Oi, meninas!
Como já disse algumas vezes, recebo muitos textos por email e seleciono os que mais me identifico para compartilhar com vocês! E este me fez parar para pensar nas atitudes que tenho quando o assunto é “querer acertar”!
O texto foi publicado no blog Antes que eles cresçam e que acho que muitas de vocês se identificarão! Vale muito a pena a leitura!
Espero que gostem!
Mil Bjsss
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Semana passada, uma leitora escreveu reclamando que agora não podia nem mais beijar o filho ou dar biscoito recheado, em resposta ao meu último post, em que eu citava o Julio Aquino criticando a avalanche de beijinhos de pais pra filhos compensando a incapacidade de educar. Ela perguntava onde entra a intuição no meio de tantos “educadores” de plantão. Acho que ela está certa. Hoje em dia, todo mundo que tem um filho – e mesmo quem não tem – se acha um especialista em educação. Há milhares de livros, blogs, programas, colunas etc. etc. etc., ensinando você a educar seu filho. Afinal, estamos na era da informação e todo mundo tem muita. Pessoalmente, acho bom compartilhar. E aí cada um escolhe o que vai usar. Mas, voltando à mãe, ela dizia que agora não se pode nem dar um biscoitinho ou por o filho pra dormir mais tarde. E não estava feliz com isso. Quer saber? Nem eu, apesar de contribuir para essa lista e de não dar biscoito recheado (mas brigadeiro eu dou). Ela perguntava: não podemos simplesmente usar nosso instinto? Podemos. Aliás, DEVEMOS. Nosso instinto e amor deveriam guiar, acima de tudo, a educação de nossos filhos. Seria o ideal. Só acho que tem um detalhe. Assim como a infância, que os pais de tempo atrás simplesmente deixavam rolar sem se preocupar demais, a maternidade e a paternidade também mudaram nas últimas décadas. As mães simplesmente sabiam como agir. Faziam como suas mães fizeram (até porque as mães estavam por perto para ensinar) e criavam os filhos dando amor, comida, escola, biscoito maisena, uma casa arrumada e umas palmadas de vez em quando. E tudo bem.
Mas esse instinto, essa certeza, esse conhecimento de mãe pra filha perdeu espaço em nosso tempo. Precisamos de pesquisas, livros, textos, blogs, simpósios para saber o que fazer com nossas crias. E, quando a coisa não sai exatamente como esperamos, se temos que fazer cesárea em vez do sonhado parto natural, ou se não deu pra amamentar até um ano, muitas mães se culpam, achando que prejudicaram os filhos para sempre. Educar, hoje em dia, cansa e traz angústia. Quando penso nisso, lembro das minhas bisavós, que tiveram 8 ou 10 filhos, das minhas avós, que tiveram seis e das mães da minha família, que nunca tinham menos que 2. E eu, que só tenho um (ou justamente por isso), fico estressada. A diferença é que, certas ou erradas, elas faziam o que era natural. E hoje o natural está se perdendo. No bairro em que eu moro, há vários “espaços do brincar”, espécie de oficinas pagas para ensinar crianças e pais a… brincar! Pois é, hoje até isso temos que aprender: a jogar uma bolinha de gude ou empinar pipa.
Quando meu filho nasceu, esse mecanismo de informação para pais não estava tão desenvolvido quanto hoje. De fato as coisas cresceram muito nos últimos 10 anos. Então eu levei em uma pediatra qualquer, que queria encher meu filho de vitaminas, vacinas e suplementos alimentares, já que eu levantei a hipótese de não dar carne no primeiro ano de vida. Fui obedecendo a algumas das ordens, mas não estava satisfeita. Minha intuição me dizia que não era o melhor. E foi aí que procurei um pediatra antroposófico, que me explicou direitinho porque – segundo essa medicina – não se deveria vacinar e que a proteína animal na alimentação pode esperar até a criança completar três anos. Loucura? Foi o que muitos amigos me disseram, mas eu me sentia tão segura fazendo tudo aquilo que não arredei pé e levei assim. Aliás, levo até hoje. Não dei vacinas pro meu filho (a não ser 3 doses contra pólio e a de hepatite, na maternidade) e tenho um menino que optou por ser vegetariano até hoje. Não segui o senso comum, segui apenas o que eu achava melhor e não me arrependi. Mas, para fazer o que me instinto mandava, aguentei os amigos criticando, a família criticando, os estranhos criticando. Aguentei o médico do pronto-socorro me dizendo que aquela infecção não iria parar se eu não desse antibiótico. E provei que ele estava errado porque confiei na minha intuição.
Tem um exercício da antroposofia que eu gosto muito e que em alguns momentos me ajudou a entrar nessa vibe da criança e pode ser usado para pais, educadores e professores. Ao se deitar, você mentaliza a criança. Sem julgamentos. Apenas pensa nela com tudo o que ela faz e é. Com as birras, os sorrisos, as brincadeiras etc. Você faz isso por alguns minutos para se colocar em conexão com aquele serzinho. E, pelo menos para mim, me ajudou a aceitar e me ligar ao meu filho nas horas em que precisava acolher e escolher um caminho a seguir.
Estamos fazendo a opção de uma educação racional e não de uma educação intuitiva em nosso tempo. Se estivermos conectados com essa intuição, o que pode ser mais poderoso do que ela para educar o próprio filho? Nada. Então, se tem algo em que eu realmente acredito acima de tudo o que já escrevi em todos os meus posts é que, se você está conectada com o que é natural em você, vai saber exatamente o que seu filho precisa. Naturalmente. Boa conexão!
Por Fabi Corrêa do blog Antes que eles cresçam