O amor materno é difícil de explicar em palavras, né? Rumi afirmou que “Nascemos do amor. O amor é nossa mãe.” Mas, é difícil pensar na magnitude do amor das mães….
Oi Mamães e Papais, hoje trouxemos um post para refletirmos sobre a ética do amor materno.
Mas, o que seria isso!?
Nosso autor convidado, o Professor Ives Alejandro Munoz – filósofo e sócio da Universidade do Bem Estar – escreveu um texto maravilhoso!
Então, vamos ler juntas?! E deixe eu comentário ou reflexão no final do post para conversarmos!
O amor maternal costuma ser diferente dos outros tipos de amor.
O amor fraternal está ligado à Regra de Ouro. Diz-nos para amarmos o próximo como a nós mesmos. O amor fraterno tem a ver com reciprocidade. Pede-nos que respeitemos os direitos uns dos outros.
O amor materno é mais forte, mais íntimo, mais profundo. Não se trata de igualdade. Mas de se preocupar com as necessidades concretas daquele que é amado.
A linguagem da fraternidade é comum na ética. A Revolução Francesa celebrou a liberdade, a igualdade e a fraternidade.
A Declaração dos Direitos Humanos da ONU nos diz que somos seres humanos que nascemos livres e iguais em dignidade e direitos, que somos dotados de razão e consciência e que devemos agir uns para com os outros com espírito de fraternidade.
Martin Luther King Jr., afirmava que devíamos aprender a viver juntos como irmãos.
Mas com as mães podemos celebrar o espírito do amor maternal. O amor que está orientado para a felicidade e o bem-estar de cada filho.
É claro que esse relacionamento especial funciona nos dois sentidos. A maioria de nós é tendencioso quando se trata de nossas próprias mães.
As crianças procuram os braços da mãe em busca de conforto e os filhos com mais idade dão um cuidado especial às mães.
A imparcialidade do amor fraterno responde à desigualdade e à intolerância. Mas o amor pessoal de uma mãe ajuda-nos a prosperar num mundo complexo e desafiador.
A Regra de Ouro do amor fraterno continua a ser um guia para a moralidade. Mas e se disséssemos também que deveríamos aprender a amar as outras pessoas como as mães amam os seus filhos?
Esse parece ser o cerne de uma ética de compaixão. Aprender a cuidar dos outros como nossas mães cuidaram de nós.
Aristóteles acreditava que o auto-sacrifício e o amor incondicional de uma mãe por seu filho tornavam o relacionamento mãe-filho potencialmente a forma mais elevada de vínculo entre as pessoas.
Para Platão, a maternidade é um autoesvaziamento altruísta por outro, não porque a criança o tenha necessariamente conquistado ou merecido, mas simplesmente pelo próprio fato de existir.
Em virtude de existir, ela é amada.
A empatia de Sócrates pelas mães, para um homem de sua época, era algo inédito. Afinal, sua mãe, Phaenarete, era parteira que, naquela época em Atenas, era uma profissão estimada de classe média.
Friedrich Nietzsche, que perdeu o pai quando era muito jovem, foi criado por uma mãe piedosa, Franziska, que apesar das desavenças ocasionais, também lhe permitiu o luxo do pensamento crítico e independente.
Para Nietzsche, dizia ele, “Normalmente uma mãe se ama mais no filho do que ama o próprio filho”.
A mesma história aconteceu com Jean-Paul Sartre, cujo pai morreu quando ele era criança.
Sua mãe, Anne-Marie Schweitzer, o encheu de amor e segundo seu bibliógrafo ela continuou sendo a mulher mais importante de sua vida.
“Não é Simone de Beauvoir, como as pessoas pensam… Não, na verdade era a mamãe”.
Então, é difícil pensar na magnitude do amor das mães.
É improvável que o amor de todas seja igual, mas toda mãe carrega o potencial de amar e de ser amada e como afirmou Rumi: “Nascemos do amor. O amor é nossa mãe.”