segunda-feira, 20 outubro, 2025

Elásticos de cabelo – Um único modelo de desenvolvimento?

Quando insistimos que todas as crianças se encaixem em um único modelo de desenvolvimento, deixamos de enxergar suas potências. Precisamos parar de procurar elásticos e começar a criar novos penteados.

Crianças correndo de mãos dadas no parque

Oi mamães e papais! Quando acreditamos em um modelo único de desenvolvimento, deixamos de enxergar as infinitas possibilidades que cada criança carrega.

Nossa colunista Dra. Anna Bohn – Pediatra – convida à reflexão: será que estamos limitando nossos filhos por padrões que não os representam?

Neste post emocionante e transformador, ela usa uma linda metáfora com elásticos de cabelo para falar sobre a inclusão e os estigmas em torno da Síndrome de Down.

Uma leitura essencial para repensarmos rótulos e abrirmos espaço para novos jeitos de aprender, brincar e existir.

Então, venha ler com a gente!


Elásticos de cabelo servem para todos? Uma reflexão sobre o olhar à Síndrome de Down.

Imagine o seguinte cenário: Fabi é uma menina de 6 anos. Ela gosta de se arrumar. Toda vez que vai a uma festa de colegas da escola, sua mãe quer fazer um penteado com rabo de cavalo. Busca incessantemente um elástico de cabelo. Mas o cabelo de Fabi é curto. Nem mesmo tentam colocar o elástico — ele se desfaz, escorrega dos pequenos fios.

Chamaram um cabeleireiro, um dermatologista, um pediatra, até um professor da escola para tentar entender o que fazer. Afinal, como Fabi pode ser uma criança sem usar rabo de cavalo?

O diagnóstico: Fabi tem cabelo curto. Nunca terá rabo de cavalo. Orientaram os pais a não comprar enfeites, elásticos ou tiaras. Este cabelo, disseram, nunca poderá ser arrumado de outro jeito, colocando uma poda de ideias, de possibilidades, de criatividade. Afinal, a culpa é da criança, que nasceu assim.

“Mas o que fazer num mundo onde todas as crianças têm cabelos longos e lisos — e Fabi tem cabelos que não crescem? Certamente, nossa culpa não é.”  –  disseram.

Agora, e se trocarmos o cabelo e o elástico por “criança com síndrome de Down”?

Quando insistimos que todas as crianças se encaixem em um único modelo, deixamos de enxergar suas potências. Precisamos parar de procurar elásticos e começar a criar novos penteados.

Então, veja abaixo 5 pressuposições comuns com as quais olhamos as crianças com Síndrome de Down:

#1 ⁠“Não pode mamar no peito”

Dizem que, por causa da hipotonia (baixo tônus muscular), bebês com síndrome de Down não conseguem mamar.

Mas isso não é uma regra. Muitos bebês mamam sim — às vezes com mais apoio, paciência e orientação de profissionais.

Cada bebê é único e merece a chance de tentar, no seu tempo, com acolhimento e sem pressa.

#2 “Não pode brincar porque não fala”

Aos 3 anos, se a criança ainda não fala como as outras, vem o julgamento: “Como vamos saber o que ela quer? Melhor não brincar.”

Entretanto, brincar não depende só da fala. Crianças se comunicam com o olhar, os gestos, os sons.  A comunicação vai muito além do que é falado e impedir o brincar é negar o afeto, a conexão e a linguagem que vai muito além das palavras.

#3 ⁠“Não pode jogar futebol”

Aos 8 anos, não chamam para o futebol porque “não vai ter coordenação” ou “não vai conseguir jogar direito”. Mas o que é jogar “direito”? E se ela só quiser correr, rir, dar um chute torto e comemorar com os amigos?

Toda criança tem direito de participar, mesmo que não faça gol. O aprendizado em relação ao coletivo e jogo em equipe pode beneficiar a todos.

#4 “Está na escola, mas não aprende de verdade”

Muitas crianças na escola, recebem o veredito: “Não vai aprender mesmo.” E assim, sem tentar, vão desistindo dela.

Conclusões precipitados sobre a capacidade de aprender impedem que crianças com síndrome de Down se desenvolvam. Sabemos que, sim, todo cérebro é capaz de aprender.

#5 “Nunca vai ser independente”

Aos 18 anos, já decretam: “Não vai trabalhar, nem morar sozinha.” Já parou para pensar em quantas pessoas sem deficiência também não fazem isso aos 18?

Autonomia se constrói aos poucos, com apoio e oportunidade. Ninguém deveria ter seu futuro decidido por um diagnóstico.


Por fim, se gostou desse post da Dra. Anna, aproveitei e leia também: “Se seu filho NÃO tem Síndrome de Down, este post é para você!” e “Síndrome de Down: A síndrome que chega antes da pessoa“.

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