Você sabia que o HPV é um vírus silencioso que pode estar presente sem sintomas, mas que pode ser prevenido e combatido? Descubra como a vacinação e o cuidado preventivo podem fazer toda a diferença na saúde feminina. Então, vamos juntas explorar esse universo e desmistificar o HPV!
Oi Mamães e Papais, hoje vamos falar sobre um assunto muito presente nos consultórios ginecológicos do país: o HPV.
Ficamos surpresas ao saber que “mais de 50% das mulheres podem carregar o vírus do HPV sem apresentar sintomas ou alterações detectáveis”. Vocês sabiam disso?
Todo mês de agosto, eu faço a minha consulta ginecológica anual, sem falhar! Mas fiquei realmente admirada ao saber que um número expressivo de amigas próximas faz suas consultas apenas a cada 2-3 anos.
Então, convidamos a Dra. Andrea Sales – Ginecologista no Alta Diagnósticos – para desmistificar esse assunto explicando a importância do acompanhamento médico, sobre o vírus HPV (Papilomavírus Humano), como ele é transmitido, sobre a vacina e quem pode tomar, a diferença de HPV e Herpes, e ainda sobre o câncer de colo do útero e algumas dicas para preservar a sua saúde!
Então, veja abaixo esse post supercompleto. A saúde feminina é algo complexo e estamos aqui para te ajudar! Sempre consulte o seu médico de confiança e não deixe de fazer as consultas de rotina.
Oi queridas! Meu nome é Andrea Sales, sou médica Ginecologista, especialista em Patologia Genital e faço parte do corpo clínico do Alta Diagnósticos.
Fiquei muito honrada com esse convite incrível e aceitei o desafio de falar desse universo que é o corpo feminino e seus cuidados.
Atualmente, a mulher ocupa cada vez mais papéis simultâneos ao longo do dia: mãe, filha, esposa, profissional e tantas outras funções! Toda essa atuação cobra um preço, gerando produção de hormônios que aumentam nosso cortisol, responsável pelo stress.
Nesse contexto, nosso corpo pode ficar mais vulnerável a infecções como o HPV, que se aproveitam de momentos de maior fragilidade imunológica. Sabemos que a transmissão ocorre em algum momento da vida, comumente pela via sexual, mas daí em diante, ele só se multiplica ou desaparece, conforme a atenção do nosso sistema imune.
Então, vamos saber um pouquinho mais como desconstruir esse “vilão”?
O que é HPV e como é transmitido?

O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus de alta transmissibilidade, de caráter silencioso, com mais de 200 subtipos, sendo que cerca de 40 deles podem causar lesões na região genital. É transmitido quase em sua totalidade pela via sexual, podendo ocorrer, inclusive, a deposição do vírus nos dedos por contato genital.
Hoje, os dados demonstram que mais de 50% das mulheres podem carregar o vírus do HPV sem apresentar sintomas ou alterações detectáveis. As portadoras do HPV que não possuem lesões ativas têm carga viral muito pequena e dificilmente transmitem o vírus.
E existe também o chamado “período de latência”, ou seja, desde a primeira relação sexual pode ter havido alguma contaminação, detectada ou não. E com a ação da nossa defesa, o vírus fica com uma quantidade tão pequena no organismo que não consegue ser encontrado por nenhum método diagnóstico.
Em algum momento, quando a imunidade falha, ele pode aproveitar a oportunidade e se multiplicar, voltando a aparecer. Por isso, a importância da vigilância preventiva constante com os exames ginecológicos como o Papanicolau (anualmente ou conforme indicado pelo médico) e a Colposcopia.
Quem deve tomar a vacina contra o vírus?
A melhor forma de prevenirmos e, hoje, até tratarmos o vírus do HPV, é por meio da vacinação. Quando falamos do setor público, atualmente a vacina utilizada é a quadrivalente, aplicada em dose única.
Porém, no setor privado, recebemos no país a atualização dessa vacina, que traz proteção contra 5 novos subtipos virais de alto risco, conferindo proteção ainda maior, inclusive para as mulheres que já se vacinaram com o esquema anterior.
Então, como a vacina contra o HPV funciona?
A vacina é feita de partículas que imitam o vírus e ensinam o corpo a se defender, provocando uma reação de defesa contra possíveis infecções futuras. Como não há vírus vivo, não há risco de infecção pelo HPV após a aplicação da vacina.
Qual é o papel da vacina contra o HPV na prevenção do câncer de colo do útero?
Os estudos sobre o câncer de colo uterino mostram que os principais subtipos virais encontrados neles são o 16 e 18 (70%), sendo classificados como “alto risco”. Alguns outros como o 31, 33, 45, 52 e 58 juntos são encontrados em outros 10 a 20%.
A vacina mais recente, conhecida como nonavalente, contém todos os subtipos mais frequentes e, ainda, dois de baixo risco, que são os principais causadores das verrugas genitais.
Somando-se ainda a informação de que os níveis de proteção conferidos pela vacina são cerca de três vezes maiores do que o das mulheres que já foram infectadas por esses subtipos previamente, deduz-se então, que a vacina se torna um instrumento poderosíssimo de defesa contra a contaminação e mesmo no combate às lesões benignas e malignas provocadas por eles.
Posso tomar a vacina contra o HPV em qualquer idade?
A vacina nonavalente é aplicada em esquema de duas doses a partir dos 9 até os 15 anos – em doses com intervalo de 0 e 6 meses, e em 3 doses – 0, 2 e 6 meses, após esta idade.
Hoje sabemos que qualquer mulher em idade sexual ativa é elegível para aplicação da vacina, desde que autorizada por seu médico Ginecologista.
Importante: Não podemos esquecer que os meninos e homens também podem e devem realizar a mesma vacinação.
Qual é a diferença entre HPV e Herpes?
Primeiro, vou contar a vocês as semelhanças entre eles: ambos são vírus que têm predileção pela região dos genitais femininos ou masculinos. A principal forma de transmissão é pela via sexual, e ambos podem permanecer incubados no corpo por meses ou até anos antes de se manifestarem.
Mas eles pertencem a “famílias” bem diferentes. O herpes simples do tipo 2, que é o responsável por acometer os genitais, tem a capacidade de se esconder em terminações nervosas e pode se reativar ao longo da vida. Uma vez que a contaminação ocorre, não conseguimos eliminá-lo do corpo, pois ele permanece latente e não há cura definitiva até o momento.
Já, o HPV (papiloma vírus humano) tem predileção pelas células epiteliais e se esconde dentro delas, sem alcançar a corrente sanguínea. Porém, por ser silencioso, ele é difícil de detectar e eliminar. No entanto, em muitos casos, o sistema imunológico consegue identificar o vírus e eliminá-lo completamente, o que possibilita a recuperação sem necessidade de tratamento adicional.
Resumindo, sabemos que o HPV pode levar a doenças sérias, mas temos todas as ferramentas em mãos para que eles sejam evitados ou combatidos de forma eficaz, sem nenhum prejuízo!
Dicas para sua saúde:
- O preservativo é muito importante para as relações. Porém, no caso do HPV sua proteção não é 100%, devido ao contato com lesões em partes dos genitais que não são protegidas por ele.
- Alinhe com seu médico a melhor estratégia. Os Ginecologistas são os orientadores de todo esse acompanhamento e vão indicar, baseados no seu histórico pessoal e familiar, todos os caminhos para cuidar da sua saúde.
- A vacina chegou para ficar! O ideal é sempre se imunizar antes de qualquer contato, meninas e meninos, mas em todas as idades ela tem uma forte ação de prevenção e auxílio a tratamento. A vacina já está amplamente distribuída no mercado.
Por fim, cuidar da sua saúde é um ato de amor-próprio. A prevenção começa com você: faça seus exames regularmente, vacine-se e mantenha seu sistema imunológico fortalecido. Juntas, podemos vencer o HPV! Fiquem bem e até uma próxima oportunidade!
Para saber mais sobre a vacinação contra o HPV e cuidar da sua saúde com a excelência que você merece, conte com o Alta Diagnósticos. Estamos aqui para cuidar de cada fase da sua vida com todos os detalhes.
Sobre a Dra. Andrea Sales
Instagram: @DraAndreaSalesGineco
- Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santos
- Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros
- Pós-graduação em Patologia do Trato Genital Inferior pelo Instituo Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC)
- Título de especialista em Patologia do Trato Genital Inferior pesa SBPTGIC
- Pós-graduação em Reprodução Humana pelo Hospital Pérola Byington
- Médica colposcopista do Alta Diagnósticos
- Coordenadora do setor de Genitoscopia do Grupo DASA
- MBA Executivo em Gestão de Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein
- Atuando há 20 anos como ginecologista e obstetra, hoje exclusivamente na Gaia Medicina Integrada (Instagram: @gaia_medicinaintegrada)
A informação disponível neste site não substitui o parecer de um médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde, à saúde dos seus filhos e familiares e aos seus tratamentos e medicamentos.