloga, Daniela Nogueira, falou um pouco sobre a agressividade no contexto escolar e foram muitas as leitoras que se interessaram pelo assunto.

Já que o feedback foi grande, ela nos escreveu um segundo post sobre o comportamento das crianças na escola.

A Daniela, além de psicóloga, é idealizadora do projeto Pais em Ação, que apoia pais e mães na educação dos filhos oferecendo aconselhamento personalizado e domiciliar com um olhar de profundo respeito pela criança. Ou seja, as dicas dadas por ela são verdadeiros aprendizados!

Confiram o texto feito exclusivamente para o nosso blog!

 

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Agressividade no contexto escolar - por Daniela Nogueira

 

Qual a primeira pergunta que podemos nos fazer quando lidamos com uma criança que está passando por momentos difíceis e tendo comportamentos agressivos na escola?

Creio que em primeiro lugar devemos entender que isso é um pedido de ajuda e enxergar o ato agressivo como um sintoma de algo que incomoda a criança. Devemos nos afastar ao máximo da tentação de rotular o pequeno como a causa e o problema em si.

Neste post queria dividir algumas possibilidades a serem exploradas em equipe ‘pais e escola’. Vamos lá?

É preciso investigar o fator ansiedade, será que o aluno entende como funciona a escola? As normas sociais e regras “não ditas”, mas que ainda assim são esperadas das crianças, será que ele entende?

Caso não entenda, a criança pode agir de forma agressiva para se defender de situações que não compreende. Além disso, como qualquer ser humano, a criança pequena tem necessidade de relacionamento e atenção. Desse verdadeiro desejo relacional, surge a necessidade de ser compreendido. Quando não se sente aceita e compreendida, a criança pode agir baseada na rejeição que sente por não ter a devida atenção ou não lhe darem o devido valor.

Então, queridos pais e professores, é essencial ouvir os pequenos, não só escutar o que eles dizem, mas fazer uma troca real e afetiva com eles. Não existe aprendizado sem afeto, por isso tenho uma certa dificuldade em aceitar quando escuto que não há tempo ou nem sequer é o local adequado dar este tipo de atenção na educação infantil. É adequado sim, é preciso sim!

A criança pode estar agressiva por apresentar as seguintes inabilidades: expressar seus sentimentos de forma saudável, mudar de plano quando o que ela queria deu errado (frustração), passar por momentos de transição (como da despedida dos pais para a entrada, do pátio para a sala de aula, do lanche para sala de artes etc.) A boa notícia? Habilidades podem ser adquiridas com tempo e paciência!

Não se pode negar o fator de uma possível identificação com a figura paterna ou materna. Crianças são como esponjas: elas absorvem bastante o que é dito, mas agem baseadas principalmente no que elas observam de seus principais líderes – papai e mamãe, além, claro, da babá, da professora etc. Por isso, é essencial sermos bons modelos de comportamento!

Outra possível causa ou agravamento da agressividade pode ser a necessidade de expressar sentimentos legítimos de raiva, por motivos reais ou fantasiosos e que talvez ainda desconhecemos. Será que alguém da família adoeceu/faleceu? A babá de tantos anos “sumiu” e nada foi explicado? Nasceu um irmão? A mãe fez uma cirurgia e não pode dar atenção ou pegar no colo?

Ao não compreender o que está acontecendo em casa, a criança chega na escola com sentimentos confusos, com raiva, e na 1ª oportunidade põe tudo para fora, ali no meio do pátio mesmo, tudo “por causa” de um baldinho de areia, de um carrinho ou de uma fantasia de super-herói. Mas o irmãozinho nasceu faz cinco meses! Hmmm… Será que a criança teve tempo de assimilar os fatos e as mudanças? Seres humanos pequenos não processam fatos e sentimentos no mesmo ritmo que adultos e durante esse processo sentimentos negativos como raiva e agressividade podem aparecer. Há muitos anos tive um aluninho que jogou uma boneca para fora da sala de aula aos gritos, quando lhe perguntei de forma bem blasé o que houve, ele respondeu mais blasé ainda: “é a minha irmã” se referindo à recém-chegada caçula da família.

Seria possível escrever sobre muitas outras possibilidades para a questão da agressividade na escola, porém, o importante é expandir o olhar, adquirir conhecimento sobre o desenvolvimento infantil, sobre a criança em particular e depois pensar junto à equipe da escola maneiras efetivas de ajudá-la. Isso faz parte do compromisso que temos como pais, educadores, professores e comunidade.

Até o próximo post!

 

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Por Daniela Nogueira

Especializada na abordagem Pikler-Lóczy em Paris, França, está envolvida no universo infantil há mais de 15 anos com experiências em co-educação nos EUA, trabalho terapêutico em instituições e abrigos para crianças e atuação como professora na educação infantil em escolas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro. 

 

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