Crianças com deficiência ainda enfrentam barreiras que não deveriam existir. Da escola à saúde, os números escancaram desigualdades que precisamos derrubar — juntos! Então, segue aqui comigo!
Oi Mamães e Papais, crianças com deficiência ainda enfrentam barreiras que não deveriam existir. Segundo a UNICEF e a Organização Mundial da Saúde, 240 milhões de crianças no mundo vivem com algum tipo de deficiência – ou seja, 1 em cada 10.
Apesar dos avanços em leis e políticas, essas crianças ainda enfrentam desigualdades profundas no acesso à educação, saúde, cuidados e proteção.
Nossa colunista Dra. Anna Bohn – Pediatra – traz reflexões poderosas e números alarmantes sobre os 5 maiores desafios que ainda precisam ser vencidos para que essas crianças tenham as mesmas oportunidades de crescer felizes, saudáveis e incluídas.
Então, descubra com a gente como esses aprendizados podem transformar a forma de enxergar e apoiar nossas crianças.
Em setembro, especificimente no dia 21/09, temos o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência. Mais do que uma data no calendário, é um convite para refletir e agir. Avançamos nas últimas décadas – leis, políticas, narrativas –, porém a trilha da inclusão continua diária e árdua.
A deficiência em si não é sinônimo de incapacidade – o que realmente limita são as barreiras criadas pela sociedade. Ainda há diversos aspectos do cotidiano em que crianças com deficiência e suas famílias compartilham menores direitos.
Quando deixamos de considerar essas diferenças, a invisibilidade organiza exclusões.
Segundo a UNICEF e a Organização Mundial da Saúde, existem 240 milhões de crianças no mundo com algum tipo de deficiência (1 em cada 10).
E os números mostram como elas ainda enfrentam mais obstáculos do que deveriam:
#1 Menos acesso à estimulação precoce e cuidados
Crianças com deficiência têm 24% menos probabilidade de receber estímulos adequados e cuidados responsivos nos primeiros anos de vida – justamente quando o cérebro mais precisa de experiências para se desenvolver.
#2 Desafios na aprendizagem
Elas têm 42% menos chances de alcançar habilidades básicas de leitura e matemática. Isso não acontece por falta de capacidade, mas porque a escola muitas vezes não oferece os apoios e adaptações necessários.
#3 Exclusão escolar
O risco de nunca frequentar a escola é 49% maior para crianças com deficiência. Isso significa perder convivência, amizades e oportunidades que deveriam ser direito de todos.
#4 Prejuízos na saúde
- 25% mais chance de desnutrição (baixo peso e enfraquecimento);
- 34% mais chance de atraso no crescimento e no ganho de peso;
- 53% mais chance de apresentar sintomas de infecções respiratórias. Esses dados mostram que a saúde integral dessas crianças ainda não está sendo cuidada como deveria.
#5 Impactos no bem-estar e na proteção
- 51% mais probabilidade de se sentirem infelizes no dia a dia;
- 41% mais probabilidade de sofrer discriminação;
- 32% mais probabilidade de receber punição corporal severa. Essas experiências afetam não só o corpo, mas também o coração e a autoestima das crianças.
Educação inclusiva não é utopia – é base de cidadania. Atenção integral à saúde não é favor – é direito. E direitos reais pedem orçamento, formação continuada, protocolos intersetoriais e monitoramento.
Também pedem humildade institucional para aprender com as famílias e com as próprias crianças o que funciona, quando e como.
Na prática, isso significa registrar adequadamente, mapear necessidades com participação das famílias, garantir acessibilidade e recursos de apoio, ajustar fluxos de cuidado e formar equipes para acolher sem infantilização nem estigma. E, sobretudo, sustentar políticas com continuidade e avaliação de impacto, em corresponsabilidade entre saúde, educação e assistência – porque a vida não cabe em uma secretaria só.
Esses números não são rótulos, são sinais de alerta.
Eles mostram o quanto ainda precisamos lutar para derrubar barreiras, abrir portas e garantir que cada criança – com ou sem deficiência – tenha as mesmas oportunidades de crescer feliz, saudável e incluída.
Por fim, se gostou do post da Dra. Anna, aproveite para ler também: “Elásticos de cabelo – Um único modelo de desenvolvimento?“.

Sobre o Dra. Anna Dominguez Bohn (CRM 150572 | RQE 106869)
Instagram: @Dra.AnnaDominguezBohn
Esposa, Irmã da Sofia, Mãe do João, Francisco e Laura e Pediatra
- Pediatra Intensivista pela USP;
- Especialista em Síndrome de Down e Cardiointensivista pelo SickKids (Toronto);
- MBA em Gestão da Saúde (Einstein);
- Atua no Hospital Albert Einstein e é vice-presidente do Núcleo de Deficiência da SPSP;
- Atende em consultório pediatria geral e crianças com comorbidades.