Oi, meninas!
Quem nos acompanha sabe que já citei muitas vezes o blog Antes que eles cresçam. Nele, textos incríveis são postados e, mais uma vez, vou citar um artigo que adorei e achei bacana compartilhar com vocês!
Acho que todas nós queremos que nossos filhos cresçam seguros, sabendo que são muito amados! Mas essa não é uma tarefa tão simples… Ou é? Enfim, li este texto escrito pela Fabi Corrêa e simplesmente amei!
Tenho certeza de que muitas de vocês se identificarão!
Espero que gostem!
Mil Bjss
………………………………………………………………………………………………………………………………………………….
Esses dias conversei com uma pediatra e perguntei a ela as queixas mais constantes que as mães trazem ao seu consultório. É mais ou menos assim: “meu filho não fica sozinho”; “meu filho acorda a noite inteira”; “meu filho quer dormir na cama comigo e com meu marido toda noite”; “mal consigo falar no telefone”. E na hora pensei em várias mães que conheço – e em mim mesma. Nas dezenas de vezes que liguei para uma velha amiga que, desde que teve filho, nunca mais conseguiu falar mais que 2 minutos ao telefone. E olha que a criança já tem três anos. Pensei em meu filho me chamando seguidamente quando preciso me concentrar em alguma tarefa. Pensei nas crianças conhecidas que, aos 6 ou 7 anos, ainda não conseguem dormir sozinhas em suas caminhas. Como sempre, pensei também na minha infância, quando eu e meus primos corríamos pelo quintal sem nunca incomodar os adultos que conversavam na sala. E que eu jamais deveria bater na porta enquanto meus pais estavam no quarto – salvo emergências.
Me parece que as crianças de hoje precisam muito experimentar aquela certa solidão que só temos nos primeiros anos de vida, uma solidão povoada de fantasia e sonhos acordados. Mas, para isso, pais e mães precisam acreditar que elas são capazes de sobreviver a essa solidão, uma vez que essa sobrevivência é importantíssima para o desenvolvimento emocional da criança. Ela precisa saber que, ainda que não tenha um adulto olhando para ela 24 horas, ou que não esteja no mesmo cômodo o tempo todo, ainda assim está sendo amada e cuidada. A segurança que ela carregará para a vida toda não tem a ver com presença constante, mas com a certeza de que é cuidada e amada, mesmo quando a mãe entra no banho ou faz uma pequena viagem sozinha.
Perguntei ao Dr. Aranha, médico e terapeuta familiar que é colunista de nosso blog, e ele respondeu que a presença dos adultos na vida de uma criança, como todo o resto, também deve seguir um ritmo, uma respiração. Estar por perto e sair, brincar junto e ficar sozinho, dar carinho e dar espaço devem se intercalar para que desde cedo se aprenda a confiar na capacidade de ser completa e feliz sem que alguém esteja grudado a ela o tempo todo. Não é difícil imaginar como isso pode se transportar para a vida adulta gerando pessoas carentes, ciumentas, inseguras, dependentes das demonstrações de afeto constantes, sem nunca confiar que possam estar recebendo amor quando o outro – seja namorado, esposa, amiga – se dedica a outras coisas ou a outras pessoas. Mas para que as crianças desenvolvam auto confiança, os pais precisam “autorizar”, acreditando na capacidade de seu filho. E os filhos, por sua vez, precisam confiar que não irão sofrer se passarem uma hora brincando no quarto e que o fato de que a mãe está dormindo até mais tarde não tem nada a ver com abandono.
Em outras palavras, essa é uma insegurança nossa, dos pais e adultos cuidadores. Pense numa criança que cresce com alguém que é pago para ficar olhando para ela 10 horas por dia sem mais nada para fazer. Talvez tenha alguma dificuldade para aprender que amor e afeto não tem a ver com observação e presença absoluta… Ou cuja mãe, que parou de trabalhar para cuidar dela (o sonho de muitas de nós!) se sente culpada quando pede para que ela durma a noite toda em seu quarto para que, assim, possa ter alguns momentos com o marido, (que muitas vezes também está carente). Ou a mãe que se sente mal porque trabalha fora e, quando está junto com o filho, abdica de absolutamente tudo para dar atenção 100%, ainda que sonhe tirar 30 minutos para tomar um café e ler o jornal. E tem também os pais que querem controlar cada minuto do filho com a babá ou na escolinha, pedindo relatórios diários ou observando pela câmera os passos da criança. Outro dia estava no salão de cabeleireiro quando ouvi um chorinho de bebê. Era uma mãe recente que conectou a babá eletrônica ao celular e assim podia controlar se a babá estava cuidando direito. Mas no final das contas, isso só servia para que ela ficasse angustiada a cada choro que ouvia sem poder fazer nada!
Sim, esses são exemplos extremos, mas não é difícil ver essa superproteção em nosso dia a dia. No meu e no seu. Me lembro de uma viagem que fiz apenas com meu filho e com meu namorado e em que tivemos momentos juntos, caminhando ou brincando, mas quando eles acabavam o Antonio não era capaz de desgrudar de mim para que eu terminasse uma xícara de chá ou tomasse um banho. E aí pensei que precisa fazer parte do meu papel prepará-lo para a vida, ensinar com amor e autoridade que continuo sentindo afeto e cuidando, mesmo quando fecho a porta do escritório para atender um cliente ao telefone.
Outro dia uma leitora querida escreveu que estava insegura em mandar o filho para a escolinha na mesma época em que o irmãozinho iria nascer. Assim, optaria por uma escola que não era exatamente seu desejo para que esses momentos não coincidissem. E pensei, será mesmo que é prejudicial para a criança? Ou não seria perfeito para a família que a criança, já crescidinha, com 3 anos, imagino, fosse feliz para se distrair com os amiguinhos e receber carinho da professora, enquanto a mãe pudesse se dedicar um pouco mais ao bebê que acaba de nascer, esse sim necessitado de atenção quase que 24 horas? E, quando o filho voltasse, encontraria uma mãe menos cansada e ansiosa, que depois de amamentar, trocar fraldas e dar banho, aí sim teria tempo para se dedicar a ele com tranquilidade.
O difícil, como sempre, é saber a medida dessa atenção. Como vivemos em uma sociedade altamente psicologizada, tentamos prever todos os danos emocionais que somos capazes de causar como pais. Se dermos pouco, a criança pode sentir-se rejeitada e desenvolver uma defesa que será difícil de derrubar mais tarde . Se dermos demais, teremos um adulto dependente de atenção constante e inseguro. Eu também não sei qual é o ideal, mas se meu filho está demandando o tempo todo a presença da mãe ou do pai e não consegue ter uns minutos sozinho, não é capaz de brincar sem companhia, penso que preciso me esforçar para mostrar a ele que tenho muito amor – por meio dos meus cuidados e carinhos – quando estou junto. Mas que também estou ali atenta caso ele precise quando não estou com ele no colo. E acho que é saudável mostrar também que tenho outros interesses além dele. Afinal, as crianças aprendem pelo exemplo e eu gostaria muito que meu filho crescesse independente, mas capaz de trocar amor e afeto com segurança.
Por Fabi Corrêa, do blog Antes que eles cresçam
Muito boa esta matéria, tive 5 filhos que cresceram uns brincando com os outros e agora vendo que os casais de hoje optam pelo filho único vejo como é muito mais difícil acertar na educação.
Adorei o site!
é muito importante eu adoro criança e me identifico e sempre busco entender melhor, tenho 4 filhos ambos já de maiores mais tenho sempre esse cuidado especial de mãe esse nosso instinto materno de mãe me basei em todas as minha experiencia de mãe e por esses dias vou ser avo vem outra experiência de maneira diferente vou ser mãe duas vezes e quero tudo novo, mais com uma educação segura planejada.. adoro esse tema explore mais a psicologia na educação. vamos fazer um Brasil educado começando pelo nossa futuras crianças Brasileiras….o mundo educado grita muito alto no silêncio do amor.
Amei esta matéria muito interessante e um tema muito pertinente nos dias de hoje, uma dificuldade de muitos pais que inconscientemente não conseguem dividir este tempo com seus filhos, trazendo equilíbrio para eles mesmos.
gostaria de receber mais matérias sobre este assunto
Grata
Elisabete
Oi Fabi,
O texto eh muito interessante, mas gostaria de fazer uma critica: a palavra “escolinha”, quando usada em referencia a escola de educação infantil eh tao ultrapassada. Estudos de ponta ja reconhecem, ha anos, a importância da primeira infância (0 a 7 anos) no desenvolvimento intelectual e formação de caráter. Dai, a tamanha importância da escola nesse período de vida de uma criança, e não somente um lugar para eles receberem carinho da professora enquanto a mae cuida de afazeres fora de casa. Me desculpa o desabafo, mas como educadora eu me sinto no direito de chamar atenção a esse assunto e pedir mais respeito e reconhecimento as Escolas de Educacao Infantil, ou simplesmente Escola.
Muito obrigada,
Marianna
ps: desculpe-me pela falta de acentos – computador nao configurado
Criamos filhos para o mundo, para a vida. Gostei do artigo, achei muito coerente. Muitos pais precisam compreender que não podem controlar a vida dos filhos. Nós nem sabemos até quando estaremos com eles. É necessário prepará-los para o futuro, para as dificuldades e competições da vida, do mercado de trabalho, das relações afetivas, de amizade, profissionais, etc. Seria interessante que existissem cursos ou espaços apropriados para preparar os futuros pais e os atuais, com boas noções de psicologia, sociologia, etc. Fica a sugestão.
Olá!
Sou médica dermatoligista e mãe e de 4 filhos.Rafael de 10 anos, Felipe de 7 anos e um casal de gêmeos Pedro e Luiza.
Adoro as matérias do site… Sempre me identifico.
O Felipe, meu filho de 7 anos é especial(apresenta um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor). Ele ainda não anda e não fala…
Vcs podiam colocar matérias a esse respeito, .Mães de crianças “especiais” são muito solitárias, no sentido de compartilhar experiências com outras mães. Eu vivi muito isso.
Obrigada