Oi, moms!
Algumas mulheres se sentem muito inseguras quando decidem ter apenas um filho. Pensando nisso, a psicóloga Carla Poppa, nossa colunista psicóloga, escreveu um texto sobre alguns cuidados importantes para essas mamães.
Não deixem de ler!
&Nbsp;
———————————————————-
Cuidados no desenvolvimento do filho único
Nas gerações anteriores, quando um casal decidia se casar e iniciar uma família, era bem provável que teriam no mínimo dois filhos. Ter um único filho até há algum tempo era visto com olhares de desconfiança (A mãe deve ter algum problema de saúde que a impediu de engravidar novamente…) e de reprovação (Nossa, essa criança deve se sentir sozinha… ou ainda, Filho único, já viu né? Deve ser muito mimado pelos pais…). Esses julgamentos eram feitos de maneira quase automática pela maioria das pessoas porque revelavam reações de surpresa diante do que era considerado diferente.
Porém, o mundo mudou nos últimos anos e mudou muito! O custo para poder oferecer aos filhos uma educação de qualidade (uma boa escola, assistência médica de qualidade, uma casa que ofereça conforto à família, cursos e atividades extras, babá… ) ficou cada vez mais elevado. Além disso, o tempo que os pais podem dedicar à vida familiar, em muitos casos, diminuiu de maneira proporcional, pois é preciso trabalhar cada vez mais para conseguir dar conta de todas essas despesas! Aos poucos, então, muitos casais passaram a optar por ter um único filho e as reações de estranheza que as pessoas costumavam expressar em relação à uma família com um único filho começam a ser expressas como preocupações, principalmente em relação à solidão que uma criança que não têm irmãos poderia vir a sentir e à possibilidade do filho único se tornar uma criança mimada ou um adulto com dificuldade de lidar com frustração por não ter tido a experiência de compartilhar o amor e a atenção dos pais durante a infância.
Cuidados com a solidão do filho único e o aspecto positivo dessa experiência.
Guiados por essas preocupações e com a intenção de compensar a ausência de irmãos, alguns pais que têm um único filho tentam se organizar para proporcionar à criança a possibilidade de conviver de maneira próxima e de construir relações de intimidade com outras crianças. A maneira de fazer isso varia de acordo com as possibilidades de cada família. Quando existem primos da mesma idade, por exemplo, alguns pais tentam combinar encontros frequentes nos quais as crianças possam brincar juntas. Outra opção bastante comum entre os pais que têm um filho único é morar em um condomínio ou em um prédio que tenha espaço de lazer para crianças. Como esses lugares costumam ter muitas famílias com filhos pequenos, essa é uma escolha que pode possibilitar o convívio próximo e diário com outras crianças. Além disso, quando o filho entra na escola, muitos pais têm também a iniciativa de convidar os amigos da criança para passar uma tarde em casa, por exemplo. Proporcionar o convívio próximo com outras crianças é importante porque por mais que os pais gostem de brincar junto com seu filho, a disponibilidade que um adulto tem para se envolver em uma brincadeira nunca é a mesma de uma criança. E como é por meio das brincadeiras que as crianças aprendem, expressam sua criatividade, suas emoções e se relacionam com maior naturalidade; a companhia de outras crianças é fundamental para que a capacidade de brincar do filho único não fique comprometida.
Se esses cuidados podem ajudar a criança que é filha única a ter companhia para brincar durante grande parte do dia e usufruir dos benefícios da companhia dos seus amigos, é inegável que em alguns momentos, como no final do dia e durante os finais de semana, por exemplo, o filho único pode vir a se sentir sozinho com mais frequência do que a criança que tem irmãos. Porém, essa sensação de solidão, quando não é uma sensação predominante na vida da criança, mas restrita a alguns momentos e circunstâncias específicas pode ser aproveitada por ela como um momento de “ócio criativo”. Nesses momentos nos quais a criança não está fazendo nada, ela tem a oportunidade de aprender a lidar com a solidão para se expressar criativamente. São momentos nos quais a criança pode desenhar, pintar, ler ou escrever e desse modo, transformar a experiência de solidão em experiências nas quais pode descobrir seus talentos e se perder em seus sonhos e fantasias. A possibilidade de descobrir e desenvolver seus próprios talentos e a capacidade de sonhar, que são recursos que podem ser desenvolvidos nesses momentos de repouso e solidão, podem ajudar a criança e, mais para frente, o adulto, a enxergar a vida de maneira colorida, com um sentido e um propósito.
A criança que é filha única tem mais chances de se tornar uma criança mimada?
Outra preocupação bastante recorrente dos pais de filhos únicos é o risco de a criança ser mimada e se tornar um adulto pouco tolerante às frustrações. Esse receio parece que está associado com a crença de que um filho único pode receber amor ou atenção em excesso e, por isso, enfrentar mais dificuldade, no futuro, para lidar com situações nas quais o seu desejo não é atendido. Porém, amor e atenção são cuidados essenciais e que em nenhuma medida prejudicam o desenvolvimento da criança. O fato de o filho único usufruir do amor e da atenção dos pais de maneira exclusiva não é um fator de risco para o seu desenvolvimento, o que é um risco para o desenvolvimento de qualquer criança e, não apenas de uma criança que é filha única, é a dificuldade que muitos pais apresentam de falar “não” para seus filhos de uma maneira firme, mas que, ao mesmo tempo não deixe a criança se sentindo sozinha, culpada e envergonhada por um período de tempo muito prolongado.
Os extremos, de modo geral, precisam ser evitados, a ausência de limites não permite que a criança se familiarize com a sensação de frustração. Enquanto que, no outro extremo, os pais que deixam a criança sozinha quando ela está chorando porque está frustrada sem ajudá-la a se acalmar, ou que são agressivos ao ponto de provocarem na criança um sentimento desproporcional de vergonha pela sua reação, não estão ajudando o seu filho a reestabelecer seu bem estar depois do incômodo contato com a frustração. Em situações parecidas no futuro, a criança que não teve a experiência de ser acalmada pelos pais quando se sente frustrada, tende a demorar para se acalmar por conta própria quando ficar nervosa porque algo não aconteceu de acordo com a sua expectativa. Por isso, a capacidade de lidar bem com situações de frustração, está pouco relacionada com o fato de a criança ser filha única e é mais influenciada pela maneira como os pais dizem “não” e impõem limites aos seus filhos, mesmo que eles façam parte de uma família maior.
Assim, as preocupações que muitos pais expressam quando pensam em ter um único filho não significam que a única alternativa para evitar que a criança se sinta sozinha, ou que ela se torne uma criança mimada, seja ter outros filhos e lhe proporcionar o convívio com irmãos. Se ter outros filhos não for coerente com o desejo dos pais ou for adicionar novas responsabilidades que eles sentem que representam uma sobrecarga emocional e física, que pode vir a comprometer o equilíbrio necessário para se manter uma sensação de bem estar na dinâmica familiar, é possível lidar com essas preocupações oferecendo alguns cuidados que podem ajudar a criança, não só se desenvolver bem, como, inclusive, a se beneficiar da experiência de ser filha única.
———————————————————-
Carla C Poppa é psicóloga formada pela PUC-SP, fez especialização em Gestalt Terapia pelo Instituto Sedes Sapientae. É mestre e doutoranda em desenvolvimento infantil na PUC-SP.
Atende em seu consultório, na Rua Dr. Veiga Filho, 350, em Higienópolis, crianças, adolescentes e adultos, onde também orienta pais em sessões individuais ou em grupo.
Para falar com ela escrevam para: poppa.carla@gmail.com ou acessem o blog: www.carlapoppa.blogspot.com.br
Adorei as dicas sou mãe de filha unica ela tem nove anos e sempre soubemos lidar bem com isso principalmente ela não quer nem saber de irmãos.
Entendo que nao importa a quantidade de filhos e sim a qualidade dos valores que passamos a eles.
A unica vivencia que o filho unico não tera é de ser tio.
Preciso de ajuda , tenho um filho de 9 anos, porem ele nao dorme no quarto dele, ja fiz de tudo, nao sei mais o que fazer, ele ta grande, e alem d nao conseguirmos dormir bem o tres na cama, esta prejudicando me relacionamento! Me ajude
Olá sofri igual vc! Quando colocava meu bebe no berço, mesmo dormindo ele acordava e chorava.
Comecei a ler o livro Nana nene, depois de 3 dias que coloquei em prática, ele dorme a noite inteira, no berço e no quarto dele.
Adorei!
Excelente post,d grand aproveitamento. Parabéns!
Muito pertinentes as reflexões sobre temática tão atual.
Sou psicóloga, educadora e mãe de filha unica.
Espero , nestas três dimensões, poder compartilhar desse espaço rico.
Excelente artigo! Elucidativo e reconfortante. Parabéns Carla!
Ola boa tarde,sou casada e tenho um filho de 1 ano e 2 meses, por ele ser filho único temo q ele seja muito mimado principalmente pelo pai dele porquê o pai dele é tipo daquele pai fresco com o filho cheio de besteira com nosso filho e já eu não eu sei oque dizer ou fazer na hora certa, eu já nao sou muito de “mimar”
Gosto de fazer carinho e dar um mimo mas na hora certa, e meu marido quer ser rígido criar nosso filho com frescuras, eu não sei oque fazer com essa situação..
Por favor me ajude.. Pois somos pais de primeira viajem..
Ola,Carla:
Poderia p.favor dar uma pequena orientacao?
Eu sou divorciada e infelizmente a menina quis ficar com o pai e o menino comigo.Sera que essa situacao
traumatica podera acarretar problemas futuros?
O “regime de visitas”ainda nao esta estabelecido e ele encontra-se ja faz 8(oito) meses sem contato com a irma…e vice versa tb….a irma sem contato com ele….sera que acarretara problemas futuros?
Grata pela a atencao,desculpe tomar o seu tempo.
Agradeco se puder dar uma pequena orientacao nesse sentido1
Abracos – Leila
Adorei!!!