Olá, moms!
Como vocês estão?
No post de hoje, a nossa querida colunista, a psicóloga Carla Poppa, fala um pouco sobre formas de lidar com as mais variadas emoções dos pequenos.
Esta é uma tarefa que nem sempre é fácil, mas ela fez um texto super bacana que vai ajudá-las muito com as crianças.
Confiram!
Como ajudar os filhos a lidar com as emoções?
Ajudar as crianças a lidar com suas emoções é um dos cuidados mais importantes para o seu desenvolvimento, pois permite que elas possam assimilar a confiança necessária para desenvolver o seu potencial.
Porém, nem sempre isso é fácil, principalmente porque quando acontece algo que deixa a criança triste, irritada, frustrada ou com medo, por exemplo, a tendência é achar que a criança esta se comportando mal, ou manipulando os pais para conseguir o que quer.
É comum também que nos momentos em que a criança expressa suas emoções, os pais fiquem com receio de que a criança seja frágil e venha a enfrentar dificuldades para se adaptar às inúmeras exigências da vida adulta no futuro.
Quando essas preocupações assumem o primeiro plano nas interações com os filhos fica mais difícil ajudá-los a lidar com as suas emoções. Isso porque essas crenças levam quase que de forma automática a reações criticas.
Por isso, a primeira dica para ajudar a criança a lidar com suas emoções é tentar deixar essas crenças de lado para que seja possível se manter aberto para a experiência dela. Com isso, é possível ter empatia para se colocar no lugar da criança.
Como uma emoção geralmente é provocada por um acontecimento, para conseguir ter empatia e se colocar no lugar da criança, pode ser útil pedir para que ela descreva o que aconteceu.
Conforme a criança conta, é possível, por meio da empatia, identificar o que você sentiria se estivesse no lugar do seu filho(a) para ajudá-lo(a) a nomear a sua emoção. Então, a segundo dica é ajudar a criança a dar um nome para o que ela está sentindo por meio da empatia com a experiência dela.
Assim, quando a reação da criança diante do que sente (choro, gritos ou o retraimento, por exemplo) é denominada como tristeza, raiva ou medo, fica mais claro identificar como ela pode agir para superar essas diferentes emoções.
Além disso, com o tempo, conforme a criança apreende a nomear suas emoções por conta própria, é possível que ela deixe de reagir de forma automática ao que esta sentindo (chorando, agredindo ou se recusando a ir a algum lugar) e passe a pedir ajuda de forma mais clara.
Essa habilidade que a criança desenvolve ajuda muito a evitar conflitos, já que uma criança que chora ou age de forma agressiva, sem que os pais consigam identificar o sentido desses comportamentos, pode provocar irritação e afastar os outros. Enquanto que quando a criança comunica por meio de palavras o que sente, pode receber apoio com mais facilidade.
Então, no momento em que a emoção da criança foi identificada, a empatia dos pais também pode ajudá-la a agir para lidar com o que esta sentindo. A empatia ajuda nesse momento, porque os pais podem buscar referências nas suas próprias experiências para identificar como eles agem para se sentir melhor no contato com suas emoções.
Assim, a terceira dica para ajudar a criança a lidar com suas emoções é refletir sobre o que você próprio faz quando está em contato com a emoção que seu filho(a) está experimentando.
Quando os pais percebem que em situações que provocam medo, eles recorrem à segurança de um objeto que representa um amuleto; ou que nas situações de raiva, buscam o apoio de uma pessoa de confiança para poder desabafar; eles podem compartilhar essas experiências com seu(a) filho(a) e sugerir que a criança faça o mesmo.
Com o tempo, a tendência é que a criança assimile nessas interações diferentes referências do que pode ser feito quanto se sentir de uma determinada forma. Assim, não só ela aprende a identificar o que sente, mas também terá referências que orientam a sua ação no contato com suas emoções.
Desse modo, a criança pode assumir o controle sobre suas emoções e não paralisar, tampouco reagir de forma automática, sem consciência guiada apenas pelo que sente. Ela pode reconhecer o que sente e escolher como irá agir.
Porém, é importante ressaltar que, os pais terão mais facilidade de ajudar seus filhos a nomear suas emoções e a agir de forma consciente, quanto maior for a consciência deles próprios sobre as suas emoções e a forma como agem no contato com seus próprios sentimentos.
Por isso, refletir sobre suas próprias experiências para tentar nomear as emoções que vivenciam no seu dia a dia e perceber de que forma agem no contato com suas emoções, não só evita que tenham reações automáticas e sem consciência, ou seja, é um cuidado consigo mesmo; como também é um movimento que pode influenciar, de maneira muito positiva, na qualidade dos cuidados que serão capazes de oferecer para ajudar seus filhos a lidar de maneira cada vez mais saudável com suas emoções.
Carla C. Poppa é psicóloga formada pela PUC-SP, fez especialização em Gestalt Terapia pelo Instituto Sedes Sapientae. É mestre e doutoranda em desenvolvimento infantil na PUC-SP. Atende em seu consultório, na Rua Dr. Veiga Filho, 350, em Higienópolis, crianças, adolescentes e adultos, onde também orienta pais em sessões individuais ou em grupo. Para falar com ela escrevam para: poppa.carla@gmail.com ou acessem o blog: www.carlapoppa.blogspot.com.br