Recentemente temos visto inúmeros casos absurdos na mídia de violência contra a mulher. Mas, como mudar essa história de uma vez por todas?
Oi mamães e papais! Hoje começaremos um papo que aparecerá aqui com mais frequência: a violência contra a mulher!
Acredito que todos vocês têm visto com muita frequência relatos e histórias na mídia de casos absurdamente abusivos contra mulheres, mulheres grávidas, mulheres puérperas.
A violência contra a mulher não se limita a abusos físicos. Muitas vezes o abuso psicológico é muito pior e mais difícil de identificar, ajudar e até, para a própria mulher, se livrar.
Nós NÃO acreditamos na afirmação: “em briga de marido e mulher ninguém deve meter a colher”!
Devemos meter SIM essa colher. Saber de abusos, e não fazer nada, te torna cúmplice desse crime. Obviamente, tudo deve ser pensado e feito com calma, com auxílio de profissionais que sabem como conduzir essas denúncias, mas não fazer nada…NÃO É MAIS UMA OPÇÃO!
O nosso super colunista e Pediatra maravilhoso, o Dr. Paulo Telles, iniciará esse papo hoje e dará o start para essa conversa e conscientização!
Vamos então entender como mudar essa história da violência contra a mulher juntos?
Nesta semana mais um caso triste de violência contra mulher teve espaço na mídia.
A verdade é que, infelizmente, esta ainda é a realidade para muitas mulheres.
No ano de 2020 foram mais de 105mil denúncias nas plataformas do 180 ou 100 do ministério da saúde.
Imaginem quantas mulheres ainda seguem sofrendo sem denunciar? E o que estamos fazendo para mudar esta realidade?
Nossa sociedade ainda segue padrões machistas. Temos muito a evoluir e mais uma vez vou insistir: a mudança está dentro de casa, neste caso na forma como educamos nossos meninos e meninas.
Claro que um agressor ao longo da sua vida acaba recebendo vários estímulos multifatoriais que podem levar a este desvio de personalidade e padrão agressivo.
Mas de que forma nós podemos começar a transformar a nova geração para que cada vez menos achemos que “em briga de marido e mulher ninguém deve meter a colher”?
Porque além do agressor, temos muitas vezes mulheres com medo, e presas a um padrão de relacionamento inaceitável.

Mas, que segue sendo tolerado, afinal cresceram ouvindo que são do sexo frágil, por isso temos de gritar juntos: chega deste conceito absolutamente errado!
Devemos criar nossos filhos e filhas para que a nova geração seja diferente, que ninguém aceite qualquer tipo de agressão física, verbal, assédio moral ou sexual…
Chega de educar seu filho dizendo que ele tem que engolir o choro e que ele tem que ser garanhão.
Chega de alertar com orgulho seus amigos para que prendam suas rolinhas porque o macho chegou, chega de dizer que quando seu filho crescer ele vai pegar minha filha, que homem não chora, que meninas usam rosa e meninos usam azul.
E ainda, que isso não é coisa de homem, ou que ele aja feito homem, e que seja o homem da casa quando o pai estiver fora de casa.
O machismo, ao contrário do que algumas pessoas pensam não prejudica apenas as mulheres.
Ele prejudica os meninos também, fazendo com que reprimam suas emoções, sofram em silêncio, usem de violência para resolver conflitos, economizem no afeto e cresçam com problemas psicológicos e emocionais, consequência de uma falsa ideia de superioridade de gênero.
Vamos juntos mudar esta realidade e criar uma geração mais igualitária, sensível, empática e preocupada com o próximo.
Ensine ao seu filho que chorar não é sinônimo de fraqueza!
Seja o melhor exemplo para seu filho e sua filha, respeite as mulheres e não as ridicularize. Plante diariamente a semente para que seu filho cresça evitando algumas atitudes sexistas.
Ensine-o a respeitar todas as pessoas, sejam homens ou mulheres, para que essa diferenciação nem sequer exista no futuro.
Deixe seu filho livre para brincar do que quiser, e que fique claro: não existe brincadeira de menino ou de menina.
E ainda, incentive seu filho a expressar suas emoções sempre – sofrer não é demérito, se emocionar não é sinal de fraqueza.
Valorize a diferença, a diversidade e a beleza e qualidade de cada um.
A maneira mais simples de incentivar seu filho a crescer e se tornar um homem que demonstra afeto, é dando afeto.
Ou seja, não tenha vergonha de cuidar, beijar, abraçar, dizer que ama. Você será sempre o melhor exemplo e seu filho, como todas as crianças, aprende por imitação.
O mais importante: ensine que a força física não deve nunca ser uma opção para resolver dificuldades ou problemas!
Nós, pais e mães, temos que ter a humildade e perceber nossas limitações. Assim, conseguimos buscar informação para mudar nossa forma de educar.
Não é mais aceitável que nossas dificuldades ou preconceitos, criados pela educação que recebemos, sejam desculpa na forma que criamos nossos filhos e filhas.
Então, a melhor maneira de mudar o fim de uma história e modificarmos o seu início.
Por fim, aproveite para ler outros posts como “Eu Me Protejo – 10 Mitos sobre o Abuso Sexual Infantil” e “Bullying: Como identificar e combater esse tipo de agressão?“.

Sobre o Dr. Paulo Nardy Telles (CRM 109556 | RQE 93689)
Instagram: @PauloTelles
Esposo, Pai do Léo e da Nina Pediatra e Neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
- Formado pela Faculdade de Medicina do ABC
- Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de Medicina da USP
- Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP
- Título de Especialista em Pediatria pela SBP
- Título de Especialista em Neonatologia pela SBP
- Atuou como Pediatra e Neonatologista no Hospital Israelita Albert Einstein 2008-2012
- 18 anos atuando em sua clínica particular de pediatria, puericultura