Olá, moms!
Tudo bem?
O post de hoje foi escrito exclusivamente para o blog Just Real Moms, pela nossa colunista, a psicóloga Carla Poppa. No texto, ela aborda um tema extremamente delicado: como explicar para uma criança, a perda de algum parente ou amigo próximo. Afinal, qual é a melhor forma de abordar e lidar com essa situação?
Texto imperdível para todas as mamães!
Boa leitura!
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Como ajudar seus filhos pequenos a enfrentar a morte de uma pessoa querida?
Enfrentar a perda de um familiar ou de uma pessoa querida é uma experiência muito dolorosa e que nos coloca em contato direto com o grande mistério que envolve a morte. Quando se tem filhos, essa experiência apresenta ainda mais um desafio, uma vez que a criança também vai precisar da ajuda dos seus pais para entender o que aconteceu e para lidar com os sentimentos que essa experiência provoca.
O desafio já se apresenta no momento de contar para a criança que alguém próximo a ela morreu. Quando a criança é pequena, os pais muitas vezes optam por usar metáforas como “ele (a) foi fazer uma longa viagem” acreditando que estão, de alguma forma, poupando a criança e facilitando a sua compreensão sobre a morte. No entanto, as crianças pequenas com menos de sete anos não conseguem ainda apreender a simbologia que existe por trás dessas falas. Isso quer dizer que se alguém contar para uma criança nessa faixa etária que o avô foi fazer uma viagem muito longa, por exemplo, ela vai entender essa afirmação ao pé da letra e pode começar a se questionar o que o levou a querer viajar e se afastar das pessoas queridas. Ou seja, esse tipo de explicação além de não ajudar a alcançar uma compreensão sobre a morte, também pode provocar sentimentos como a mágoa e a culpa, que não precisariam ser despertados nesse momento.
Então, sempre que possível, é melhor dar a notícia para a criança de maneira simples e honesta, e acolher as perguntas que ela possivelmente fará. Desse modo, a criança pode começar a entrar em contato com o que de fato aconteceu e tentar entender o conceito da morte ao mesmo tempo em que começa a desenvolver novos recursos para construir um sentido para essa experiência.

Assim como no exemplo anterior, a criança até os sete anos ainda não consegue compreender o significado de conceitos abstratos como a morte ou a ideia de que uma pessoa não vai voltar “nunca mais”. A forma com que a criança tem de entender esses acontecimentos é pela sua experiência. Ou seja, na medida em que o tempo passa e a criança vai vivendo na ausência da pessoa que morreu, ela pode aos poucos começar a assimilar o que significa a frase que lhe disseram: “ele (a) morreu”. Por isso, é comum que ao longo do tempo, a criança mesmo que tenha sido comunicada da morte continue perguntando pela pessoa. Essas perguntas podem ser respondidas sempre da mesma forma e são uma forma de ajudar a criança a assimilar a ausência da pessoa que morreu.
Na medida em que a criança vai assimilando esse fato, ela pode começar a expressar os sentimentos provocados por essa situação. Então, passado algum tempo é possível que a criança expresse a tristeza e a saudade que sente da pessoa. A forma de expressar esses sentimentos pode variar muito. Enquanto algumas crianças, mesmo bem novinhas, já conseguem nomear o que estão sentindo e pedir o apoio dos pais nesses momentos, é possível que muitas crianças ainda não tenham desenvolvido essa habilidade e reajam a esses sentimentos das mais diferentes maneiras: podem ficar mais agitadas ou agressivas como forma de evitar o contato com a tristeza, ou também é possível que comecem a se queixar com frequência de dores físicas. Isso porque a tristeza também é um conjunto de sensações experimentadas no corpo. Nesses casos, é importante que os pais estejam atentos aos comportamentos recorrentes que a criança pode começar a apresentar após a morte de uma pessoa próxima para que a ajudem a identificar e expressar o seu sofrimento.
Quando isso é possível e a criança expressa a saudades que sente da pessoa que morreu, ela vai precisar dos seus pais para construir um sentido para essa experiência, o que a ajuda a não ficar paralisada no contato com esse sentimento. Para isso, é muito positivo quando os pais resgatam e entram em contato com a sua própria fé e conseguem compartilhar com a criança as crenças que costumam apaziguar o seu próprio sofrimento. Assim, esse processo de enfrentar a saudades e construir um sentido que permita conviver com esse sentimento para seguir adiante na vida é um caminho que o adulto precisa localizar dentro de si para poder guiar a criança na sua experiência.

Carla C Poppa é psicóloga formada pela PUC-SP, fez especialização em Gestalt Terapia pelo Instituto Sedes Sapientae. É mestre e doutoranda em desenvolvimento infantil na PUC-SP.
Atende em seu consultório, na Rua Dr. Veiga Filho, 350, em Higienópolis, crianças, adolescentes e adultos, onde também orienta pais e cuidadores em sessões individuais ou em grupo.
Para falar com ela escrevam para: poppa.carla@gmail.com ou acessem o blog: http://carlapoppa.blogspot.com







Boa tarde,
Tenho dois filhos com 15 e 9 anos, Perdi meu esposo há 12 dias e meu filho menor não fala do pai, fica indiferente à situação, pegunto se ele tá bem, responde que sim, sendo que sempre foi muito agarrado com o pai, que faleceu em decorrência de um câncer. Isso é normal? Ele é muito tímido. Meu filho mais velho conversa normalmente sobre o assunto e aceitou pois o pai passava muito mal em casa. Gostaria de entender mais essa situação. Desde já agradeço a atenção.
Bom dia,
Este tema foi exatamente o que aconteceu comigo. Meu marido morreu ha 08 anos atras e fiquei com meus dois filhos de 03 e 04 anos para dar a pessima noticia, eles sabiam que minha mãe já tinha morrido, mas eu sempre mostrei a eles uma estrela no ceu e falava que era a minha mae, entao como eles nao a conheceram sabiam que a avo estava no ceu, quando o pai adoeceu e tivemos que lutar com um cancer de prostata, e foi visivel para o Vitor Hugo de 04 anos que era muito agarrado ao pai, que algo nao estava bem, até o dia em que ele foi internado e morreu, eu levei 02 dias para dar a noticia a eles, e disse que ele agora estava no ceu junto com a vovó Olga, o Vitor que ja entendia melhor que o outro irmao chorou muito e qdo ele conseguiu para de chorar me perguntou se podia pegar um foguete pra ver o pai no ceu, foi terrivel pra mim, mas ai eu disse que nao era assim, que qdo ele sentisse saudades do pai, era somente por fotos e ele poderia me pedir pra ver sempre que quissesse, hoje ele tem 12 anos e sabe de td e sao meninos resolvidos, porque eu tento fazer o possivel pra eles, e acho que sao felizes, mas realmente nao é facil darmos esta noticia. Obrigada suas materias sao sempre otimas, e me identifico com varias delas. Obrigada mesmo
Oi Lucia! Imagino o quanto deve ter sido dificil ter que lidar com o seu luto ao mesmo tempo em que precisou amparar seus filhos… mas parece que você conseguiu ficar ao lado deles mesmo quando eles expressavam o quanto estavam sofrendo, o que é um cuidado dificil de ser oferecedio e por isso, muito admiravel!
Fico muito contente em saber que você se identifica com o que eu escrevo! E obrigada por compartilhar a sua experiencia!!
Um grande abraço,
Carla
Oi estou passando por um momento difícil perdi meu marido a um mês e 15 dias temos um filho de sete anos ele não estava doente morreu em doze dias com uma bactéria no pulmão passei esses dias com ele no hospital e meu filho sabia que ele estava doente tenho 28 anos e ele morreu com 32 passamos 12anos juntos meu filho foi para o velório não levei para o enterro não por achar o clima pesado. Todas as noites rezamos para o pai dele .as ultimamente ele tem tido algumas crises de choro. E não sei muito bem como reagir. Assumo que fico sem chao quando isso acontece… Peço pra ele não chorar dizendo que o pai dele estar bem olhando por nós. Mas a verdade é que pra mim tá muito difícil aguentar pois dói muito pra mim ver ele sofrer. Seu blog me ajudou. Mas sei que é complicado pois ele Já entende. Estou meia perdida estou morando com meus pais mas me vejo só pois eles evitam conversar acho que para que eu não lembre nem sofra.