Oi Mamães e Papais! Hoje vamos falar com vocês, mulheres e homens, tirando o chapéu da maternidade e paternidade. Esse texto pode claramente ser usado para entendermos os nossos filhos, mas hoje o nosso papo é entender o seu parceiro ou parceira!
Você já parou para pensar como os temperamentos influenciam o jeito que amamos, nos comunicamos e até brigamos?
No post escrito por Mariana Ruske – nossa colunista, Pedagoga e fundadora da Senses Montessori School – você vai descobrir como identificar os quatro tipos — colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico — e como esse conhecimento pode transformar pequenos atritos em pontes de conexão.
Entender o seu temperamento, do seu parceiro e até dos seus filhos é um passo poderoso para viver relações mais harmônicas, com mais empatia e menos mal-entendidos.
Prepare-se para insights que vão mudar a forma como você enxerga suas relações.
O friozinho romântico é a ocasião perfeita para celebrar o amor, mas também para refletir sobre como nossas diferenças moldam nossas relações. Os temperamentos – colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico – são como lentes que revelam por que agimos, amamos e nos comunicamos de formas tão distintas.
Compreender essas características pode transformar mal-entendidos em conexão, e literalmente salvar relacionamentos.
O que são Temperamentos?
Os temperamentos, conceito originado com Hipócrates e refinado por estudiosos como Tim LaHaye, são traços fundamentais da personalidade que influenciam nossas emoções e comportamentos.
Cada um dos quatro tipos oferece uma perspectiva única: o colérico é determinado e orientado a resultados; o sanguíneo é extrovertido e busca conexão; o fleumático é calmo e leal; e o melancólico é introspectivo e detalhista.
No contexto amoroso, essas diferenças podem gerar tanto sintonia quanto conflitos, mas conhecê-las é o primeiro passo para construir pontes.
Cada temperamento se alinha a uma linguagem do amor! Cada temperamento, de fato, tem seu próprio estilo de comunicação, de interpretação e de se relacionar!
- Colérico: Focado em atos de serviço, o colérico demonstra amor resolvendo problemas práticos. É o parceiro que organiza a viagem romântica com precisão militar, mas pode parecer impaciente com demonstrações emotivas;
- Sanguíneo: Apaixonado por palavras de afirmação, o sanguíneo floresce com elogios e conversas vibrantes. Sou bastante sanguínea, então um “você é incrível” sempre me conquista;
- Fleumático: Valoriza tempo de qualidade, preferindo momentos de calma e conexão profunda. Minha natureza fleumática me faz apreciar noites tranquilas a dois;
- Melancólico: Conectado a presentes significativos e gestos pensados, a melancólica busca profundidade emocional, mas pode ser crítico se sente que algo falta.
Na comunicação, coléricos são diretos, sanguíneos são calorosos, fleumáticos são pacíficos e melancólicos são reflexivos. Essas diferenças moldam como expressamos e esperamos amor.
Uma Lição na Faixa de Pedestres
Um incidente trivial revelou como os temperamentos podem desafiar um relacionamento.
Eu, com minha combinação sanguínea e fleumática, sou notoriamente distraída. Certa tarde, enquanto esperava para atravessar a rua, deixei minha mente vagar, e meu corpo também.
Estava praticamente no meio da rua quando um carro passou a centímetros de mim, buzinando alto. Meu coração disparou! Mais tarde, chegando em casa, contei a situação para meu marido, melancólico e colérico de carteirinha.
Minha expectativa era ser consolada! Queria que ele me colocasse no colo, trouxesse um chá quente e combinasse um japonês para mais tarde, no mínimo.
Mas ao invés de um abraço, recebi uma bronca: “Mariana, você estava dentro da calçada ou quase no meio da rua? Na rua né? Claro que isso ia acontecer, não pode!”.
Ele estava errado? Não estava. Era o que eu queria? Não era o que eu queria.
Fiquei magoada, sentindo que ele não se importava com meus sentimentos. Passei dias emburrada, enquanto ele, já esquecido do ocorrido, me via como “mal-humorada”. Para ele, sua abordagem prática era uma forma de cuidado; para mim, parecia frieza.
Imagine desencontros corriqueiros como esse se repetindo todos os dias, de todas as semanas, de todos os anos, alimentando frustrações mútuas e mágoas desnecessárias.
Terapeutas, psicólogos e advogados de divórcio estão com suas salas lotadas de pessoas genuinamente machucadas e confusas, talvez por não entenderem algo tão simples.
Quando aprendi sobre temperamentos percebi que meu marido e seu jeito colérico de “consertar” e “resolver” era sua maneira de proteger, enquanto meu lado sanguíneo pedia validação emocional.
Nossos filhos, que herdaram traços nossos, reforçaram essa lição: vimos minha distração e sua teimosia refletidas neles, o que nos ajudou a rir das nossas diferenças (sim, temperamentos são genéticos!).
Recentemente fiz uma viagem a trabalho com orçamento bem justo e uma agenda bem cheia. No final escrevi para ele sobre como estava morrendo de saudades, e como estava exausta. Mandei corações vermelhos e emojis apaixonados.
A resposta foi bem prática: “Se cuida e descansa”. Horas depois, chegando atrasada no aeroporto de madrugada, recebo uma mensagem com meu check-in feito, e um romântico upgrade para a melhor cadeira do avião. É sobre isso.
Os Momentos Especiais
Compreender os temperamentos transformou nosso casamento, permitindo nos antecipar às necessidades um do outro. Na celebração do seu relacionamento, use esse conhecimento!
Para um colérico, planeje um gesto prático, como organizar um jantar impecável; para um sanguíneo, ofereça palavras carinhosas; para um fleumático, reserve um momento a sós; para um melancólico, surpreenda com algo significativo, como uma carta.
Conhecer os temperamentos não elimina conflitos, mas converte mal-entendidos em oportunidades de conexão. Com essa informação poderosíssima sobre você mesmo e sobre seu parceiro é possível de fato dialogar, empatizar e atacar juntos o problema, e não um ao outro.
Embora tenhamos evoluído muito nesse quesito, a maioria de nós ainda acha que autoconhecimento é saber se hoje você quer comer pizza ou churrasco. Na escola aprendemos sobre células procariontes e eucariontes, mas ninguém nos ensina sobre o que há de mais importante e significativo na vida humana: relacionamentos e comunicação. Pessoas.
Deixo aqui um convite e minha torcida para que vocês também invistam no que há de mais importante de fato: se conhecer e dialogar. E que se escolham acima de tudo, sempre. Hoje, meu marido ainda me lembra de ficar na calçada, mas com um sorriso, e eu sei que é o jeito dele de dizer “te amo”.
POr fim, se gostou desse post da Mariana, aproveite para ler: “A Gérbera Laranja: O Combate ao abuso sexual infantil no Brasil” e “O Parque dos Ratos: Podemos proteger nossos filhos dos vícios?”

Sobre a Mariana Ruske
Instagram: @SensesSchool
Pedagoga há 12 anos, fundadora da Senses Montessori School e mãe de dois meninos cheios de energia. Especialista em Montessori, já foi engenheira e astrônoma, antes de se render ao fascínio pelo cérebro humano.
Palestrante e ativista, luta pela proteção das crianças contra abusos e violência, acreditando que a educação infantil é a base de uma vida saudável e uma sociedade justa. Para ela, Montessori é o segredo para criar filhos por inteiro — mesmo nos dias mais bagunçados!