Deveria ser proibido criança ficar doente, não é mesmo? Mas, hoje viemos falar sobre o câncer infantil e como os pais e familiares podem ser a força que essa criança vai precisar.
Oi Mamães e Papais! Hoje o nosso tema é algo mais sensível, pois vamos falar sobre o câncer infantil.
Quando um filho adoece, nosso coração quebra em mil pedacinhos. Queríamos estar no lugar dela e puxar toda a dor e sofrimento para nós, não é mesmo?
A nossa colunista Fernanda Papa de Campos – Terapeuta Cognitiva Comportamental – vai nos ajudar a entender um pouco mais sobre esse momento e como podemos exercer nosso papel da melhor forma possível – com amor e clareza.
Confira abaixo e deixe o seu relato no final, caso tenha vontade de compartilhar conosco!
Trazemos, hoje, um assunto que por muito tempo foi visto como tabu. Era proibido mencionar a palavra Câncer, pois, dizia-se, atrairia a doença ou traria a falta de sorte.
Uma grande amiga foi pega de surpresa e nos pediu que escrevêssemos um pouco para as mães e pais sobre o quão desestabilizador é o impacto do recebimento do diagnóstico, da notícia de que seu filho é portador de um tipo de câncer infantil.
Aliás, são nesses momentos que pensamos que deveria ser proibido criança ficar doente, não é mesmo?
Acabou de receber o diagnóstico de câncer de um filho? Como dizer: Calma, não se desespere? Por pior que possa parecer, a situação não está perdida e, como amiga, é justamente por aí que você poderá começar, além de estar presente com seu ombro, colo e carinho.
As chances de cura ou de boa qualidade de vida são altíssimas para as crianças com câncer.
Muitos pais quando passam por essa situação, prefeririam que a enfermidade atingisse a si mesmos e não a seu filho. Perguntam-se onde e em que falharam, como isso poderia ter sido evitado e várias outras questões vão surgindo e angustiando.
Infelizmente, essa situação não pode ser alterada.
É muito importante que todas nós saibamos que não falhamos em nada com relação ao desenvolvimento do câncer do nosso filho.
Com certeza, não foi o cuidado que demos ou deixamos de dar, nem tampouco as brigas e os castigos em casa que fizeram com que o pequeno ficasse doente. Xô culpa!!!
Entendendo e compreendendo as diferenças o câncer traz efeitos físicos, psicológicos e emocionais devastadores, causando desorganização na vida dos que são diretamente atingidos por ele.
Cada um vai entender e vivenciar o câncer de uma forma determinada, dependendo do tipo de vínculo que possui com a criança doente e do próprio jeito de ser.
Ao mesmo tempo, cada pessoa vai entender a gravidade da situação e lidar com ela dependendo da sua idade e grau de compreensão sobre a própria vida.
A criança doente em questão entenderá o problema de uma maneira especial, pois deixará de fazer suas atividades cotidianas (ir à escola, natação, balé, futebol, etc) e, consequentemente, sua família estará mais mobilizada em torno dela.
Tudo terá mudado, mas a vida tem que continuar!
O abalo é geral, a “barra pesou”, mas alguém terá que tomar as rédeas da situação e organizar da melhor maneira possível essa família para que se possa dar continuidade ao tratamento da criança doente, apoio emocional aos pais e familiares, lembrar que a vida dos irmãos continua e que geralmente o caminho será longo.
Essa pessoa pode ser alguém com uma ascendência grande sobre a família, que esteja firme e pronta a ajudar, ou um profissional da área da saúde com técnicas adequadas para isso.
As crianças merecem saber o que está acontecendo com elas. Até mais ou menos 7 anos, a criança não entende a morte como irreversível e nem a gravidade do câncer como uma doença potencialmente fatal.
Expliquem que ela está com um “bichinho malvado”, que precisa ir embora. Digam que o bichinho é forte e para combatê-lo ela vai ter que tomar remédios mais fortes que ele, por exemplo.
Procurem usar um desenho animado que tenha um personagem que a criança conheça. Falem que esse remédio pode deixá-la um pouco “molinha”, que seu cabelo pode cair.
Não privem as crianças das informações das alterações concretas de que seu corpo poderá sofrer com o tratamento. Joguem e trabalhem com a verdade!
As crianças vivem mais intensamente o presente e menos o futuro.
Suas preocupações são com as coisas concretas, com aquelas que elas podem ver e sentir, como a picada de agulha, a queda do cabelo, se sentirem enjoadas, irritadas. Não use de mentiras do tipo: não vai doer nada, seu cabelo nascerá logo….
Troque as mentiras por soluções temporárias, presenteie-a com um lindo chapéu, lenço, peruca, boné… (use a imaginação e o amor).
Outras dicas dizem respeito aos comentários sobre a doença e o tratamento que possam surgir.
Então, não vamos fazer da doença um tabu ou algo que não possa ser falado, não é mesmo? Tanto para o filho doente, como para os demais é importante que todos sintam um canal aberto de comunicação.
Que fiquem à vontade para perguntar o que quiserem, para chorarem de medo ou de tristeza, e até mesmo para rirem de situações engraçadas que podem acontecer, por que não?
Lembre-se: dividir esses sentimentos e percepções é muito saudável.
Os irmãos precisam saber o que está acontecendo, qual o motivo de tanta preocupação e mudanças na rotina. A criança será capaz de entender a nova realidade dependendo da idade e do grau de maturidade que ela tiver.
Deem explicações simples e compatíveis com a sua capacidade de compreensão. E mais, sempre que possível, sentem e conversem carinhosamente com os filhos saudáveis. E ainda, quando possível, reservem um tempo para que o programa seja só deles…(não é fácil, mas é necessário!).
Então, o diagnóstico precoce do câncer infantil continua sendo uma peça importante do nosso quebra-cabeça.
Ou seja, a ideia é fazer com que diminua o tempo entre o surgimento de sinais e sintomas e o diagnóstico da doença, pois dessa forma aumenta sensivelmente a expectativa de cura, tanto do Câncer infantil quanto do juvenil.
Aproveitamos para pedir uma corrente de oração a todas as crianças que estão passando por situações delicadas de saúde, que com certeza sairão vitoriosas!
Por fim, aproveite para ler outros texto da Fe Papa: “Cannabis na gravidez e os efeitos na saúde do bebê!” e “Qual o impacto do abuso de álcool e drogas pelos pais na vida dos filhos?“.