Quem aí sente ou pensa que “meu filho está impossível”, e não sabe o que fazer, como agir e ainda tenta entender, mas não consegue!?
Oi Mamães e Papais! Você tem pensando: o meu filhos está impossível?
Hoje mesmo estivemos com mãe amiga nossa que falou que tem sido super difícil os dias com a filha dela. Que todo dia é uma novidade, que ela tem chorado muito e que não sabemos o que fazer.
Bom, coincidentemente, a Dra. Francielle Tosatti – Pediatra, escreveu esse texto maravilhoso, com algumas reflexões!
Confira abaixo:
Eu fui uma dessas crianças, impossíveis, arteiras, mais parecia um menino.
Subia em muros, escalava árvores, brincava de Tarzan, imaginava que tinha lava de vulcão no chão da sala enquanto pulava de um sofá para outro para não me queimar, eventualmente, quebrando os cristais do lustre da sala…
Oooops…
Às vezes, imagino as amigas da minha mãe ao saber das minhas peripécias, chegando em suas casas e comentando à mesa durante o jantar – “coitada da Mari”.
Me recordo da minha mãe – Mari, contando que o meu Pediatra chegou a me chamar de hiperativa mas, ao invés de me prescrever remédios, ambos concordaram em me prescrever uma infância livre.
Para ser sincera, eu não sei dizer se foi o Pediatra, ou se foi a forma como a minha mãe escolheu me contar sobre essa “hiperatividade”, só sei que para mim, o tal diagnostico chegou repleto de carinho em uma frase mais ou menos assim:
“O doutor falou que você é hiperativa porque é muito inteligente, minha filha”.
De modo que eu sempre tive muito orgulho de não parar quieta, da minha curiosidade, do meu desejo de explorar e fazer por mim mesma. O que muitos viam como uma criança desobediente, a minha mãe, via como genial.
Assim, pelo olhar dela, eu me convenci do mesmo.
Como é importante essa conexão parenteral, essa leitura do comportamento da criança como uma forma de expressão dos seus sentimentos, de comunicação da sua vontade, de contestação, até mesmo!
O que seu filho (a) impossível quer lhe dizer?
Será que ele precisa de mais esportes? Ou de menos? Mais artes? Talvez uma escola integral não seja o melhor para ele (a). Talvez prefira estudar italiano, que inglês.
Se a infância for conduzida no modelo do Fordismo, buscando criar e educar crianças padronizadas, uma geração de gênios será perdida.
A criança precisa de liberdade para ser criança. Isso envolve tempo, espaço (físico), presença paternal, paciência e o reconhecimento da individualidade.
Vejo nossas crianças cada vez mais confinadas em shoppings, telas, escolas de auto rendimento…
Elas sabem usar aplicativos antes de completar um ano, mas nunca pularam na lama ou tomaram um banho de mangueira. A casinha de bonecas delas tem a cozinha mais equipada que a minha, as oficinas de carros, são replicas perfeitas do mundo adulto.
Onde ficou o espaço para a imaginação?
A própria casa muitas vezes se torna um repertório de não’s: não pode correr, não pode sujar, não pode derrubar. “Você pode ser criança ali, na sua brinquedoteca, tá?!”.
Eu não ousaria chamar uma criança que está crescendo nesse contexto de impossível, porque impossível mesmo, é ser criança assim.
Afinal, ser criança inclui apresentar comportamentos desafiadores, que mesmo em seus melhores dias, precisarão de amparo, amor, compreensão e orientação.
Uma infância livre não impõe rótulos, mas expõe potenciais e abre espaço para que ela possa transformar o impossível, em uma linda história de vida.
Por fim, se gostou desse post, aproveite para ler: “Quando vale a pena uma mãe ser chamada de “Louca”“.
Amei o texto!