Hoje vamos falar sobre moda infantil slow fashion e como reconhecer que uma marca segue os critérios de sustentabilidade! O poder da mudança está em nossas mãos!
Oi Mamães e Papais! Hoje viemos falar de um tema que adoramos: moda infantil slow fashion!
Não é novidade para ninguém que a indústria da Moda é uma das mais poluentes do planeta, né?!
“A indústria têxtil é o terceiro setor mais poluente do mundo. A produção de roupas gera entre 2% a 8% do volume global de emissões de carbono. Já o tingimento têxtil é o maior poluidor de fontes de água no mundo.” (Fonte: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma | https://news.un.org).
Com a chegada do conceito de Fast Fashion e com o crescimento dessa indústria como um todo, “a média de consumo de roupas por pessoa é 60% maior que 15 anos atrás”.
Mas, felizmente, há alguns anos não apenas ativistas, mas consumidores têm se movimento para exigir melhores práticas das marcas que consomem. Assim, trabalhar pensando em sustentabilidade se tornou praticamente “obrigatório”. Vemos essa exigência dos consumidores em diversas indústrias também!
Consumidores estão cada vez mais deixando de comprar de marcas que tem processos que não estão alinhados as boas práticas sustentáveis.
Nós temos o poder da mudança em nossas mãos e podemos exigir essa mudança da indústria!
Hoje, Mathilde Piacentini – founder da Studio Pipoca – moda infantil sustentável, trouxe um texto incrível falando desse movimento da moda slow fashion!
O slow fashion no Brasil ainda é um conceito opaco
É muito comum falar de “slow fashion”, mas é menos comum saber realmente o que significa e diferenciar as marcas que realmente o são, especialmente no universo infantil.
Nos últimos anos, assistimos ao surgimento de toda uma terminologia no Brasil: “eco responsável”, “moda limpa”, “moda ética”, “feita no Brasil com amor”.
Mas, temos que admitir que ainda não existem selos independentes e reconhecidos que realmente classifiquem as marcas, como já é o caso na Europa ou nos Estados Unidos.
A consequência disto é que muitas marcas brasileiras usam e abusam de adjetivos para nos tranquilizar sobre nosso consumo e para nos pressionar a encher os armários de nossos filhos.
O primeiro princípio do slow fashion é justamente diminuir nosso consumo de moda
Quando falamos de moda infantil, estamos falando evidentemente do prazer de comprar, de se apaixonar pela peça.
Logicamente, todos querem ver bebês e crianças fofinhas com roupas bonitas, confortáveis e estéticas, trajes meigos instagramáveis e tendências que seriam uma projeção de nossos próprios desejos, os “minis eu”.
Mas, tudo isso é estritamente oposto ao próprio conceito de slow fashion. O slow fashion, que se opõe à fast fashion, é justamente nos questionar intrinsecamente sobre nossa necessidade de consumir moda.
Precisamos realmente de marcas infantis que ofereçam novos produtos todos os meses (e nos fazem querer comprar?)? Quantas roupas precisamos realmente por estação e por criança? São necessárias 5, 10 ou 15 camisetas novas por estação? A ideia é avançar para um modo de consumo mais minimalista, que vá ao essencial.
Alguns princípios-chave para reconhecer o slow fashion:
No slow fashion, está surgindo toda uma série de pequenas marcas que repensam a moda pelo que ela é.
Consumimos roupas porque precisamos e queremos, portanto, melhor consumir peças de qualidade (que durarão com o tempo), feitas de materiais mais naturais e cuja fabricação seria mais local e retribuída de maneira justa.
O famoso “consumir menos, mas melhor” que nos permite colocar o meio ambiente e as pessoas no centro do projeto.
Então, para reconhecer uma marca infantil de slow fashion, você pode verificar alguns princípios-chave:
#1 A matéria prima: A maior parte ou a totalidade da gama é 100% algodão? De que algodão estamos falando?
#2 A fabricação: É local? A marca é transparente neste ponto? Ela valoriza seus fornecedores e parceiros?
#3 Promoções: A marca propõe frequentemente promoções? Ou parece produzir um estoque “razoável e sensato” que é capaz de vender por estação do ano?
#4 Lançamentos: A marca sempre oferece novos produtos? Ou ao contrário, ela tem uma verdadeira linha de básicos que não muda todos os meses?
#5 Otimizando as peças: As roupas desta marca combinam entre si? Ou facilmente com outras peças existentes em qualquer guarda-roupas?
Nem tudo é descartável!
A chave do poder é a informação!
Se uma marca comunica abertamente sobre sua produção, os materiais usados, seu estoque e que ela respeita certas regras locais, a gente já deu um grande passo na melhoria da moda!
Então, a chave é sempre lembrar que a melhor roupa para seu filho é aquela que já existe! Consumir uma roupa nova é deixar uma pegada no mundo, pois para produzir essa peça foi necessário usar recursos e pessoas.
Mas, também não devemos nos sentir culpados, pois é legal comprar roupas novas e bonitas, especialmente quando o ato de comprar faz parte de um ato social, ambiental e político.
Na maioria das vezes, quando compramos de uma marca infantil slow fashion, contribuímos para uma economia local, para capacitar uma mulher/mãe empresária que vive deste ato de compra. Esta é também a força do slow fashion :-)
No Studio Pipoca temos orgulho de respeitar rigorosamente algumas regras do slow fashion, como usar apenas algodão brasileiro certificado, sem adição de qualquer outra matéria-prima, fazendo nossos próprios tecidos, conhecendo todos os nossos fornecedores, trabalhando com apenas uma oficina de costura local independente que é gerenciada por uma mulher.
Quando você compra uma roupa do Studio Pipoca, você também contribui para o crescimento de uma marca administrada por mulheres, mães, aqui em São Paulo, que ousaram propor uma nova maneira de consumir a moda infantil.
Para terminar esse post super rico da Mathilde, segue algumas dicas do que cada um de nós pode fazer antes de comprar uma peça de roupa.
Pesquise sobre as peças e pergunte:
- Os produtores das roupas utilizam técnicas sustentáveis que podem ser verificadas como tais?
- Eles usam tecidos sustentáveis ou fibras recicladas?
- Os produtores se esforçam para assegurar que a cadeia de fornecimento deles responde aos impactos da moda sobre o planeta?
- Eles utilizam etiquetas certificadas que podem ser comparadas?
- Peça para que as marcas comuniquem abertamente o impacto de seus produtos!
E ainda, pesquise as credenciais de sustentabilidade dessas empresas!
Então, temos que exigir que as marcas obedeçam e sigam os protocolos de sustentabilidade e os critérios ambientais!
Por fim, lembre que quando falamos de Moda Sustentável, ela engloba vários pilares, entre eles o Slow Fashion:
- Eco-friendly | Green
- Moda Circular
- Upcycled & Recyclable (tradução: Reciclado & Reciclável)
- Slow Fashion
- Thrifting, Swapping & Renting (tradução: “brechós”, troca e aluguel)
- Moda Ética
- Vegano & Cruelty-Free
- Moda Consciente
O poder da mudança está em nossas mãos, então vamos fazer nosso papel!
