Oi, meninas,
Tudo bem?
Outro dia recebemos um e-mail bem legal da psicóloga Fernanda, que elogiou bastante o blog, disse que sempre acompanha e por curiosidade anexou um dos textos que ela escreve.
Adorei o texto, achei uma leitura leve, gostosa e ao mesmo tempo nos faz refletir bastante sobre alguns comportamentos como pais! Decidi, então dividir o texto “Filhos, Paris e Cansaço” aqui no blog com vocês!
Espero que gostem!
Beijos
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Enquanto mãe e psicanalista, um assunto não me sai da cabeça: a valorização dos pais sobre o cansaço que é ter um filho. Realmente cuidar e se dedicar a um outro nos exige energia e generosidade, fato indiscutível.
Penso aqui sobre aqueles pais que só têm isso a dizer sobre esta experiência.
Imagine o paralelo: sua amiga que passou 15 dias em Paris lhe conta como foi a viagem. “Foi muito cansativo, pegamos um voo à noite, eu dormi mal, acordei duas vezes, a mala demorou, tinha fila no aeroporto…”
E Paris??? E a beleza toda respirada? As flores, as luzes? E a história viva? E a delícia da novidade, da surpresa de se perder nas ruas e encontrar uma praça, um jardim, um café ainda mais charmoso? Tudo que só a experiência de estar em Paris pode nos transformar. Não viaje com alguém que só valoriza o quão cansativo é ter filhos.
Privilegiar o vértice do cansaço é algo infantil, é perder o prazer da brincadeira por ter que guardar os brinquedos no armário. Parece que cuidar – dos bebês, dos idosos, do imposto de renda, da casa – está virando um drama na nossa geração (cada vez mais narcisista?).
Um filho reconhecido como alguém que contribui e enriquece a vida dos pais encontrará este lugar no mundo. Do contrário, independente da vida que lhe seja proporcionada e do sucesso que encontre, carregará uma grande marca de insegurança quanto ao seu valor e um sentimento que nunca está acertando, cheio de vazio. Que marcas queremos deixar em nossos filhos?
Fernanda Speggiorin P. Alarcão
Psicóloga
Coordenadora da Equipe de Psicologia Ambulatório de Cognição Social UPIA-UNIFESP
Doutorado – Instituto de Psiquiatria HC-FM-USP
Consultório: Rua Alves Guimarães, 184. Pinheiros – São Paulo
Tel: 11- 98427 8929
Esse texto me deu energia pra seguir a minha viagem. Estou em Paris com meus dois filhos, 5 e 2,8 anos.
Quando viajo com eles já me dá uma preocupação em como será tudo, se vão se comportar, se vai chover, o que podemos fazer para que aproveitem…. Quando saio com eles não gosto da forma com que os idosos olham sem nenhuma consideração de que ainda são crianças e têm muita energia, parece que não aceitam barulho de crianças. Isso é o que me deixa pior, o que vão achar do barulho que fazem.
Depois que li Crianças francesas não fazem manha, fico ainda mais cuidadosa.
Estou cansada, mas feliz… Agora é curtir o frio com os pequenos.
Adorei! É isso q penso ;) Ando cansada mas muito feliz! Sabia q teria mais trabalho ao ter filho e assumi isso como uma coisa maravilhosa :) coincidentemente levaremos nossa baby em viagem a Paris mês q vem! Já sabendo q vou ter trabalho em dobro (faz parte!) estou muito feliz e animada com essa aventura e eu amo tanto aquela cidade q vai ser muito especial voltar lá agora com minha familia completa ;)
Fernanda, voce levanta pontos importantes e variados. Por vezes eles caminham juntos, como pais infantis que fazem parte sim de uma geracao mais egoista. Mas nem todos os pais que se queixam do cansaço se enquadram nesse perfil. A maternidade, assim como a paternidade, é uma experiencia de profundas transformacoes e ajustes. Voce como psicanalista deve saber que o cansaço que muitas maes falam nao é o fisico e sim o cansaço emocional. Cada mulher tem uma historia, um casamento, suas proprias possibilidades, conflitos. Reduzir a queixa do cansaço à esfera do infantil é injusto com a grande maioria. Até pq se estao cansadas é porque estao profundamente envolvidas com sua maternidade. E particularmente nao conheço mae conectada aos filhos pequenos e tocada em seu mundo interno que nao fique profundamente cansada. Isso nao tem a ver com estar feliz ou nao e tampouco com a marca que deixarao em seus filhos. Amar é cuidar, mostar alegria, cansaço, irritaçao, paz, sorrir….tudo isso esta presente e vivo numa relaçao completa. É a marca da vida a pior marca é a da negligencia. Quem aqui nunca chegou exausta do trabalho? Desanimada em alguns momentos? Muito feliz e realizada em outros? E nem por isso deixando de adorar o que faz?
Suas colocacoes sao bacanas, mas como psicologa precisa cuidar para nao generalizar, cuidar para olhar com empatia para cada mae que entrar no seu consultorio e nao ter pre conceito com aquela que precisar falar da sua exautao. Um filho amado será feliz, pode ter certeza!
Perfeito!
Obrigada Clara… ja estava me sentido ainda mais frustrada… pq “não é fácil” essa tarefa da maternidade… amo demais meus filhos (rs tenho 3), mas o cansaço é inevitável! E nem sempre conseguimos sem gritar por socorro … somos muitas em uma só pessoa, mas acima de tds elas MÃE … sempre com mt amorrr!!! Um lindo 2015 para tds a mamães ;)
Obrigada Clara. Seu texto me representa.
Olá Fernanda.
Concordo em tudo. Filhos são privilégios dados por Deus e a oportunidade de nos aprimorarmos em tudo na vida, pela nobre tarefa de sermos responsáveis por educar e formar indivíduos da melhor maneira possível. Evidentemente não é uma tarefa simples , exige empenho, dedicação, investimento de toda natureza e acima de tudo amor. Uma coisa é certa: Eles serão fruto disso e aí percebemos o quanto valeu. Reclamar de tudo não é só um problema de quem tem filho, mas reclamar demais pode apontar que, enquanto educadores e formadores de nossos filhos, estamos falhando de alguma forma e não estamos reconhecendo isso. Então é mais “fácil” reclamar e se isentar. Ledo engano. Agora, vamos combinar, reclamar em Paris não há remissão para este pecado!
Excelente texto!!! Curto e direto ao ponto, parabéns Fernanda.
Adorei a comparação! E dá até para fazer um trocadilho: Paris/Pais! É só tirar o “r” e deixar a Reclamação de lado e valorizar a Riqueza que os filhos trazem às nossas vidas!